Como uma pessoa como tu foi capaz?
Como foste capaz de me apunhalar pelas costas?
De me ver sofrer e mesmo assim me deixares?!
Tu deixaste-me...na mão de monstros!
-Pai?! -Gritei bem alto.
O meu pai?! Como ele pode matar alguém? Como teve a ousadia de me abandonar durante todo este tempo e de aparecer assim? As minhas mãos estão suadas, não tenho qualquer reação. Parece que o tempo congelou e um arrepio percorreu a minha espinha. A única coisa que sei do meu pai foi que ele deixou a minha mãe quando soube que ela estava grávida, porque achava que não iria ser capaz de lidar com tal responsabilidade...mas uma coisa é certa, se soube fazer também saberia cuidar.
-Acacia...filha! -Veio até ao meu encontro e eu simplesmente andei para trás.
-Que fazes aqui?! Onde estives-te? Porque me abandonas-te?Tu mataste-o! Quem é ele? -Milhares de perguntas passavam pela minha cabeça.
Se tinha de lhe perguntar tudo isto e mais algumas coisas? Sim tinha, afinal de contas...tenho um rapaz que diz que sabe mais sobre mim do que eu mesma, que sabe da história do sino e que sabe o porquê de eu o proteger a todo o custo.
-Eu sei que tens muitas perguntas, mas eu não te posso responder a muitas delas...ou até mesmo a nenhumas. Mas tens de vir comigo. -Aproximava-se ainda mais.
-Afasta-te por favor... -Falei fraca devido ás lágrimas que escorriam pela minha cara- Tu deixaste-me.
Vem comigo?! Mas ele está maluco ou quê? Eu cresci sem ele. Eu tive de crescer sem um pai devido á sua cobardia! Nesse preciso momento senti o meu braço ser agarrado com brutidade.
-Vais ter de me ouvir! Eu sou teu pai! -Ele gritou com a sua cara bem perto da minha como se estivesse a ameaçar-me.
Um sentimento de dor encheu o meu peito, tinha uma vontade enorme de correr dali para fora, se desaparecer, ouvi um estranho barulho vindo do meu auscultador. Não devia ser nada, deviam ser aqueles parvos, e quando os chamo de parvos não é num bom sentido, a rir simplesmente porque lhes apetece...não posso negar que fiquei desconfiada. Mas o mais importante agora é o que está a acontecer neste preciso momento...sinto-me mal, desconfortável. Será que ele não percebe o sofrimento que ele me causou? A sua ausência destruiu-me.
Mas...como sabe ele que eu estou aqui?! Boa Acacia...aqui tens mais uma pergunta sem resposta -.-. Por momentos chego a pensar que ele possa ter algo a ver com o psicopata do Harry ou então pertençe ao "grupo" do que matou apesar de não fazer muito sentido ele matar alguém que é da sua confiança, estas são as únicas hipoteses de ele saber que eu iria estar aqui, neste momento.
-Deixas-te de ser meu pai á muito tempo! Eu odeio-te! -Gritei enquanto as lágrimas teimavam em escorrer pela minha face.
-Se me odeias agora, imagina se eu te desse as respostas que queres. Irias desejar-me morte. -Soltou o meu braço com calma.
Voltei a ouvir um riso vindo do auscultador e também pude ouvi-los a falar, não consegui perceber nem uma palavra. Isto estava mesmo a tornar-se estranho. Começei a correr, sem qualquer destino, sem saber para onde ir. Apenas queria fugir daqueles rapazes e...do meu pai...não acredito que estou mesmo a querer fugir do meu pai...é suposto pai e filha serem unidos. Neste caso isso não acontece e duvido que aconteça.
Ouvia os seus passos apressados atrás de mim, olhei para trás e depois de novo para a frente. Consegui avistar o carro e continuei a correr. Quando finalmente o alcançei espreitei pelas janelas e...não está lá ninguém! Onde eles se enfiaram?! Boa deixaram-me aqui!
