Capítulo Único

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Domingo, 22 de março de 2018.

— Anda! De pressa! Não quero me atrasar, Jão! — Era que Henrique chamava João, seu melhor amigo.
— Calma! Já tô indo! — dizia do outro lado da porta, onde terminava de passar o perfume e se olhava no espelho de tamanho natural.
— Então vamos! Eu queria ficar em casa, porém, o bonito está me obrigando a ir numa boate, quando eu queria estar em casa!
Foi então que á porta se abriu e uma figura alta, loira, de olhos verdes, uma barba grossa e desenhada no rosto, um corpo musculado saiu com uma cara sacana.
— Querido Henri... — sua voz grave ecoou pelo o corredor estreito até a sala. —... Pare de frescura no rabo e vamos nos divertir! — pegou em seus ombros o olhando profundamente, como se estivesse vendo sua alma.
— Jão, não quero. Eu queria estar no meu apê, comendo meus salgados, chocolate, sorvete e bolo, pois estou entrando no ciclo menstrual. Tu sabes disso.
— Eu, como um bom alfa, tenho o direito de cuidar, dar afeto e atenção ao meu Ômega. E você é o meu filho, de coração. Eu quero que você se divirta, não fique trancado dentro de casa esperando o ciclo menstrual acabar, para poder sair e pode encarar alfas. — ele argumentou, ouvindo um suspiro de desistência e concordância com o amigo, quer dizer, "pai".
— E se o sangue descer na hora que eu estiver lá no meio da pista? Você sabe que ômegas, quando menstruam, atrai instintivamente os alfas para se copularem mais de dez vezes numa noite durante horas, talvez dias, até acabar o ciclo! Eu tenho medo de ficar no meio de tantos alfas. Você sabe muito bem disto, né?
— Sei, Henri. Não se preocupe. Eu estarei contigo. Vamos nos divertir. Talvez até ache o seu alfa lá na boate, igual achei meu Ômega.
— Ainda bem que você tem seu marido. Imagina se eu tivesse entrando no cio...— coisa que ele odiava passar, mesmo amaldiçoando a Deus por nascer um Ômega que engravida de um alfa.—... E você, por instinto, queresse foder minha bunda, até ela ficar melada com sangue e lubrificante natural do meu corpo, junto do esperma lá dentro, escorrendo até os meus ovários?! E, depois, você vem e me fode tantas vezes que eu não consigo mais abrir os olhos de tão cansado?! E olha que você pode aguentar o triplo de vezes, que um homem-alfa normal possa aguentar na cama com seu Ômega. — riu, se desvencilhando dele e indo em direção a porta.
— Isso nunca aconteceria. Pelo o tempo que nós nos conhecemos e pela a consideração que tenho por sua família, nunca, NUNCA que eu faria uma coisa dessas. Quando você entrar no ciclo, me avisa que é para eu fazer a vigilância de sua porta, para mantê-lo seguro de qualquer imprevisto. — Riram, já saindo do apartamento, trancando à porta e indo ao elevador.

***

— Você sempre foi o meu pior dos piores fracassos!
— Eu?! Por que?! Só por que eu não quero fazer parte da família do seu amiguinho e por querer seguir a vida sem ter alguém para me perturbar toda a hora com um filho nas costas?
— É por isso que você é um fracassado! — berrou mais alto que o filho mais velho dentre os três homens, que eram cada um de um jeito: Alfa, Ômega e Beta (Pode engravidar, tanto pode engravidar um Ômega.). — Você não quer ter responsabilidades! Seus irmãos estão todos trabalhando, com suas famílias formadas e você querendo curtir a vida adoidado!
— E daí?! — gritou com os braços abertos e numa careta feia ao gritar—Eu não estou nem aí! Quero trepar, gozar, beber e comer cu adoidado! Não quero saber de você e de ninguém me dando porre de bronca!
— Luan, vou te mandar um aviso:  O dia que você for pai, mesmo não querendo, vai saber o que eu passo contigo. Vai saber como é ter uma vida a cuidar, uma pessoa que a guardou, durante nove meses, a tê-lo do lado, a cuidar e a amar. Quando você perder a pessoa que amou, por um motivo mesquinho, vai saber o que é ser homem! O que é ser macho de verdade! O que é ser pai! O que é ser responsável por sua própria felicidade e sustento! Não prefira que eu possa te sustentar depois que acontecer isso, pois não tenho como fazer mais. Acabou, Luan. A partir de hoje, você vai mudar e vai dar valor ao seu pai! — o filho se calou ao ouvir o seu pai lhe dar a maior das maiores broncas que ouvira. Os dois ficaram se entreolhando por alguns segundos, até que o filho sai correndo para fora de casa.

Presente de Natal (Conto gay) (MPREG)Onde histórias criam vida. Descubra agora