Quando se encontravam no carro, a caminho do salão de festas de um hotel luxuoso no centro de Atenas, onde Leo era esperado para iniciar a cerimônia para angariar fundos para uma entidade beneficente, ele se mostrava profundamente contrariado. Com o canto dos olhos espiava as coxas bonitas de Angel expostas por conta do vestido curto.
Pouco tempo antes, quando ele a vira no quarto, a vontade que sentira era a de forçá-la a trocar a roupa extravagante por outra mais discreta. De preferência com gola alta e saias longas.
Contudo, a ambigüidade de propósitos o atordoava. Por um lado, ele se sentia desconfortável pela maneira como ela estava vestida, o que sem dúvida revelava a sua posição como amante dele.
Por outro lado, essa era exatamente a imagem que ele desejava que ela demonstrasse em público.
Leo também estava contrariado pelo fato de saber que, apesar de dormir todas as noites com ela, isso não diminuía o apetite sexual que sentia por Angel. Ao contrário. A cada vez que faziam amor, o desejo se intensificava espontaneamente.
E a par disso tudo, Leo precisava se desdobrar para conseguir administrar os negócios em Atenas e Nova York ao mesmo tempo.
Por um breve momento ele considerou que ter trazido o inimigo para debaixo de seus lençóis fora um grande erro.
Angel parecia exercer um controle inconsciente sobre ele e muito mais poderoso do que Leo poderia imaginar.
No decorrer da festa, Angel precisou esforçar-se para manter a postura diante dos olhares cobiçosos que os homens lançavam na direção de suas pernas. Sentia-se exposta e zangada consigo mesma por ter escolhido um vestido tão ousado para aquela noite. Ela apenas tivera a intenção de provocar Leo, mas acabara recusando-se a trocá-lo por outro, depois de ouvi-lo mencionar que o traje estava perfeito.
Angel havia decidido provocar Leo de alguma maneira, desde quando ele se tornara frio e distante. Todas as noites ele vinha até a cama dela e faziam amor. Mas assim que o ato sexual terminava, Leo erguia-se da cama e seguia para o próprio quarto sem dizer uma única palavra. Nada de gentilezas ou caricias. Nem sussurros no meio da noite, como ela imaginava que um amante faria.
― Nossa! Você parece estar a quilômetros de distância, Angel! – A exclamação ruidosa de Lucy Levakis a tirou dos devaneios. – Eu não a culpo – afirmou, gesticulando na direção do marido e de Leo, que conversavam animadamente. – Eu sei muito bem como está se sentindo. Eu também costumava sentir essas coisas quando namorava Ari. – Ela deu uma nova espiada na direção do marido e acabou por confessar: - Eu ainda o vejo como se fosse o único homem existente no salão.
Angel sorriu e comentou:
― Qualquer um pensaria que vocês ainda estão em plena lua de mel e não com duas crianças em casa.
Antes que Lucy respondesse qualquer coisa, uma amiga a puxou pelo braço e a forçou a acompanhá-la.
No instante em que Angel ficou sozinha novamente, Leo ergueu uma das mãos no ar e acenou para que ela se aproximasse.
Com passos hesitantes ela caminhou até onde os dois homens se encontravam.
Leo antecipou com um sorriso:
― Ari tem algo a lhe dizer, Angel.
O amigo olhou para Leo e então para Angel.
― Na verdade, o que eu desejo é pedir-lhe um favor.
― Se houver algo que eu possa fazer por você, será um prazer – Angel respondeu com gentileza.
― Eu gostaria que você criasse algumas peças para Lucy. Nosso aniversário de casamento será daqui a dois meses. E como ela adorou o colar, acho que ficaria muito feliz em ganhar algum complemento. Eu estava pensando em um bracelete e talvez um par de brincos. O que você acha?
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SEGRADOS PASSIONAIS
Romansa: Leo Parnassus Foi a Atenas para assumir o comando do império da família. Nascido e criado em Nova York, sua vida na Grécia é ditada pelas rivalidades entre as famílias e uma alta sociedade que sabe sobre seu passado nos mínimos detalhes. Angel Kas...