Capítulo 3

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"Meus dias eram escuros. Vazios. Certa vez, reencontrei um velho amigo e fomos a um lugar. Nele, encontrei um homem misteriosamente estranho e a partir de então, meus dias ganharam vida." - Choi Youngjae, blog.

— Táxi!!

Os dois homens entraram no lustroso carro amarelo, à caminho de algum lugar que o mais novo não fazia ideia, só sabia que queria ir. Com o táxi já em movimento, o silêncio perturbador fazia Youngjae ficar inquieto.

Na verdade, silêncio exceto pelo irritante som de Jaebeom digitando seriamente em seu celular. Youngjae, olhando à espreita, se perguntava onde é que ele havia se metido, não sabia nada sobre o homem que estava ao seu lado, muito menos se ele era confiável.

— Tem alguma pergunta? - Repentinamente, perguntou Jaebeom que claramente percebeu que Youngjae o observava, ainda olhando para o celular.

— Er... Para onde vamos?

— Para a cena do crime. - pausou. - Próxima.

— O que você faz?

— O que você acha? - Jaebeom parou e olhou intensamente para Youngjae.

— E-eu pensei que fosse um detetive particular, mas...

— Mas a polícia não usa detetives particulares. - interrompeu Jaebeom. - Sou um detetive consultor, o único do mundo. Basicamente, quando a polícia não sabe o que fazer com um caso, eles me consultam. - finalizou, com um sorriso ladino.

— Eles consultam um amador? - disse Youngjae, sem pensar.

— Na primeira vez em que nos vimos, perguntei se tinha estado na China ou na Coréia do Norte, não foi? Sabe como eu sabia? - Youngjae balançou a cabeça negativamente. - Eu vi. Seu corte de cabelo e postura eram de um militar.

"Quando entrou na sala, você comentou que o local estava diferente de antigamente, ou seja, fez residência naquele hospital, no qual treina-se médicos militares."

"Seu rosto está bronzeado, mas seu pulso, não. Então, não foi por banho de sol. Além disso, você manca ao caminhar, mas não pediu uma cadeira, sintomas de algum trauma psicológico. Portanto, ferido em batalha em algum local de conflito com alta incidência solar no verão, China ou Coreia do Norte."

Youngjae acompanhava em um misto de admiração e espanto. Finalmente, Jaebeom estava sanando suas dúvidas e ele, de repente, se viu tentado a perguntar tudo aquilo que queria saber de uma vez.

— E quanto ao que sabe sobre meu irmão?

— Você tem um celular caro, alguém que vive de pensão do governo por tempo limitado, não compraria um desses. Porém, como ele esta todo arranhado, quer dizer que foi colocado no bolso com moedas e chaves. Você não faria isso com um objeto caro, então ele teve um dono antes de você. Bom, essa parte foi fácil. - sorriu.

"Olhando atrás do aparelho, vi que constava inscrito "Para Choi Woojong", este é o antigo dono mas não seu pai, já que o modelo do celular é mais para jovens. Você foi um soldado e não tem onde morar, o que indica que não tem uma família grande. Portanto, não o ganhou de um primo, mas de um irmão."

"Logo abaixo, vi "De Eungi ♡ ♡ ". Portanto, este foi um presente ao seu irmão, de uma mulher, Eungi. Um celular caro com marcas amorosas vindas de uma mulher, indica não ser da namorada, mas da esposa dele. Além disso, para se desfazer de um celular novo dado pela esposa, é por que ele a abandonou. Pois, se ela tivesse o abandonado, ele guardaria como recordação. E foi assim que ele te deu o celular."

"Porém, embora seu irmão tenha o dado e você tenha problemas com o aluguel, você não pediu ajuda para ele, ou seja, não se dão bem. Motivo? Ou você desaprovava a relação, ou por causa dos problemas com álcool de seu irmão..."

  — Como você soube que era a segunda opção? - interrompeu Youngjae, espantado.

— Um tiro no escuro. E dos bons. A conexão de força do celular continha pequenas marcas de arranhões ao redor. Toda noite ele era colocado para carregar por alguém com mãos que tremem. Você nunca vê essas marcas no celular de um homem sóbrio, nunca vê o de um alcoólatra sem elas.

  Jaebeom praticamente cuspia as palavras, incrível pensar que ele interpretou tudo aquilo em questão de segundos, em alguns minutos de interação no laboratório. Todo o raciocínio dedutivo e certeiro em mínimos detalhes que passariam despercebidos aos olhos de qualquer pessoa, mas não aos de Jaebeom. Youngjae não conteve o suspiro de admiração.

—  Isso foi... incrível.

—  Pois é... - Jaebum sorriu, olhando pela janela do carro. - A polícia não consulta amadores...

— Não... Isso foi realmente incrível. - repetiu Youngjae.

A expressão de Jaebeom mudou de arrogante para algo que Youngjae poderia jurar parecer uma criança quando alguém a elogia. Seus olhos brilharam, Jaebeom sorriu genuinamente pela primeira vez desde que eles se encontraram.

  — Você acha? - perguntou.

— Claro que foi. Foi extraordinário. - respondeu Youngjae, sorrindo em seguida. Não sabia o porquê mas se sentia satisfeito por elogiar Im Jaebeom, mesmo que não quisesse demonstrar.

—   Não, é que... - pausou, olhando pela janela novamente. - Não é isso o que as pessoas normalmente dizem.

  —  O que as pessoas normalmente dizem? - perguntou, curioso.

  — "Some daqui!"

Continua...

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"Olá, gostou do capítulo? Então, você poderia apertar a estrelhinha aqui embaixo? Obrigada."

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