1. Prólogo

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Jade Varguezes. 




A ventania lá fora era devastadora. Encolhi-me mais em minha cadeira enquanto observava pela janela as grossas e incontáveis gotículas de água caírem, provavelmente, alagando a rua. Sobressaltei ao ver a tela do computador brilhar. Cautelosamente, caminhei em passos silenciosos e largos, indo na direção do causador de meu susto. Ao perceber que não era nada de mais, sentei-me novamente na poltrona, procurando o que eu havia recebido.

Ao abrir minha conta do email, deparei-me com uma mensagem, qual julgo eu ser de algum amigo. Sem perder tempo, cliquei rapidamente na mensagem e, ao começar a ler, pude entender que tratava-se de um convite. Me surpreendi ao perceber que o convite não era de uma festa monótona da indústria, e sim de um encontro; um encontro com meus antigos colegas e amigos da minha faculdade. Há nove anos que eu não os vejo, foram poucas as pessoas que mantenho contato até hoje.

Aceitei o convite sem perda de tempo. Levantei-me da confortável cadeira giratória com um grande sorriso no rosto, que logo se desfez.


Eu não tinha um par!


Encarei minhas chaves que encontravam-se em cima do criado-mudo, pegando as mesmas. Eu precisava pensar, não poderia chegar à festa sozinha.


— Senhorita Varguezes! — o Sr. Will sorriu ao abri a garagem. Retribui o sorriso enquanto entrava em meu carro, ligando o mesmo e acelerando-o sem medir esforços.

Olhei o relógio aflita. Eu apenas precisava de um homem disposto a me acompanhar em um encontro com várias pessoas, apenas isso, seria fácil.

Dou risada com minha falha tentativa de manter-me calma. Seria difícil. É utópico pensar o contrário sobre encontrar um cara disposto à me acompanhar.

Estacionei o carro em frente à minha casa. Esperei que abrissem o portão, e só então eu entro. Ao fazê-lo, olhei de rabo-de-olho para a minha irmã, qual estava literalmente jogada em meu sofá, enquanto comia algo que não reconheci.

— Espero não ver uma mísera mancha em meu sofá. — falei. Hazel, encarou-me e sorriu debochada, voltando comer sua pipoca, qual só agora reparei. — Estou falando sério, Hazel.

— Aproveite o filme, irmãzinha. — olhei para trás franzindo o cenho.

— É a centésima vez que você assiste esse filme? — perguntei para Hazel, e a mesma revirou os olhos.

— Por que está com essa cara? — perguntou de volta e eu não respondi. — O que aconteceu? — ainda olhando para o filme, Hazel continuou. — Um de seus contratos não deram certo? — debochou, porém foi ignorada.

— Haverá um reencontro da escola. — expliquei, curta.

— Por isso está com essa cara? — perguntou, analisando minha feição.

— Eu não tenho um par. — fui breve, porém falei baixo, para que ela não escutasse.

— Por que não vai sozinha?

— É que...

— Eu já entendi. — Hazel levantou-se de seu aposento, e então correu até a escada. Eu adorava isso nela, sempre sabia como resolver tudo, mesmo com sua pose de despreocupada.

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