N/A: Era só para avisar que o melhor que podem fazer é ler este prólogo com a musica a tocar. E também que este foi o melhor prologo que já escrevi xp
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O medo. Era a única coisa que eu sentia. Abraçada ao meu ursinho de peluche castanho e velho. Há horas escondida dentro do armário do quarto dos meus pais. Eu ouvi, eu ouvi os gritos. Ouvi todos os estrondos que me assustaram. E depois… silêncio, apenas silêncio. Tudo parou de repente. Mas a coragem faltava-me, não conseguia sair dali. Eles disseram para eu não sair dali até eles voltarem. Encolhi-me um pouco e abri a porta do armário, esta guinchou. Espreitei para dentro do quarto que parecia calmo.
- Mãmã?- Eu chamei e pus os meus pés fora do armário.- Pãpã?- Andei até á porta do quarto. Fechada. Tal como eles a tinham deixado. Rodei a chave na fechadura e abri-a. Tudo silencioso de mais. Andei pelos corredores da casa, o que me fez sentir demasiado pequenina. Eu tremia, não de frio, mas de medo.
- Mãmã? Pãpã?- Eu voltei a chamar olhando para todas as salas naquela mansão. Os meus pequenos passos ecoavam na casa, mas eu apenas ouvia os meus, e isso começava a preocupar-me.
- Pãpã? Eu estou com medo…- Aumentei a voz. Mas não o suficiente. E foi aí, ao passar por uma sala muito visitada por mim, que eu vi o pior dos cenários. Os vidros do quarto dos brinquedos, como eu lhe chamara, estavam partidos. Os cacos no chão faziam barulho quando eu os pisava com os meus pequenos pés. Os brinquedos, a maioria partidos, já não estavam nas suas prateleiras. Mas havia algo que parecia intacto. Num pequeno canto, ao fundo da sala, estava um casaco. O casaco da minha mãmã. Eu peguei nele enquanto as lágrimas me escorregavam pela cara. Sentei-me no chão, abraçada ás minhas pernas, a chorar. Ouvi uns passos vindos do corredor, mas não era só uma pessoa, eram algumas pessoas que vinham devagarinho, tentando não fazer barulho. Mas eu ouvia-as perfeitamente enquanto se aproximavam. O medo começou a surgir novamente, o medo. Então… eu vi uma sombra, muitas sombras, na verdade. E foi ai que um rapaz apareceu á porta, a sorrir. O seu cabelo preto caia-lhe na testa, numa franja perfeita e ele parecia ter a minha idade, seis anos. Ele aproximou-se de mim e olhou-me com os seus olhos azuis, e todo inocente, perguntou:
- O meu nome é Dan. Queres ser minha amiga?- Não estava a perceber nada, até mais três crianças e duas pessoas crescidas entrarem na sala. A sorrir. Eles olharam para mim, que ainda estava sentada no chão a abraçar as pernas, assustada e confusa. E vulnerável. Um senhor, que parecia ter a idade dos meus pais, baixou-se ao meu nível, fazendo-me recuar e bater com as costas na parede rosa atrás de mim.
- Não precisas de ter medo…- Ele tentou acalmar-me. E depois mexeu o braço para cima e, com um só movimento, os cacos de vidro começaram a brilhar e voltaram a juntar-se, arranjando as duas janelas enormes na perfeição. Era magia. As quatro crianças e a senhora estavam paradas, a assistir á cena, como se aquilo fosse algo normal.- A tua mãmã e o teu pãpã…- Ele parou e olhou para a mulher loira. Esta abanou com a cabeça, incentivando-o a fazer, seja o que fôr.- Eles pediram-nos para tomarmos conta de ti.- Os seus olhos encontraram-se com os meus e ele esticou-me a mão.- Eu sou o Gale, e vou proteger-te. Todos nós vamos proteger-te. Não vais ficar sozinha.- Ele disse e então eu lembrei-me de que aquela senhora parada ao lado das crianças havia tomado conta de mim o ano passado, quando os meus pais trabalhavam… Olhei para Gale que me sorriu. Fiquei parada, insegura. Mas eu sabia que aquela mulher, a Amy, era boa pessoa. Olhei uma última vez para as pessoas que me eram desconhecidas na altura. E agarrei a mão de Gale. Quando ele me levantou eu olhei para Amy.
- Olá, Aurora.- Ela disse na sua voz mais doce e o seu sorriso mais fofo. Eu abracei-a, chorando contra a sua barriga.- Oh, minha querida. Vai ficar tudo bem…- Ela disse abraçando-me de volta.- Eu prometo. Eu prometo…
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Então, yah. Este foi o prólogo da minha nova história. Como eu sou lerda e demoro muiiiito a atualizar, não sei quando posto um próximo ;p
Bem, e com isto me despeço.
Da vossa querida amante,
Alvin
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Aurora ☪ (slow updates)
Romance“Nós vivemos ou sobrevivemos?” Uma pergunta que eu faço a mim própria todos os dias, e chego sempre á mesma conclusão: isto é tudo menos viver. "You are always the same, Aurora. But you're so different. You're so beautiful. And I'm so in love."