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Trabalhamos juntos por algum tempo. Mas não havia como negar a química explosiva que existia entre nós, as faíscas voavam quando estávamos no mesmo ambiente, como se as partículas de oxigênio ficassem eletrizadas.
Em pouco tempo nos envolvemos, física e emocionalmente, a parte física era perfeita, instintiva. Mas a parte emocional era um desastre, brigávamos muito, éramos ambos passionais, o que não ajudava nosso romance funcionar.
Um dia ele tentou favorecer uma funcionária indiscreta e eu virei o bicho, além do ciúme eu não ia mesmo com a cara da novata. Ele ainda teve a coragem de dizer para que eu parasse de dar "piti", que fiquei fula da vida mesmo.
Chegava a odiá-lo nesses momentos, tamanho era meu rancor, eu era uma criatura totalmente irracional quando estava zangada, e frequentemente me arrependia de minhas palavras, porém era orgulhosa demais para me desculpar.
Nos separamos várias vezes, e se tornara um costume eu fazer as malas e sumir, mas quando nos encontrávamos no trabalho o bicho pegava. Cansei de ouvi lo praguejando em francês para não perder o controle. E eu era terrível também, adorava levá-lo ao limite, sem nunca baixar a guarda. Em suma, ou estávamos nos tratando bem, ou discutindo sem nenhum de nós querer dar o braço a torcer. Os funcionários, quando presentes no mesmo ambiente de uma discussão acalorada, fugiam como o diabo da cruz.
Meses se passaram, até que Jean Luc e eu nos sentamos e procuramos conversar civilizadamente, não prestou.
Ele decidiu deixar em minhas mãos a administração do restaurante, e se concentrou e em seus vários outros negócios, foi que nossos impasses acabaram. Acho que éramos duas pessoas que não se dariam bem nunca trabalhando juntas, mas que se amavam demais para desistir do seu amor.
Eu o amava muito, e sofria quando estávamos distantes, me achava idiota porque, eu finalmente encontrara um homem que me amava mesmo eu sendo como era, mas não conseguia viver com ele por não querer mudar quem eu era. Por medo de me perder, de perder minha garra, minha identidade.
mais tarde eu percebi, que você precisa ser vulnerável para a pessoa que você ama, e essa pessoa precisa cuidar de você e de suas fraquezas, ajudar você a superá-las, então, você poderá ser ainda mais feliz.
Não vou dizer que não brigamos mais, nenhuma relação inter-pessoal é um mar de rosas, mas nós conseguimos superar as dificuldades e estar em outro nível. Somos muito mais felizes.
Tivemos uma linda filha,chama se Anette, e ela é o motivo de nos esforçarmos cada dia mais...
Por tudo o que houve e por tudo que haverá, eu sou grata. As rasteiras da vida me ajudaram a estar mais equilibrada sobre meus pés.
Adeus...

Decisões Irrevogáveis 👠 Conto Concluído👠Onde histórias criam vida. Descubra agora