Cromulent ♠ | jjk + pjm

{01} fate [Parte 2]

Cassino Cromulent,

21:27.

No topo da gigantesca escada que levaria os convidados ao andar superior, Jeongguk se separou de Seokjin, recostando-se sobre o batente de uma discreta janela. Ele apareceria quando todos estivessem presentes, provavelmente segurando um copo de whiskey, misturando-se entre os demais. Estava apreensivo, afinal, a pressão com a qual estava lidando nunca fora tão grande. Tinha que provar ao pai que as coisas funcionariam perfeitamente sob seu comando, com uma equipe propositalmente reduzida, mas escolhida a dedo.

Nunca imaginou assumir o cassino e o nome de peso que o pai construiu, pelo menos não tão cedo. Os Cromulents eram discretos, agiam com cautela e somente quando tinham 100% de certeza de que sairiam com lucro. E Jeon, em apenas um ano, teve de aprender a comandar o complexo esquema de extorsão de dinheiro, que caminhava junto ao lucro do estabelecimento, como uma sombra silenciosa.

Era evidente que, desde pequeno, sempre almejou a vida luxuosa do pai. Queria ser bem sucedido como ele. Nunca passou dificuldade financeira e não se importava muito em saber se isso existia, sempre esteve muito bem cercado de luxos e pessoas importantes no meio dos negócios.

O que lhe faltou foi afeto, mas isso ajudou na construção de quem era hoje, então não era frustrado por conta disso.

Seu irmão mais velho, apesar de ter passado pelo mesmo, se tornou uma pessoa bem diferente de si. Junghyun era o menino de ouro. Honesto, respeitoso e empático. Talvez quisesse ser o oposto de seu pai.

Sr. Jeon era egoísta e orgulhoso. Jeongguk não sentia nada pelo velho, sentia apenas o desejo de poder assumir seu patrimônio, provando que podia enriquecer muito mais do seu jeito, sem os vícios da geração falida da qual o pai fazia parte.

Quando receberam a ligação, Sr. Jeon quis que Junghyun assumisse o Cromulent, mas ele negou na mesma hora. Apesar de conhecer Jeongguk e seu jeito ambicioso, o mais velho se surpreendeu quando o irmão aceitou o pedido do pai. Desde então, Junghyun passou a morar com a noiva na cidade vizinha, onde abriu um escritório de advocacia trabalhista e criminal. Não queria fazer parte de toda aquela sujeira.

E agora, o Cromulent está em minhas mãos, pensou Jeongguk.

Enquanto refletia, observou o salão principal, ainda tomado por clientes e convidados. Em breve aquilo mudaria, mas por ora, Seokjin e Rosé tratavam de recepcionar e beber com as pessoas que mais tarde seriam direcionadas ao andar superior.

Jeon sabia que não havia ninguém melhor do que os dois para cuidar desse aspecto. Não teria paciência de ser agradável aquela noite, pois sua mente estava recebendo um turbilhão de pensamentos.

Foi quando direcionou seu olhar à entrada que sua atenção foi chamada duas vezes, fazendo seu interior revirar.

Um rapaz atraente de blazer vermelho acabara de cruzar a entrada do cassino, e era, ninguém mais, ninguém menos, que Lee Chaerin quem estava em sua companhia, olhando as paredes do Cromulent como se encontrasse um velho amigo.

E, como se já não tivesse preocupações suficientes, tinha ali a pendência de um erro cometido havia cerca de um ano. E teria de resolvê-la naquele instante.

Não obstante, Jeon desceu as escadas com confiança, em direção à mulher que poderia acabar com tudo que havia construído, desde que estivesse com raiva e disposição suficientes.

...

— Aqui dentro é incrível. — Jimin disse, maravilhado com toda aquela movimentação. Seu rosto era iluminado por luzes vindas do teto, das paredes e, principalmente, das máquinas caça-níqueis mais adiante. Um verdadeiro universo paralelo, distante da realidade externa. — Parece que estamos em outro país.