Amaldiçoados

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No ano 700 D.C, depois de uma guerra sangrenta entre humanos, lobos e criaturas místicas, a paz finalmente reinou sobre o ódio, a ignorância e o preconceito. Entretanto, sabiamente foi decidido que o mundo dos humanos seria em uma dimensão diferente dos lobos e as criaturas místicas que continuariam compartilhando o mesmo mundo.

Ao contrário das criaturas místicas que preferiram construir um reino para si, os lobos decidiram se dissipar em bandos. E em 780 D.C uma alcateia vinha se destacando entre tantas outras, por sua mais vasta variações de clãs que a compunham. Mas não era somente os diversos clãs que tornava essa alcateia tão especial. Pois, o que tornava aquela alcateia tão especial, era quem a liderava por mais de 80 anos.

Os Lee's eram responsáveis por liderar a vila de Torin desde que fora fundada e lhes dada como um prêmio pela sua grande participação na grande guerra. E como era uma alcateia de lobos pacíficos, – mas não diminuindo o fato de serem extremamente perigosos – eles abriram os portões da aldeia para os clãs que batalharam ao seu lado na guerra. E muitos concordaram em ficar, enquanto outros apenas firmaram uma aliança e partiram para outra terra, tão boa e fértil quanto era Torin. E de fato, existiam outras terras tão boas para aqueles outros clãs, porém Torin era especial. Especial, porque ficava em solo Viking. Era sagrado, e os Lee's tinham parentesco com os mesmos. Por isso, exatamente aquelas terras lhe foram dadas. Era o destino deles povoar as terras de seus ancestrais, e continuar suas tradições.


[...]


786 D.C


A vila de Torin havia se expandindo com o passar dos anos. Já era quase uma cidadela, se não fosse composta apenas por cabanas e tabernas. A enorme alcateia que vivia ali preferia que algumas coisas continuassem rústicas, apesar de muitas outras já terem evoluídas. Como armas, vestes e entre tantas outras coisas.

Toda via, hoje a vila estava quieta e era possível ouvir os gritos estridentes de duas ômegas em trabalho de parto em toda Torin. E sob a lua de sangue, essas duas ômegas iriam conceber o fruto do amor verdadeiro. Fruto este que vinha desde que o mundo ainda não tinha forma. Esse fruto vinha da força mais pura. Vinha da bondade, da luz, da coragem e do altruísmo.

Os alfas ao lado de suas ômegas seguravam suas mãos, querendo passar força e confiança para suas amadas, e a tendo as mesmas quase estraçalhadas pela força das ômegas que empurravam os filhos para fora.

– Eu já consigo ver a cabeça! – disse a parteira para avisar que, a dor da ômega já estava na reta final. – Só mais um empurrão senhora.

E juntando toda força que ainda tinha, a ômega e senhora do clã Lee respirou fundo, antes de dar sua última força naquele empurrão.

– AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA! – ela gritou e o bebê saiu sendo amparado pela parteira. Porém, algo estava errado. O bebê não chorou. A parteira tratou de cortar o umbigo umbilical que ligava o bebê a mãe e foi até a bacia de água para limpar o bebê.

– Meu filho... – a ômega ainda proferiu mesmo que estivesse exausta.

Seu marido ao mesmo instante, também estranhando tudo levantou-se deixando a esposa no leito da cama completamente desgastada pelo parto de difícil e duradouro para ir até a parteira.

– O que há de errado? – ele perguntou.

– O bebê... Está morto.

O líder Lee sentiu seu corpo esfriar no mesmo instante. Suas pernas perderam a força e ele foi ao chão. Seu filho tinha nascido morto? Mas como? A gestação da esposa tinha sido saudável. Ela nem ao menos passou por nenhum estresse. Sua cabeça estava tão a mil, que ele mal percebeu quando a parteira se agachou ao seu lado e entregou o filho falecido em seus braços.

Metade da Metade 《JAETEN》Onde histórias criam vida. Descubra agora