Cap. 49

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Lola narrando

É agora. Chegou a minha hora. O meu momento. Os nervos estão a flor da pele e sinto que tem borboletas no meu estomago. Mas não irei fracassar. Não foi fácil chegar até aqui. Agora eu tenho que arrasar. Eu sei que consigo.

Enquanto a penultima pessoa se apresentava, me despedi do meu pai, meu namorado e meus amigos. O apoio deles agora, é tudo para mim.

Fui até onde estava meu violão, pois logo logo irei ser chamada. Fui interrompida pela dona, ela estava me dando conselhos e palavras positivas. Logo me chamaram. Peguei meu violão e corri até o palco.

Me posicionei, agarrei o microfone e comecei a falar.

- Boa noite a todos.. como já dito, eu me chamo Lola e hoje irei cantar um acústico de uma música minha. Essa música sou totalmente eu, meus sentimentos, minha vida.. e espero que gostem - falei e sorri -

Aplaudiram. Mas ao posicionar o violão, reparei que uma das cordas estavam arrebentadas. Infelizmente, uma corda muito importante.

Virei de costas para o público e comecei a tremer. Não sei o que faço agora, não tenho como pedir outro violão, iria atrasar tudo e eu iria peder minha chance.

Eu acho que vou chorar, não consigo segurar

Não acredito que isso esta acontecendo. Me virei e olhei todos a minha espera. Eu me preparei tanto para isso, esse momento.. e vai tudo por agua a baixo.

- Você não vai cantar? - gritaram -

- Acho que ela congelou

Riram. Nem teve graça.

- Olha a carinha dela!! Acho que vai chorar tadinha - ironizaram -

- Melhor sair correndo enquanto pode - gritaram, mas essa voz eu reconhecia -

Jhenifer. A olhei. É claro, agora tudo faz sentido. A corda não arrebentou sozinha e quem mais faria isso comigo?

Mas porque? por que ela fez isso?

pra te ver fracassar, dãã

e eu vou

não, você nao pode

Eu não vou desistir. Olhei para Dominic e lembrei dele falando sobre eu cantando acapella. Ele disse que estava bom e nao teria porque ele mentir. Tenho que confiar em mim. No meu potencial. Eu não vou desistir, nem fracassar. Eu consigo.

Coloquei o violão no chão. Peguei o microfone.

- Bom, eu não vou cantar mais acústico... vou cantar acapella - todos me olharam -

É muito arriscado. Sim, eu sei. Mas eu vim até aqui e não vou desitir. Por que se tem uma coisa que eu aprendi é que: Você não é derrotado quando perde, e sim quando desiste.

- Ha ha ha, boa sorte - ironizaram -
- Ainda da tempo de fugir da futura vergonha!

Respirei fundo. Ignora, Lola, só ignora. E canta.

Comecei a cantar, por dentro tremendo. Comecei baixo, mas a partir do momento em que fechei meus olhos. Era só eu e minha música. E foi incrível. Nunca senti aquela energia.

Eu comecei a viajar na música e cantei de uma forma como nunca havia cantado, na vida. Não é a minha música ali, não é a minha voz. É o meu coração e alma, que coloquei naquele palco. Pus tudo pra fora, expressei todos os meus sentimentos, expressei tudo nessa apresentação.

Acho que nunca fui tão bem. Mas não sei o que a plateia e os jurados irão achar.

Ao terminar, abri meus olhos. Todos me olhavam com os olhos arregalados. Meu pai estava chorando. Ou foi muito bom, ou muito ruim.

Together In The CampOnde histórias criam vida. Descubra agora