Confusão;
Os pensamentos sempre jogados para todos os lados. Vezes me sentido descartável, vezes me sentindo a pessoa mais interessante do mundo. Sempre oito ou oitenta, nunca no meio disso. Ou odeio muito, ou eu amo cegamente de um jeito doentio.
Não sei lidar com a raiva, e a que eu sinto de mim mesma sempre foi a maior delas.
Eu corro atrás de todo mundo, eu sempre corri, o medo de ficar só nunca me deixou experimentar essa sensação de estar de fato sozinha.Eu gosto do teu tom sossegado;
Sempre respirando fundo e contando até dez antes de manipular, ou gritar, ou cortar. O jeito que sempre controla tudo o que sente me faz questinoar se você não sente falta da sua confusão, de se sentir dentro do olho de um tornado, esperando pelo momento em que tudo vai começar a voar e se destruir de novo. A confusão machuca, mas ela é tão aconchegante. Eu gosto dos pensamentos espalhados, eles me fazem escrever. E escrever é o melhor jeito que eu encontrei para preencher o que se foi um dia, flutuando juntos as nuvens de tempestade.
Eu não gosto de quem você se tornou, isso é sem graça, não tem nada de interessante em você. Me pergunto se foram os remédios, ou o jeito que amadureceu, mas eu sinto falta do seu eu antigo. Do imprevisível, que escrevia com sangue as palavras que sentia dentro do peito.
Eu quero que você volte, mas quero te deixar ter paz. Desse jeito você vai descansar, mesmo que o vazio ainda esteja ai, flutuando dentro de você.