2

30 3 0
                                    

Eu decidira que, se fosse pra cair, eu cairia de pé como uma gata. Não iria deixar que o desespero me dominasse, então escolhi um vestido vermelho estilo tubinho, calcei meus Louboutin reservados apenas para ocasiões especiais (leia se que hoje eu achava estar especialmente fodida) , e caí fora.
Cheguei mais cedo à tarde como sempre, eu pedira para vir mais tarde hoje, pois estava prevendo minha desgraça iminente, e surpresa, o playboy concordara.
Cheguei no trabalho com a maior cara de profissional , e percebi que o humor de todos estava sombrio por lá, e com razão.
Atendi as pessoas com o tratamento habitual, estava de costas quando uma pergunta feita, de repente ao meu lado me sobressaltou.
-Ah, será esta a senhorita Anabela, de quem tanto ouvi falar?
Uma voz sexy, carregada de sotaque francês perguntou, não vou mentir, fazia muito tempo que eu não ficava ruborizada pela atenção de um homem, mas aquela voz era sensacional, e olha que ainda nem havia visto o resto do pacote...
Virei me devagar, inexpressiva, para causar impacto, estava no modo foda se.
Constatei que o "resto", -jamais voltaria a chama lo asssim- era tão sedutor quanto, se não mais que sua voz, ele era um espécime magnífico, fazia qualquer fantasia ganhar proporções explosivas.
Tinha a pele não muito clara, cabelos pretos, olhos sagazes, cor de uísque e boca esculpida, trajava um terno escuro com abotoaduras as quais, eu apostava minhas economias que eram de ouro. Se eu fosse um robô, meu escaneamento estaria agora a gritar "PERIGO!!!PERIGO!!!"
Sua voz me lembrou gambit- tinha uma fascinação por desenhos animados- com o sotaque arrastado e inequivocamente francês, sensual ao extremo.
Então era esse filho da puta gostoso que seria o manda chuva, hum? Eu estava trilascada.
- Boa noite, monsier Navarre.
-Boa noite, ma chérrie. É um prazer finalmente conhece la.
Não perdi o movimento de seus olhos, me avaliando como se aprovasse o que via.
-Igualmente- murmurei na maior cara de pau, olhando o verme, quer dizer Vermont que estava ao seu lado.
- Pode me dar o prazer de fazermos um novo tour no restaurante? - Navarre perguntou - o fiz antes, mas gostaria de ver sob seu ponto de vista, tenho certeza que a recepção sobreviverá alguns minutos sem você - completou, me negando a possibilidade de inventar uma desculpa.
Bem, vamos acabar logo com isso, pensei, me colocando ao seu lado.

Decisões Irrevogáveis 👠 Conto Concluído👠Onde histórias criam vida. Descubra agora