O segredo da Esmeralda ♛

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Levi

- Cara, vou te falar numa boa. - ele me olhou nos olhos enquanto segurava firme meu ombro. - Eu não sou um homem agressivo, mas eu sugiro que você nunca mais volte aqui, beleza?

- Vai a merda.

Ele ri, cínico, e depois me empurra com muita força. Caio no chão, batendo minhas costas na parede. Só faltou o segurança cuspir na minha cara, o desgosto era nítido, mas não perde mais tempo comigo e da as costas, voltando para a boate.

Levanto com dificuldade, eu ainda estava bêbado, porém o único efeito que sobrou após levar um soco lá dentro e um empurrão aqui fora, foi o de ver tudo girando, além da dor de cabeça.

Vim até aqui na esperança de conseguir dar um tempo de toda a merda do meu cotidiano, porém eu fui idiota em achar que elas não me seguiriam, seja aonde eu for. Eu achei que vir aqui, beber um pouco, ou talvez ficar com algumas menininhas, fosse me distrair. Juro que, ao menos por um segundo, acreditei nisso. Mas essa música é alta demais, a bebida ruim demais, e as meninas chatas demais. Não importa para aonde eu for, essa sensação de desgaste, de fracasso, sempre vai me acompanhar, nada consegue ser agradável.

Cambaleio, me apoio na parede. Droga, deveria ter trazido ao menos um remédio, tudo parece girar. Vejo saltos se aproximando de mim enquanto olho o chão.

- Licença, esta tudo bem com você? - me esforço para levantar a cabeça.

A primeira coisa que me chama à atenção são seus olhos, verdes iguais duas grandes esmeraldas, porém eu começo a ver várias esmeraldas, estão por todos os lados por toda a minha visão. Isso me enjoa e as esmeraldas acabam fazendo tudo ficar verde e brilhante.

- Ele esta acordando! - uma voz grita.

- Esta? Dá essa água para ele.

- Hey, oi, esta melhor? - A primeira voz, mais aveludada do que quando gritou, diz.

Me esforço para abrir meus olhos, e uma luz me cega. Porém, após alguns segundos eu os consigo abrir.

A mulher mais linda que já vi na minha vida esta diante de mim, jovem, devia ter vinte, ou vinte um anos. Seu rosto tem o maxilar marcado, com uma covinha no queixo, e também bem magro, então não tem muita bochecha, suas sobrancelhas são grossas e retas, sua pele pálida, o que faz contraste com seu cabelo curto nos ombros e preto, sua boca é bem grande e com lábios harmoniosos, com o nariz fino e longo. Porém a coisa mais linda, e mais chamativa, eram seus olhos, bem fundos, sendo eles um verde.

Verde Esmeralda.

Fico lhe admirando alguns segundos, e ela deixa, me encarando estática. Me sentia em um museu, olhandl para uma obra de arte.

- Eu to sonhando? - ela ri, me mostrando seus dentes brancos e levemente separados.

- Ahn... Eu vou buscar um lanche para ele, okay? - olho para cima e vejo um homem atrás dela vestindo um uniforme de lanchonete. Estamos em uma lanchonete.

- Tudo bem, muito obrigada.

- Magina, senhora. Pode ficar o tempo que quiser. - e ele sai.

- Como vim parar aqui? - pergunto. Percebo que estou deitado em um sofá, tento levantar porém a dor de cabeça é muito intensa.

- Shhh, fica deitado. Você passou mal, desmaiou, então te trouxe na lanchonete do outro lado da rua. Você lembra que estava na boate, né?

- Sim, lembro, mas... - desisto de tentar lembrar.

A minha última lembrança que tenho é eu bebendo enquanto tentava suportar o som insuportável que tocava naquele lugar. Aquela batida constante mexeu com meu cérebro, e junto com a bebida, cigarro e maconha, não demorou para eu decolar para outro planeta.