Cinco

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Marie Mackenzie,

— Bom dia, menina.
— Oi, Simone.
— O que vai querer para o café da manhã?
— Não quero nada, obrigada.
— Mas faz dias que você não se alimenta direito, querida.
— Estou sem fome, só isso. Jack, já está lá embaixo?
— Sim, menina.

Já faz alguns dias desde que aquilo aconteceu, tenho fingido que está tudo bem, mas apesar disso todas as noites eu vou dormir chorando, é difícil sorrir quando queremos apenas chorar o dia todo até toda dor acabar.

Entrei no carro e Jack fechou a porta, em alguns minutos ele já estava estacionando em frente ao colégio, desceu antes e abriu a porta para mim, ajeitei minha mochila e uniforme caminhando para dentro.

Vi o grupinho da Samantha e os ignorei, segui até meu armário e alguém tocou em meu ombro, por medo eu virei rápido e dei um soco na pessoa, me arrependendo em seguida ao ver que era Jaxon.

— Eu sei que estou insistindo em me aproximar de você, mas eu não esperava um soco.
— Desculpa, Jaxon, eu não..

Eu ia tocá-lo para ajudar, mas vi Samantha e acabei por me afastar, fechei meu armário e quando ia sair dali Jaxon segurou meu braço.

— Marie, eu..
— Me deixa em paz, Jaxon. Fique longe de mim, não quero nada de você nem mesmo sua amizade. Vá pro inferno, Jaxon.

Me soltei dele e fui para minha aula de matemática, as horas pareciam se arrastar, eu não conseguia me concentrar tendo Samantha e sua turma me encarando, quando bateu o sinal do intervalo eu fui para a biblioteca, cortei amizade com todos inclusive com Aline.

— Até quando vai ficar assim?
— O que você quer, Mariano?!
— Não vai adiantar usar esse tom frio comigo, eu consigo ver você por trás dessa máscara.
— Vá pro inferno!
— O que está acontecendo com você, Marie? Porque eu sei que algo aconteceu, você não ia agir assim do nada e sem motivos.
— Por que vocês não me deixam em paz?

Levantei da cadeira com raiva, sai da biblioteca e fiquei trancada em uma das cabines do banheiro, escutei risadas e sabia que se tratava da Samantha. Elas falavam sobre Jaxon, a garota parecia com raiva por estar sendo rejeitada, pior que ela continuava me culpando, dizendo que eu havia enfeitiçado ele mesmo sabendo que eu não fiz nada.

— Se ele não te quer, é porque sabe que você não passa de uma garota fútil, mimada, egoísta, racista, preconceituosa e uma vadia.

Eu conhecia aquela voz, era Aline enfrentando Samantha e sua turminha.

— Quem você pensa que é para falar assim comigo?
— Eu sei que você fez alguma coisa com a Marie, eu ainda não descobri o que você fez, mas quando eu descobrir você vai se arrepender.
— Ah, agora entendi. Está aqui querendo defender sua amiguinha; mas será que ela sabe quem realmente você é Aline?
— Eu não tenho medo das suas ameaças, Samantha? Quero saber o que você fez com a Marie?
— Eu não fiz nada; Agora vai, cai fora daqui, vai atrás da sua amiguinha, aproveita e conta para ela que você é uma sapatão.

O que? Aline é lésbica, mas como assim? Ouvi as risadas das capachos da Samantha, elas começaram xingar e humilhar minha amiga, não me aguentei e abri a porta da cabine com tudo, todas se assustaram no princípio, mas ao verem de quem se tratava não se importaram muito.

meu tutorOnde histórias criam vida. Descubra agora