War of the Elements

Fire

Assim que saí da loja pude ver o quão encrencado eu estava, posso não ter memórias, mas em meus sonhos eu tinha certeza que aquele não era o tamanho do elemento. Um humanoide de quase 4 metros estava a 100 metros de onde eu estava, seu corpo era feito de pedras e terra, emanava uma aura poderosa, e eu podia sentir sua raiva mesmo estando tão longe.

- Oi? - Gritei - Não podemos resolver isso de forma, digamos pacífica não?

- Ah, com certeza podemos! - Exclamou a Terra com uma voz seca, então começou a se aproximar de mim.

A cada passo da criatura a terra tremia em minha volta, eu não conseguia ativar meus poderes porque simplesmente não sabia como fazer isso. Foi então que percebi, que meu oponente estava voltando ao seu estado normal a cada passo, pude ver com clareza como era a forma "humana" do elemento. Assim que ficou em minha frente pude vê-la como realmente era, uma garota negra, devia ter 1.60 de altura, mas por algum motivo eu suspeitava que aquela altura não significava nada, pude sentir isso apenas pelo ódio no olhar daqueles olhos dourados como o ouro, seu cabelo cacheado caía sobre seus ombros, a deixando de certa forma elegante.

- Você perdeu a memória e a sua noção - Ela sorriu, então fez algo que eu devia esperar, mas assim como meus poderes parece que meu instinto estava adormecido.

Antes de sentir a dor do impacto em minhas costas apenas senti o tapa na cara que me jogou contra a loja da Tia May, o vidro da loja se estilhaçou e eu bati com as costas da parede que ficava atrás do balcão da loja.

- Ai... - Murmurei, tentando me levantar.

- É bom ver que eu ainda tenho uma ótima mira! - Ela deu risada, novamente se aproximando

- Você... Você teve sorte - Consegui me por em pé

Ela estava perto novamente, então tentei acerta-la com um soco, apenas para ver a mesma segurando meu braço e o torcer, me fazendo gritar de dor.

- Eu disse para você... - Então me acertou uma joelhada na região da barriga fazendo me abaixar, ela aproximou a boca do meu ouvido - Eu vou te esmagar - Sussurrou.

- Você me esmagar? - Podia estar louco mas precisava bolar uma estratégia para me safar - Você é apenas uma empregada da Margot, pra me vencer eu tenho que estar sem memória, afinal sem isso você não é capaz de esmagar nem um ser humano - Dei risada bem no ouvido dela.

- Como ousa... - Ela disse irritada, meu plano estava funcionando - Agora você está ferrado - Só não esperava que ela fosse me agarrar e me girar, lançando meu corpo extremamente ferido para fora da loja novamente, tentei prevenir meu rosto colocando meu braço bom na frente dele, péssima ideia, a dor veio de qualquer forma.

- O que eu faço - Murmurei me sentando no asfalto, fogo já começava a curar meus ferimentos, mas era só isso, eu não sabia mais o que fazer, e isso só piorou quando um punho surgiu da terra e me acertou bem no meu rosto, me fazendo deitar com a cara no asfalto.

- Fato curioso Andrew - De repente Terra surgiu acima de mim, ficando por cima do meu corpo, o que até poderia ser sexy se ela não quisesse me matar - Os gregos acreditavam que os deuses primordiais não podiam morrer, mas se os corpos mortais deles fossem destruídos eles apenas iriam poder existir pra continuar o fluxo de seus elementos, mas não poderiam voltar a sua forma humana. Acontece que em parte não somos deuses, mas podemos morrer sim, e nunca mais podemos voltar a ter nossos corpos humanos.

Ela sorriu, então começou a me socar de maneira intensa, a cada murro eu percebia que estava perdido, eu iria morrer sem memória, sem ter meu destino que May profetizou... Mas isso de alguma forma me deixou com raiva, e a cada soco essa raiva aumentava, até em um momento que eu transformei essa raiva em fogo, meu corpo explodiu em chamas, que lançaram terra a pelo menos 10 metros de distância, então consegui me levantar, eu estava envolto de chamas e com muita raiva, algo parecia querer sair de mim, como uma criatura fora de controle.

- NÃO SE CONTENHA! - Uma voz fria gritou para mim, e olhando para o lado pude ver quem era, era Sophie, ela já estava nova em folha. - Todos nós temos isso Andrew, é a nossa transformação, ela pode se transformar em um gigante feito de terra - Disse apontando para a terra, que ainda tentava se livrar das chamas - Eu posso virar um lobo gigante, e você pode se transformar em algo que vai ter que descobrir.

