Capítulo 1

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Estava inclinado a acreditar que fazia a maior merda da minha vida, afinal, eu não precisava de emprego e menos ainda entendia sobre queijos

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Estava inclinado a acreditar que fazia a maior merda da minha vida, afinal, eu não precisava de emprego e menos ainda entendia sobre queijos. Contudo, quanto mais olhava para o rosto surpreso da garota, mais sentia meu coração amolecer em um tom bobo que eu estava envergonhado de sentir.

— Você já trabalhou como atendente? — interrompeu meus pensamentos. Eu respondi um não, mantendo o sorriso que não queria desgrudar da minha face. — Sabe diferenciar queijos? — fiz outro não. — Então, está no fim da faculdade procurando um emprego em uma lanchonete? Não deveria procurar um estágio?

— Como sabe que estou no fim da faculdade? — ela deu de ombros e apontou para meu rosto. — Achei que o terno disfarçaria — ri de nervoso.

— Suas olheiras é um indicativo de que está no fim da faculdade ou tendo um caso de alcoolismo severo e por isso não dorme. — explicou, seu rosto era marcado por uma expressão de tédio que me fazia ter certeza de que não havia nada de interessante em mim. O que era impossível, não? — Fico mais aliviada que seja a faculdade.

— Estou no oitavo período de Relações Internacionais e preciso de uma renda para me manter até encontrar um estágio ou emprego. A situação no mercado não está tão boa. — menti, pois não havia motivo real para eu querer aquele emprego, exceto que me sentia atraído pela chance. — Por essa razão o emprego me é atrativo.

— Então... — começou ela, senti que iria ser descartado e me desesperei. Uma das poucas coisas que desejei fervorosamente estava diante de mim, um emprego longe do meu pai, a descoberta de outros sentimentos. Não podia perder isso.

— Você não vai perder nada me contratando! É claro que tenho muita coisa para estudar, mas lhe garanto que serei inteiramente dedicado ao trabalho e não vai lhe faltar nada que teria com outro funcionário. — continuei com seriedade, tomando o passe de empresário que tenta fechar um negócio importante.

— Está certo, vamos ver como você se sai. — concordou me surpreendendo. Ela apontou para um avental amarelo em cima do banco atrás do balcão. — Coloque a roupa e explicarei como funciona a cozinha e o atendimento.

— Muito obrigado! Muito obrigado mesmo! Você não vai se decepcionar, vou ser o melhor funcionário que já teve aqui. — ela deu um resmungo em concordância me fazendo perceber que estava exagerando um pouco. — Me chamo Lucas Martins e você?

— Meu nome é Sonata Sampaio. Logo você vai conhecer meu pai, ele trabalha na cozinha comigo, mas tende a chegar atrasado. Não se assuste. — contou antes de entrar pela porta da qual tinha saído com os queijos. Fiquei me perguntando com o que eu poderia me assustar?

Acompanhei seus passos, enquanto dava nó no avental, havia uma boina de bolinhas que mais parecia ter sido tirado do papel de parede do salão, mas vesti mesmo assim. Olhei para o vidro, minha figura alta e trajada em terno não conversava com aquelas roupas, sabia que meu pai enlouqueceria se me visse.

Encontro na CafeteriaOnde histórias criam vida. Descubra agora