Em uma noite chuvosa de sexta feira, o garoto de fios rosados se encontrava encolhido entre os lençóis de seda da cama, seu coração machucado clamava pelo calor de seu alfa, que havia saído a horas atrás sem lhe avisar. Por mais doloroso que seja admitir, o moreno não o fez apenas uma vez, era algo que acontecia com frequência, ou mais específico, todos os dias. A cada notificação em seu celular, o ômega abria um sorriso sincero, confiante de que seria seu alfa lhe avisando que estava voltando para si, mas nunca acontecia. Um barulho alto de um trovão ecoou, adentrando os ouvidos sensíveis do rosado e o fazendo levar as mãozinhas pequenas em uma
tentativa inútil de diminuir a dor. A dor de seu coração ferido, a dor de seu corpo necessitado pelo calor de seu homem, a dor de seus ouvidos, e a dor de sua marca queimando por uma traição.E em um misto de todas aquelas dores jimin adormeceu, as marcas de lágrimas secas presentes em suas bochechas fartas e rosadinhas, o dando uma aparência ainda mais frágil do que se era naturalmente. Em exatos três e quarenta e cinco da madrugada, o pequeno acordou com o barulho da fechadura sendo destravada, e já sabia quem seria. Chutou os lençóis para fora do seu corpo, se levantando em um pulo e correndo para o andar de baixo, quase tropeçando na escadaria, se não tivesse se segurado firmemente no corrimão.
- amor, onde estava? — o ômega perguntou, por mais que já soubesse onde o moreno estava, e o que estava fazendo. Caminhou até seu alfa, se encolhendo brevemente ao sentir o cheiro forte do álcool, as marcas de sabe se lá quantas fodas estavam estampadas em seu pescoço, seus cabelos bagunçados e suas vestes amassadas.
- achando alguém que me satisfaça melhor que você. — Aquelas palavras o acertaram fortemente, sentiu seu coração se despedaçar em milhões de pedacinhos e seus olhinhos pequenos lacrimejarem, o ômega se sentiu humilhado, maltratado, ferido por aquele que chamava de amor da sua vida.
o pequeno se sentiu farto, aturou todo aquele massacre psicológico por muito tempo, deu as chances que seu alfa precisava na esperança de ele mudar. Mas nunca acontecia, Jungkook pertencia ao mundo e Jimin entendeu isso, da forma mais dolorosa possível.
- Chega. — O ômega anunciou, fazendo o moreno o olhar com uma expressão confusa e sobrancelhas arqueadas. - A culpa nunca foi minha, Jungkook.
- O que você está falan...— O alfa foi interrompido quando o menor estendeu sua mão em frente à seu corpo, negando com a cabeça.
- agora eu vou falar! — Jimin gritou, alto e choroso. - Sabe quantas noites eu senti sua falta, Jungkook? Quantas vezes eu implorei para que o "meu" (fez aspas com os dedos) alfa estivesse comigo? — Lágrimas já escorriam por seu rosto, deslizando de forma torturante por seu pescoço até sumirem na gola de sua camisa larga. - Esperei por você, lhe dei quantas chances precisava, me culpei por não ser o suficiente, quando era você quem não me merecia.caminhou até a escada, subindo os degraus e não demorando a chegar no topo. Virou-se, olhando nos olhos daquele que partiu seu coração. - Dizem que a marca da alma gêmea significa união entre aqueles que se amam, mas onde estava você quando eu precisei? — e então o pequeno girou seus tornozelos, sumindo da visão do alfa que estava estático, sem esbouçar reação alguma até então.
Adentrou o quarto do casal, e foi o suficiente para desmoronar. Ajoelhou-se, com suas mãos em seu rosto tentando abafar a dor que estava sentindo. E se houvesse alguém lá em cima que estava consigo, foi esse alguém que lhe deu forças para se levantar, Jimin puxou uma mala e a abriu choroso, jogando tudo o que era importante pra si. Não se preocupou com o resto das roupas, na mala tinha o suficiente para usar até se estabilizar em um novo lugar, em uma nova vida. Após terminar, fechou a mala e colocou uma calça jeans, já que até então não usava nada embaixo. Desceu as escadas, rumo a porta, quando sentiu a mão grande e forte segurar seu pulso.
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I took you away from me. //jikook
FanfictionOnde Jeon Jungkook era um alfa festeiro, sem responsabilidades e que se achava pertencente ao mundo. Enquanto seu ômega marcado vivia sozinho, com saudades e implorando pelo carinho de seu alfa. mas e se tudo mudasse? e se o pequeno ômega encontrass...