Abaixo De Zer0

Calor

Nate acordou no milharal logo cedo ouvindo sua mae chamando seu nome, ela deve ter ficado assustada quando não achou o filho na cama de manhã.

Ele se lembrava de algumas coisas da noite passada. O que o fazia entender o motivo de estar no meio do milharal que tanto tinha medo, mas agora ele nao parecia estar assustado... Sentia um calor confortável e convidativo naquela manhã que aparentava estar fria por causa do vapor que saia de sua boca ao respirar, o que era muito estranho. Se levantou e viu que segurava algo duro e um pouco pesado, olhou pra sua mão e se lembrou do cristal da noite passada, pensou bem e resolveu deixá-lo no lugar onde achou e voltar pra casa. Enfiou o cristal de volta na terra que agora estava numa temperatura normal e se levantou novamente, sentiu um frio intenso que o fez apertar mais o casaco contra o peito, ao abrir as maos para esticar os dedos, o cristal saiu voando de dentro da fina camada de terra para a palma da sua mão, ainda assustado colocou o cristal de volta na terra e começou a encarar os dedos procurando algo que nao existia, esticou-os e novamente o cristal voou para o alcance de sua mão, ele nao sabia o que fazer então resolveu levar o cristal pra dentro de casa e examiná-lo melhor.

Ao sair do milharal deu de cara com sua mãe. Sabia que a mãe entenderia afinal, ela sempre entrava em uma crise de choque quando o marido batia no filho, e achava melhor que ele não soubesse de certas coisas.

- Onde você estava? - ela perguntou. - São 8 horas da manhã!

- Queria só tomar um ar e acabei dormindo lá no milharal, nada demais! - Sabia que a mãe entenderia afinal, ela sempre entrava em uma crise de choque quando o marido batia no filho, e achava melhor que ele não soubesse de certas coisas. Mas ela o olhou com um olhar desconfiado, pois sabia como o filho odiava o milharal.

- Pensei que você não gostasse de chegar perto do milharal... O que aconteceu pra você simplesmente entrar lá de madrugada?

- Nada, acho que só enfrentei meu medo dele... Também não sei ao certo o que aconteceu... - Ele disse pensativo ainda apertando o cristal com os dedos no seu bolso.

-Ah então quem sabe agora você pode me ajudar a trabalhar la dentro! - Disse o seu pai saindo de casa e indo de encontro à eles com aquele olhar cínico e sonolento.

- Bom dia querido - Disse a mãe de cabeça baixa, mas Nate evitou fazer contato visual com o pai, isso sempre o sufocava e o deixava nervoso.

-Bom dia! - Respondeu o marido. - Acho que falei com você Nate!

- Bom dia... - Disse o filho murmurando alto ainda sem olhar nos olhos do pai.

- Não foi isso que eu falei primeiro Nate! - Disse em tom de censura, ficava muito irritado quando o filho não olhava em seus olhos pra lhe responder.

- Talvez pai... Eu não sei se consigo entrar lá de novo assim, ontem eu estava com sono e... - estava começando a ficar irritado.

-O que é isso no seu bolso? - Interrompeu o pai. Ele nem notou que o cristal estava brilhando fortemente em sua mão, como se estivesse com raiva de algo.

- É só uma pedra que eu achei no milharal, nada demais. - Disse Nate escondendo mais ainda o cristal que agora brilhava muito mais intensamente, mas o pai puxou seu braço com força pra fora do bolso, deixando a pedra à mostra e assustando a mãe com o movimento brusco.

- O que é isso? - perguntou o pai em tom confuso.

- É só uma pedra eu já disse! - Seu braço começava a doer com a força que seu pai aplicava nele.

- Deixe-me ver! - Disse o pai tentando pegar o cristal.

- Não - O garoto disse aumentando o tom de sua voz e puxando o braço para se desvencilhar dos dedos fortes do pai.

- O que disse? - O pai gritou apertando mais o braço do filho que podia ver uma veia saltar de sua têmpora. - Eu mandei me dar! Não me faça tomá-lo de você!

O garoto tentava se debater para se soltar sem sucesso, a mãe dele começou a chorar e quando Nate a olhou, sentiu um ódio profundo como nunca tinha sentido antes e deu um soco na cara do pai que o soltou e recuou com o impacto. A mãe o olhou de um jeito desesperado, o filho nunca tinha reagido assim, e não imaginava que ele tivesse força o suficiente para fazer seu pai recuar um metro e meio, ele só tinha 13 anos. Nate também nao acreditava no que tinha acabado de fazer, reagira contra o pai, que sempre o maltratou sem motivo algum, e aquela força... Só tinha 13 anos, de onde ela poderia ter vindo? "Isso não interessa agora" pensou, devia se preocupar mais com o olhar demoníaco que o pai usava contra ele.

- Quem você pensa que é? Você vai para seu quarto agora me esperar, vou resolver uns assuntos com você! E leve essa sua pedrinha junto antes que eu te faça engolir ela - Agora veias saltavam de seu pescoço também.

Nate estava muito espantado para desobedecer, resolveu subir e não contrariar mais o pai, não queria que sua surra piorasse mais afinal, ele apanharia de qualquer jeito.

O marido só desceu do quarto quando já havia passado de meio-dia.

- querido... - Disse Martha.

- Cale-se! - ele respondeu secamente enquanto enfaixava o punho que estava vermelho.

- O que você fez com ele? - Ela perguntou magoada.

- O que era preciso... - E se eu o vir usando aquela coisa de novo, eu o mato. - Martha não sabia do que ele estava falando e ficou confusa.

- Usar o quê?

- Aquela pedra, ele queimou minha mão com ela quando eu tentei pegar. E eu ja disse para se calar, o que aconteceu la em cima não é da sua conta.

Ela não se atreveria a ir lá em cima agora para ver como o filho estava, esperaria o marido sair antes. Mas mal sabia ela, que Nate já não estava mais no quarto.

E aí? O que acharam da reação de Nate quanto a agressão do pai?

Escrevi um rascunho antes citando detalhes do que realmente havia acontecido no quarto, mas ficou muito pesado e eu preferi poupar vocês de se sentir mal :/

Sinto muito por não ter postado o capítulo antes mas eu estava me preparando para uma prova súper importante e não consegui escrever quase nada, mas agora eu tenho mais tempo para meu celular e espero conseguir postar com mais frequência.

Saranghae
❤