-Parece que os teus amigos te deixaram. -Aquela voz...não era a do meu pai, Thomas!.
-Eles não são meus amigos! São uns monstros que me obrigaram a fazer o trabalho sujo por eles em troca da verdade mas que queres? -Virei-lhe costas para nem sequer ter olhar para a sua cara.
-Isso não interessa? Mas...não reparas-te em algo diferente, não falta aqui ninguém?
Pai...
Olhei para trás e nem queria acreditar no que estava a ver, ele estava estendido no chão, os meus olhos arregalaram-se.
-Que lhe fizes-te?! -Sentei-me ao lado do corpo do meu pai.
-Tem calma boneca, isso só dura umas horas. Espero é que dê tempo de fazer o transporte, não queremos que ninguém atrapalhe.
-Transporte? Que transporte? -Olhei-o com raiva e cerrei os meus punhos levantando-me do chão.
-Digamos que vocês os dois iram fazer uma viagem...ao inferno. -Ele riu e a raiva crescia cada vez mais dentro de mim.
-Que viagem? Conta-me a verdade!
-Bem...digamos que ele vai levar-vos até ao sítio onde tudo começou.
Ele?! Espera...é impressão minha ou isto não passou tudo de uma armadilha do Harry e que este não é o favor que ele quer que eu lhe faça? Ao que parece ele apenas gosta de me ver sofrer, tinha várias opções na minha cabeça mas esta era sem dúvida a mais correta. Olhei em redor e um barulho ensurdecedor apuderou-se dos meus ouvidos, pude ver um carro a vir até ao sítio onde estavamos em alta velocidade, quando vi quem era o rapaz que saíra do carro a minha única vontade foi mata-lo!
-Podes ir Thomas, a partir de agora quem trata disto sou eu. -Mal o Harry o disse o Thomas abandonou rápidamente o local.
-Que queres de mim? Para onde me vais levar? Que tencionas fazer comigo? -Milhões de perguntas passavam na minha mente.
-Tenciono que saibas qual é preço da verdade -A sua mão pousou levemente na minha cara acariciando-a.
-Conta-me a verdade por favor... -Chorava.
-Acacia...és tão frágil e ingénua. Nunca te ensinaram a não confiar em estranhos? Quer dizer tu para mim não és nenhuma estranha porque tal como eu já te disse eu conheço cada capítulo da tua história melhor que tu mesma, mas eu para ti sou um desconheçido, já tu não conheçes nem metade de mim. -Acariciou o meu cabelo.
Quando a sua mão mexeu no meu cabelo, libertei um suspiro pesado, não sabia muito bem como reagir naquele momento. Tenho medo dele mas ao mesmo tempo desejo-o, eu não posso deseja-lo! Tenho de parar de imediato com tudo isto, eu tenho de me focar apenas no que aconteçeu realmente á minha mãe.
-Então qual é o verdadeiro favor que queres que faça? Diz-me por favor, estou farta disto! -Tirei a sua mão.
-O verdadeiro favor, vai custar-te muito a cumprir...eu sei que sim. -Ele replicou.
-Diz-me o que é.
-Vais ter de matar a única pessoa que te resta.
Não...ele só pode estar a brincar comigo!
Porque o desejo? Neste momento o seu cabelo estava a voar com o vento, batendo-me na cara e deixando as suas orelhas destapadas. Eu não devia desejar quem me está a matar.
Oláaa meus amores, desculpem por ter demorado tanto tempo a postar mas aconteçeram uns imprevistos. Prometo que posto o próximo o mais rápido que puder. Que acharam deste capítulo? Quem acham que ela vai ter de matar? Este Harry é cheio de surpresas. Espero que tenham gostado!
Beijinhos! :D
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You're My Dark Side // h.s
Fanfiction"Vou matar-te...tal como fiz com a tua mãe" -a sua voz rouca penetrou os meus ouvidos num sussurro. Perdoarias-me se eu o amasse? Afastavas-te se eu não te quisesse? Esquecerias o meu passado se eu acaba-se contigo? A menina simpática e...