Capítulo 1

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Lily

Um ser sábio uma vez disse "Não existe destino, nem karma, nem predestinação... O que existe são atitudes e decisões que devem ser tomadas sem hesitar"... Bem. Então digam-me, nada é coincidência, tudo está escrito! Não acreditam no destino? Mas sabem que mais? No final, o karma será uma cadela maior do que eu jamais precisarei de ser.

 - Lily!?

Ouço o meu nome, mas não associo. O meu cérbero fechou-se ao ver a "desgraça" que estou a presenciar.

- Eu ahmm... eu, eu posso explicar...

Sério!? O que é que o meu suposto namorado, Christopher, vai me tentar explicar, sobre a situação na qual o apanhei em flagrante? Como? Como é que ele foi capaz de me fazer passar por uma coisa tão horrível, depois de há 3 meses me ter feito uma promessa? Promessa essa que deu origem e confiança para eu ficar ao seu lado.

TRAIÇÃO!

O meu maior medo e pela segunda vez aqui estou eu... a ser traída mais uma vez.

Mon dieu! Como eu sou muito BURRA mesmo.

É o que dá confiar em homens, ou dava porque nos meus quase 18 anos, aprendi que não podemos dar uma mão sem nos tentar arrancar o braço.

Olhei para a rapariga loira nua na cama do meu namorado, oh! Espera! ex-namorado a partir de agora, com um olhar assustado que ela me faz, tentado se tapar com o lençol. Ao menos podia-me ter traído com algo melhor não!?

- É que... eu não... merda...

Com as mãos a agarrar no cabelo em posse de desespero, não consegue nem falar ou explicar, porque sabe muito bem a realidade em que está metido.

Olho para ele de repente com um olhar fulminante. Viro-me para ele e caminho na sua direção, parando na sua frente.

- Desculpa, a sério sinto muito, eu não queria que...

Disse ele, desviando o olhar com vergonha. Sem mais demora, tiro-lhe a minha mala da sua mão, onde estavam os meus pertences que tinha deixado na sua casa. Dirigi-me para a saída e antes de abrir a porta, esta abre-se com Albert, o melhor amigo de Chris, a entrar casa a dentro com outra rapariga.

- Humm... Uau agora vão fazer uma orgia...

Olho de volta para o tal que eu pensei ser o certo com desdém.

- Criança...

Digo-lhe abanado a minha cabeça e saiu porta fora.

Porquê? Porque raio me meto nestas situações?

Acho que ficarei para tia, só pode. Tenho um azar com uns rapazes que se o meu pai estive-se vivo, diria que enlouqueci. E saber o porquê? Talvez porque nunca me apaixonei verdadeiramente por alguém, e nunca me dei por completo a um rapaz. Ou então é porque causa do rapaz que conheci no ano passado e que nunca mais verei, não me sai da cabeça.

Talvez seja por isso que fui traída, não sei.

Primeiro foi com James, um Britânico que foi uma "curte" de verão, mais propriamente dita, porque nem durou 2 semanas, quando ainda eu morava em Paris. Ele tinha dito que era novo no país e que não conhecia ninguém e blá blá blá. A início achei um pouco irritante, mas lá deixei-me ir, o que deu para ver que foi um tremendo erro.

Na segunda semana em que tínhamos "andado a sair", vi-o de braço dado a uma loira, que eu já tinha visto pelo menos umas 3 vezes, e vi-os aos beijos quando se despediam. Não lhe disse nada naquela altura, mas assim que ele me ligou dei-lhe a maior descasca da vida dele. Na altura eu ainda vivia com o meu pai Louis, ele ficou mesmo preocupado, visto que nunca me tinha irritado daquela maneira. mas em menos de 5 minutos de conversa, depois de lhe ter contado tudo, ele apenas me disse "quando o teu príncipe aparecer será o mais natural possível meu amor, apenas deixa acontecer". E nessa altura ainda nem sonhava no que a minha vida ia mudar e para bem pior. Ao pensar nessas suas palavras, o meu coração aperta, como se algo de desagradável na minha memória viésse à tona. A morte do meu pai fez com que eu viésse morar com a minha mãe, em Nova Iorque. Passar do francês para o inglês foi um tanto complicado, mas lá consegui o básico e depois de 3 anos e no último ano da secundaria tenho quase o aceso à liberdade.

Linhas do destino (Pausada)Where stories live. Discover now