O Início da Guerra

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Estava ali, parado no topo de uma colina, a minha frente havia a construção mais linda que já tinha visto (pelo menos enquanto estava sem memória, realmente era a mais linda). Um castelo congelado, pense como se a Elsa de Frozen escapasse do filme e fizesse uma construção na vida real, agora pense numa construção cinco vezes maior, mais brilhante, mais linda, mais reluzente. Esse era o poder de Sophie, o seu frio congelava tudo ao seu redor, o castelo reluzia sob a aurora boreal, fazendo brilhar de uma forma como se o sol estivesse ali, mas era apenas o frio, o frio de um amor que eu havia esquecido.

— Como pude esquecer ela… - Murmurei baixo, já não sentia frio, meu corpo havia conseguido se esquentar, eu estava no caminho certo para recuperar meus poderes.

— Acalme-se, em breve você verá que lembrar dela será insignificante - Uma voz sussurrou em meu ouvido, era aquela voz novamente, o som metálico rasgava meus ouvidos.

— Você de novo! - Disse, rangendo os dentes

— Claro! Eu nunca irei embora - Riu para mim - Está pronto para queimar um mundo inteiro?

— Não irei queimar nada! - Disse, estava com muita raiva, então a concentrei em minhas mãos e lancei uma rajada de chamas em direção a voz

— Bobinho - A voz me respondeu rindo, eu apenas havia acertado a tempestade de neve. - Acha mesmo que pode acertar o vento? Deixa eu te ensinar algo - Então de repente o ar a minha volta parou, a neve da tempestade parou de cair, meu fogo havia acabado, e eu caí de joelhos sem ar.

— Eu não sou imortal… Como estou sufocando - Já estava sem fôlego.

— Você é imortal, mas mesmo os seres de vida eterna tem fraquezas… - Riu

— Eu... Eu

— Você? Você só não vai morrer porque o nosso mestre precisa de você vivo, pois apenas com você o mundo… - A voz se calou, como se fosse dizer algo que não poderia dizer. - Deixa pra lá, irá saber mais tarde. Por enquanto é isso, e lembre-se… O ar sempre fará você cair… - Ela disse, e então de repente algo me jogou para cima.

Foi como um empurrão, eu me via no chão em um instante, no outro já estava a trinta metros do chão e indo mais alto. Enquanto subia estava tudo bem, o problema foi quando comecei a descer, desci bem mais rápido do que havia subido, e o pior era que a voz parecia gargalhar através do vento, como se ver meu desespero fosse divertido.
Eu balançava meus braços e minhas pernas tentando cair mais devagar mas de nada adiantava, era inútil. A única maneira de sair daquela situação sem me machucar era me transformar em dragão, mas eu não sabia como fazer aquilo, não havia dominado minhas habilidades por completo, porém se eu não me transformasse ali e agora eu iria me machucar muito feio. Tentei me concentrar, e então cometi um erro ao olhar para baixo, a ponta do castelo se aproximava, estava agora a vinte metros de distância, agora dezoito e se aproximando.

— Eu não vou morrer desse jeito… - Prometi a mim mesmo e então explodi em chamas, meu corpo se transformou, logo eu já não era mais humano, e sim um dragão com escamas vermelhas e asas.

O castelo já estava a seis metros quando abri minhas asas e planei, até pousar na ponta do castelo, enrolei meu corpo reptiliano no castelo, minhas asas se abriram, e minhas patas ficaram se segurando no castelo. Podia sentir a luz da aurora boreal brilhando sob meu corpo, também pude ver a batalha lá embaixo. Os lobos de Sophie lutavam com toda sua força, mas logo seriam derrotados, pois contra quem eles lutavam… Não sei como descrever, eram humanóides musculosos, só que tinham quase dois metros e meio de altura, seus rostos eram compostos de barro que escorria, havia dois buracos escuros em seus rostos que com certeza eram para serem seus olhos, em sua boca havia um sorriso macabro parecendo aquelas máscaras de teatro, dos seus rostos para baixo era composto por terra e pedras, havia grama em seus braços.

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