Capítulo 8

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Os dias se passavam rapidamente enquanto Angel se ocupava em terminar o design das jóias que havia prometido para Ari.

Agora faltava apenas uma semana para a data do casamento de Delphi com Stavros. Talvez Leo aceitasse que o acordo entre eles estivesse terminado e a libertasse após a cerimônia ter sido realizada.

Com certeza, ele substituiria todas aquelas roupas que havia comprado para ela, por outras de tamanho e estilo diferentes para uma nova amante.

De preferência uma amante com a qual ele não precisasse planejar nenhuma espécie de vingança.

Angel entrou embaixo do chuveiro e permitiu que os jatos de água morna relaxassem a tensão da atribulação daqueles dias.

Pelo menos ela se sentia feliz por ter conseguido com que Delphi e Stavros se casassem e estava orgulhosa pelo design que criara para as jóias que Ari daria de presente para Lucy no aniversário de casamento. E o fato de ter ocupado a mente com aquela criação a impedira de ficar pensando em Leo e no lado sensível da personalidade dele, quando ele lhe confessara alguns segredos do seu passado infeliz, na noite em que conversaram na cozinha da mansão. Angel tivera a oportunidade de ver um lado completamente diferente do homem arrogante que conhecia.

***

Finalmente chegou o dia do casamento de Delphi e Angel estava se arrumando em seu quarto na mansão dos Parnassus.

Ela havia combinado com Delphi que o melhor a fazer seria evitar o pai a qualquer custo.

Pelo menos tinham a esperança de que Tito Kassianides não faria nenhuma cena na igreja por estar ciente de que grande parte da sociedade de Atenas estaria presente e atenta a cada movimento dele.

Leo tinha ido para o escritório e combinado que depois de despachar alguns itens importantes, seguiria direto para a igreja.

Angel finalmente sentia o gosto do dever cumprido ao testemunhar a felicidade da irmã, que fora a razão principal por ela ter aceitado o acordo com Leo um mês antes. Ela se tornara amante dele em troca da promessa de Leo em conseguir a aprovação do pai de Stavros para que o filho se casasse com Delphi.

Tudo acabara como ela planejara. No entanto, Angel sentia um vazio inexplicável no peito. Sozinha em seu quarto ela acabara por admitir que ainda não se sentia preparada para o que estava prestes a acontecer. Por mais masoquista que pudesse parecer, Angel já havia se acostumado com a presença de Leo. E aquela poderia ser a oportunidade que ele esperava para concluir sua vingança. Após ter lhe mostrado o paraíso, descartaria a amante como um objeto usado.

E o paraíso a que Angel se referia não tinha nada a ver com luxo e riqueza. Era um paraíso de sensações. O paraíso de ser transformada em mulher e a descoberta de sua sensualidade.

O paraíso que Leo lhe oferecera e que Angel sabia que nenhum outro homem seria capaz de fazê-la sentir-se da mesma maneira.

Ela se mirou no espelho do armário de roupas e assustou-se com o fulgor que os olhos grandes e azuis exibiam.

Desde aquela noite na cozinha da mansão, Angel rebatia os próprios sentimentos. Tentava convencer a si mesma de que apenas estava com pena de Leo pelo que ele havia passado na infância.

Ela olhou para a própria imagem refletida no espelho e franziu o cenho. Havia um nome adequado para o que ela sentia. Era amor.

A palidez que ela demonstrou ao tomar conhecimento dos próprios sentimentos era visível no espelho. Como ela podia ter se apaixonado nada além de um envolvimento friamente calculado?

SEGRADOS PASSIONAISWhere stories live. Discover now