Capítulo 3
"Eu não quero dinheiro, amizade ou alegria. Quero apenas ver meu reflexo no espelho sem essa minha agonia"
_Évelly Cristina
O telefone tocava incansavelmente até que a senhora Parker, sozinha em casa e com os nervos impossibilitando os tremores que tomavam conta de seu corpo cessarem, conseguiu se acalmar, depois de alguns goles de água com açúcar, e alcançar o irritante aparelho que lhe dava esperanças, mas que trazia no pacote uma boa dose de pressentimentos ruins, principalmente quando foi capaz de ler o nome de Ethan na tela.
- Alô? - sua voz ecoou por toda a grande casa e ela esperou ansiosamente por uma resposta. Já não aguentava mais não ter notícias de seu filho, nenhuma. E era isso que a preocupava.
- Anne Parker? - a voz feminina do outro lado da linha era calma, apesar de parecer estar ofegante.
- Sim, mas quem, quem é você? E cadê o meu filho, por que está com o celular dele? - ela disparou e atropelou as palavras
- Eu garanto que lhe explico tudo isso, mas agora eu preciso que a senhora fique calma e venha me encontrar, pode fazer isso?
- Claro, claro. Mas onde vocês estão? - a senhora soava frio, só queria o seu filho de volta. E iria até o fim do mundo a sua procura.
- No hospital do centro, mas fique tranquila, não foi nada muito grave. - É claro que foi um eufemismo, mas a pobre mãe estava tão nervosa que nem reparou na palavra "muito", que mesmo que inconscientemente muda completamente o sentido da frase.
A senhora encerrou a chamada e correu para a rua, como Tyler havia saído com o carro à procura de Ethan ela estava apenas com uma bicicleta em casa, mas demoraria muito e aquela situação exigia agilidade.
Quando chegou na avenida já avistou um táxi, fez sinal para que ele parasse e se apressou para entrar no veículo, para logo em seguida informar o destino ao motorista e pedir rapidez.
O caminho não era muito longo, mas para aquela pobre mãe com o coração em puro desespero parecia uma eternidade. Ela estava encostada na janela vendo os pingos da chuva que acabara de começar a cair e agora escorriam pelo vidro escuro do carro, não largava o celular por nada, tinha medo de receber outra ligação da moça que dizia estar com Ethan e acabar demorando para atender, não queria correr o risco. Foi então que ela lembrou de Tyler, ele havia saído já havia algum tempo e ainda deveria estar a procura do amigo.
Não demorou muito para que o garoto atendesse a ligação e recebesse a notícia do paradeiro de seu amigo, então logo estava fazendo o retorno e seguindo em direção ao hospital.
Anne Parker desceu do taxi e seguiu em direção a portaria do grande edifício hospitalar. Estava tão desesperada para ver seu filho que não reparou na beleza do prédio, que tinha sua fachada toda espelhada, com alguns detalhes em arranjos de ramos caindo em sua lateral, o quê dava um ar mais natural, mais aconchegante.
- Ah, boa noite. Eu gostaria de ver meu filho, por favor.
A recepcionista levantou o olhar de algumas pastas que estavam em suas mãos e fitou a mulher á sua frente.
- Qual o nome? - perguntou com o olhar vazio e um notável desinteresse.
- É Ethan, Ethan Parker. - a mãe informou e esperou ansiosamente enquanto a mulher atrás do balcão vasculhava as fichas diárias do pacientes na grande tela do computador. Será havia sido um trote? Ou Uma brincadeira de mau gosto? Não, não poderia ser. Ela nunca ouvira aquela voz antes, ou se lembraria, não tinha como aquela mulher saber seu nome.
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Profundezas
RomanceEthan Parker era um jovem nadador que tinha o mundo em suas mãos e estava prestes a realizar o seu maior sonho, representar seu país nas Olimpíadas. Mas graças a sua arrogância o destino se deixou traçar um outro caminho, e em um trágico acidente pe...