Twinless Twin

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Experiência de vida era o que Jane Dark dominava. Nascida nos arredores de Nova York, numa vila onde não havia muitas possibilidades, ela conseguiu concretizar os seus sonhos de ir viver para a tão famosa cidade. Os seus sonhos lideravam as suas ações. No entanto, ela nunca se imaginara a ter que fazer certas coisas, como ter que correr atrás da sua cadela, Lucie, pelo Central Park inteiro, acabando por esbarrar contra os jogadores de xadrez -não fora um primeiro dia muito bom. No entanto, lá estava ela, sentada no chão da casa com o seu querido companheiro Josh Fidel, que não envelhecera nada nos últimos anos, prevalecendo ainda a sua alegria e personalidade jovem, a estudar mapas do sistema de esgoto da cidade.

“Tens a certeza de que isto está correto?” Ela bebe um gole da sua caneca fumegante, cheia de café amargo, tal como ela gostava. Lucie estava deitada a seus pés, aquecendo-os com o seu pelo dourado, e ronronava carinhosamente.

“Sim sim sim…” Do outro do lado da sala, o velho barbudo sentado no seu cadeirão macio, com vários papéis no seu colo, confirmou. “Foi tudo o que consegui arranjar, e isso é de 2016. Acredito que não haja muitas obras desde esse tempo na cidade.”

Jane deitou-se em cima do monte de papéis no centro da pequena sala de estar, suspirando de frustração. “Não vai ser fácil. Ele pode estar em qualquer lado. Eu tenho que descobrir o que aconteceu.” Ela disse, determinada.

O seu sonho de encontrar o seu irmão gémeo nunca desaparecera. Houve tempos em que Jane só existia. O seu corpo estava presente mas a sua mente podia estar em qualquer quer lugar. Nessas semanas, Josh tentará incentiva-la a jogar xadrez com ele, mas Jane deixara de gostar do jogo quando uma das velhotas lhe atirou um tabuleiro à cabeça, depois de ter esbarrado com ela - a culpa não tinha sido de Jane, a sua cadela realmente adorava os esquilos do Central Park. Ela só realmente se encontrou a si mesma quando esteve de caras com a morte - ou uma coisa pior que isso- Josh na sua tentativa de tocar violino.

De facto, todos os Fots tinham sido afugentados da zona quando ele pegou no violino.

Julian Dark era um nome que nas últimas semanas não saía da cabeça da jovem. A sua metade estava desaparecida, havia quase 1 ano, mas mesmo assim Jane sabia todos os traços da sua face decor.

Depois de serem obrigados a sair da cidade -  um Juyt havia destruído por completo, o telhado da estimada casa de Josh, ele nunca chorara tanto por ter perdido os seus preciosos livros, os dois companheiros dirigiram-se para a casa natal de Jane, ainda que por descontentamento da mesma. Aquela casa ainda lhe trazia más recordações dos tempos difíceis que ela, Julian e a mãe passaram.

Jane ocupara o antigo quarto que partilhava com Julian. Da primeira vez que entrava nele, depois de anos sem conta, o quarto estava imaculado. Ela imaginara que a mãe o tivesse arrumado antes de falecer. Na sua parte do quarto, havia desenhos pendurados na parede onde a sua cama estava encostada. Ela ainda se lembrava da bonita história de amor que cada um contava, lembrando-se do quanto era apaixonada pela ideia do amor em criança.

Do lado do quarto de Julian às pautas de música ainda enchiam a sua secretária. Em casa eles não tinham um piano- nunca puderam pagar por ele - mas Julian lá se desenrascara, pedindo ao padre da igreja da vila para ensaiar no piano. Se Julian tinha um sonho, ele sempre iria arranjar uma maneira para que o cumprisse.

Agora, o quarto de paredes azuis estava ocupado por plantas da cidade, folhas e folhas em que Jane passara horas a teorizar. A sua cama era o único lugar em que não se notava a diferença. Ao se entrar no quarto, uma janela ampla dava luz atrás dos cortinados. Mas Jane odiava estar ali sem o seu irmão gémeo. Vivia com pontadas de dor à demasiado tempo e sempre que chegavam a um beco sem saída, a esperança nem sempre podia levantar Jane outra vez.