Assimilei tudo o que ela disse e apenas lembrei das imagens na pedra do esconderijo, as estátuas no centro da caverna, era um lobo e um... Dragão. Deixei a raiva me controlar, e então pude ver a transformação, minhas mãos e pernas cresceram, com garras no lugar das unhas, o meu corpo em chamas começou a se esticar até ficar do tamanho de uma serpente de no mínimo 3 metros e meio, minha cabeça se alongou, cresceram presas, uma calda gigante surgiu de meu corpo e junto da calda veio duas asas gigantes, meu corpo assumiu escamas todas de um vermelho tão vivo quanto o fogo, eu era literalmente um dragão.

- Isso! - Uma voz exclamou em minha mente, olhei para o lado, no lugar de Sophie se encontrava um lobo gigante de 3 metros, seu pelo era tão branco quanto a neve, seus olhos roxos cintilavam, suas presas eram tão afiadas quanto as minhas.

- Como? - Perguntei

- Eu explico depois.

- Então vocês acham que só porque estão assim podem me derrotar? - Terra riu, já transformada em um gigante de 4 metros. - MORRAM!

Assim que gritou correu em direção a um pequeno prédio que havia em sua esquerda e o arrancou do chão como se ele fosse apenas um brinquedo, e atirou em nossa direção. Rapidamente me desviei, Sophie fez o mesmo, eu já estava cansado daquele elemento estúpido, então antes que Sophie dissesse algo, abri minhas asas e levantei vôo, pude ver Sophie atacando a gigante, mas antes que ela fizesse algo Terra a chutou, lançando a loba longe. Mergulhei em direção Terra, fazendo o óbvio para dragões, cuspindo fogo, ela tentou se defender levantando um escudo feito de terra, porém não previu a minha distração, assim que pousei, enrolei uma de suas pernas com minha calda e a joguei para cima, novamente levantei vôo e usando a minha calda outra vez a joguei no chão, fazendo um pequeno terremoto com o impacto.
Sophie já recuperada entrou em ação, assim que a gigante se levantou ela foi ao seu encontro com um impacto que a lançou longe, eu então fiz algo extraordinário, lancei uma onda de chamas contra a Terra, fazendo uma pequena explosão.

- Eu... - Murmurei, já estava sem forças, desci em espiral caindo no chão, quando me levantei estava em minha forma humana.

- Você está bem? - Sophie perguntou em minha mente, ela chegou bem perto de mim em sua forma de lobo e me senti intimidado já que naquele estado eu tinha nem a metade de seu tamanho.

- Eu estou... - Disse, mas estava com muita dor - Cuidado!

Exclamei vendo Terra levantando, porém ela também estava em sua forma humana, parecia ferida por causa da explosão, mas a sua raiva aparentemente continuava, Sophie se posicionou ao meu lado, pronta para lutar para me defender, ela via que eu estava com muita dor.

- Eu vou matar vocês, podem ter certeza! - Exclamou - Mas no momento minha chefe me convoca... Andrew, eu vou manter minha promessa, você será esmagado, e pode ter certeza que eu estarei lá. - Murmurou, e então desapareceu, afundando na terra.

- Bianca sempre foi um pé no saco - Disse Sophie que já estava em sua forma humana.

- A Terra tem o nome de Bianca? - Dei uma fraca risada mas estava com muita dor - Que barulho é esse?

- São os humanos, fizemos muita bagunça, só espero que ninguém além de M... tenha morrido - Ela disse de forma fraca.

Depois olhando ao redor pude ver a bagunça que havíamos feito na cidade, casas e prédios destruídos, pessoas gritando desesperadas, feridos, chamas, havia sirenes feito loucas para todos os lados, como eu não vi isso antes?

- Você apanhou feio, ainda não está totalmente curado - Disse Sophie me observando

- Qual é, eu não estou tão mal assim - Sorri de forma fraca, e então cometi um erro, tentei andar, assim que fiz isso meu corpo fraquejou. Estava tão dolorido e cansado que não aguentei, caí, pude ouvir Sophie gritando meu nome e a senti segurando meu corpo, entretanto mesmo assim eu perdi minha consciência. Realmente havia apanhado muito.