Capítulo 25 - Jughead Jones

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Observo Betts dormir tranquila nos meus braços, ouvi ela chorando em alguns momentos noite passada e não poder fazer para mudar aquilo me frusta. Passo a noite me questionando sobre os sentimentos que tenho pela loira desorganizada que mora comigo. Quer dizer, eu sempre gostei dela. Desde que nos conhecemos. Seu jeito descontraído e bem humorado, a pintinha que ela tem no queixo, os olhos azuis cor de mar, seus peitos de Stri... Foco, Jughead. Péssimo momento para pensar isso.

Claramente desenvolvi sentimentos por ela, basta saber se há algo a mais que ciúmes e extinto de proteção.

Betty suspira enquanto esta dormindo me despertando dos meus pensamentos, seu rosto é sereno, apesar de toda confusão que ela deve estar sentido, dormindo, ela parece bem.

Dou um beijo em sua testa e saio da cama devagar tetando não acordá-la até o horário mais próximo do jogo. Pego meu celular discando para Veronica.

"Alo? Veronica Lodge falando."

"Ela vai jogar hoje. Estaremos no ringue no horário do jogo." Ela fica em silencio por um tempo e solta um longo suspiro.

"Se você ver que ela não esta em condições de jogar deixe-a ficar em casa. Não precisamos ficar machucando ela mais do que já esta machucada, ok Jughead?"

"Pode deixar. Acho que pode ser bom para ela."

"Espero que você esteja certo, Jones."

Eu também espero estar certo.

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O jogo é morno as meninas em todos os tempos, as meninas não estão jogando nem metade do que eu sei que elas são capazes e Betty parece nunca ter pego em um taco de hóquei. Talvez não tenha sido uma boa ideia ter feito ela vir.

O ultimo tempo acaba e o painel brilhoso marca empate entre os dois times de 1 a 1. Péssimo placar, levanto em conta que elas são as campeãs do campeonato universitário. Betty estar com seu espírito quebrado desestabilizou o time em um nível que nenhuma das meninas parecia concentrada e capaz como demonstravam ser.

Vejo Betty tirar o capacete desanimada e deslizar em minha direção. As meninas ficam para trás em uma comemoração contida.

"Me tira daqui. Por favor..." Seus olhos estão marejados e me questiono sobre o que houve, mas pego suas coisas concordando com ela o mais rápido possível.

"Cooper! Agora sei como como vocês conseguiram convencer os juízes que mereciam ganhar algo depois do fiasco do ano passado. Com esses peitos eu nem faria faculdade." Betty se vira para ela rápido a empurrando, no momento seguinte vejo um soco acertar em cheio seu olho.

Corro até tentando tirá-la de lá enquanto vejo Veronica e as outras meninas partirem para cima da idiota do outro time.

Betty chora no caminho inteiro de volta para casa, não sei dizer se é de dor física ou emocional, mas eu cheguei em um ponto que não sei o que fazer para ajudá-la.

Quando ela sai do chuveiro quase uma hora depois de entrar consigo ver o estrago no seu olho esquerdo.

"Vem. Vamos colocar um gelo ai."

Ela se senta no balcão da cozinha e fica mexendo as pernas como uma criança que acabou de levar uma bronca da mão. Me aproximo dela colocando o pano em seu rosto.

"Sempre achei que garotas tinham alguma coisa de irmandade nelas. Essa garota era uma babaca." Ela solta um risinho, mas logo faz cara de dor quando comprimo o gelo em seu rosto.

"Sabe, nem todas as garotas são estilo as meninas da Kapa Kapa. Isso só acontece em filmes adolescentes para caras virgens que se excitam com uma rachadura na parede. Bom, isso e orgias em festas do pijama." Solto uma gargalhada e vejo ela dar uma risada descontraída.

"Você é de outro mundo, Betts. Só você pra transformar uma briga no hóquei em uma critica ao sexismo em Hollywood."

"Acho que alguém esta lendo meus livros de cabeceira... Simone de Beauvoir e o que mais?" Ela brinca comigo. Tento lembrar de algum livro que ela tem ao lado da cama, mas nada me vem a cabeça.

"Não verdade sou mais a Naomi Wolf." Digo sorrindo, ela levanta a sobrancelha.

"Aonde diabos você leu Naomi Wolf? Alias, como voce conhece?"

"Dean saiu com uma garota do curso de teatro que ia em um bar de leituras. Ele ia pra agradar ela e me arrastou junto. Juro que devo ter visto uma garota ler metade do livro dessa mulher. E o pior que o Dean não transou com a garota porque ela - digo fazendo aspas com a mão - ainda acreditava na instituição falida que é o casamento e gostaria de transar só com o futuro marido dela."

Betty me olha divertida.

"Juro que não consigo entender essas garotas. Quanta contradição em uma frase. Meu. Deus."

Me aproximo delas sentindo seu perfume delicado. Ela cheira a frutas e... Sorvete?

"Pêssegos e baunilha."

Abro os olhos saindo do transe em que estava.

"O que?"

"Meu perfume... Pêssegos e baunilha. Uso o mesmo perfume desde os onze anos, minha mãe que deu pela primeira vez." Sorrio sem jeito por ter sido pego "cheirando" ela.

Betty larga o gelo em cima do balcão e sobe sua mão em meu rosto enquanto se aproxima de mim, no minuto seguinte sinto seus lábios nos meus. Essa garota tem o poder de me enlouquecer com um simples toque.

E posso acabar me acostumando com seus toques delicados. Elizabeth Cooper pode ser uma jogadora de hóquei, mas delicadeza faz parte dela. E isso me faz sentir coisas que nunca achei que fosse sentir. 

Girls Like You - BugheadOnde histórias criam vida. Descubra agora