No dia seguinte voltamos a falar, a falar do dia, o tempo, qual quer coisa. Até piadas até ter que voltar a ir dormir, e ter que me despedir. Sussurrou um 'Amo-te' ao qual eu respondi um 'amo-te' também.
Nós ficamos em silêncio, até que Harry desliga. Estiquei o meu braço até á mesa-de-cabeceira, deixando lá o telemóvel. E atirei-me para as almofadas, fechei os olhos, mas a única coisa em que pensava era em que no dia seguinte o ia ver, sentir, beijar… No dia seguinte eu ia tê-lo!
Demorei muito para adormecer, mas, no que me pareceu segundos, eu estava a acordar de novo, mas desta vez mais feliz do que o normal. Era amanhã. Harry, Harry, Harry…
O som do arrastar das minhas botas confundia-se, facilmente pelo meio do barrulho irritante e agitado de toda aquela gente presentes no aeroporto. No meu ombro eu tentava, desesperadamente, apoiar a minha pequena mala, na mão direita, carregava uma mala de viagem e na esquerda, os meus dedos atrapalhava-se na tarefa de segurar o meu telemóvel, o passaporte e o bilhete de avião ao mesmo tempo. Mas eu tinha de conseguir aguentar-me assim, pelo menos até ao balcão do check-in.
Olhei para trás e encontrei o meu pai com um sorriso na cara, enquanto me acenava com as mãos trémulas. Ele estava nervoso, eu sabia perfeitamente disso, ele veio a viagem toda a avisar-me para não falar com estranhos, para não deixar a minha mala sozinha, para manter a calma nas multidões de fãs e paparazzi, para não perder o bilhete de avião e especialmente para nunca largar o telemóvel e ligar-lhe assim que entrar e sair do avião. Eu sei que não sou a pessoa mais responsável do mundo e que sou um pouco distraída e que perco quase sempre tudo, mas eu não sou a Grace, eu não tenho 8 anos!
Depois do check-in feito dirigiu-me para a minha porta de embarque, passando-me a mim e às minhas coisas, entretanto pelo scanner. Assim que ouvi o bip, peguei nas minhas coisas e continuei o meu caminho. Ainda falta um pouco, então aproveitei para enviar uma mensagem ao Harry a dizer que já estava quase a entrar no avião, sim, ele era quase como o meu pai, muito protetor.
Estava agora sentada num desconfortável assento do avião, mas ao mesmo tempo eu sentia-me bem a viajar em classe económica, eu sentia-me como uma pessoa normal. Harry queria-me pagar o bilhete de primeira classe, mas eu recusei de imediato. Viajar em 1ªclasse para mim, é uma experiência horrível. Sim, os bancos são mais confortáveis, tenho mais espaço para respirar e andar pelo avião, a casa de banho é maior e está mais perto, há menos pessoas e são menos barulhentas, mas todos esses luxos para mim são afligíeis. Eu não me sinto eu.
Uma voz mecânica pediu para os cintos serem colocados, íamos descolar. Assim o fiz. Liguei o iPod e coloquei os meus fones nos ouvidos, deslizei o meu polegar sobre o ecrã do aparelho enquanto procurava uma música ou até mesmo um álbum agradável para me acalmar. Acabei por adormecer e só acordei quando uma das hospedeiras me tocou no ombro e me pediu para colocar o sinto, íamos aterrar em poucos minutos.
Não demorou muito para poder sentir as rodas pousar sob o alcatrão e o meu corpo a dar um pequeno solavanco enquanto tinha uma sensação estranha no estômago. Estava oficialmente em território americano. Não era a primeira vez que visitava a América, antes já tinha ido a Washington DC e a Los Angeles, por causa do Harry e foram sempre dias fantásticos. Aliás onde quer que esteja, desde que esteja com ele é sempre fantástico, com ele até o Inferno seria fantástico, porque ele é fantástico e tudo o que ele faz e é, é fantástico!