Voltei ao rio. Ouço os pássaros e nem vozes nem gritos eram ouvidos. Levantei-me devagar tendo a certeza que ninguém me observava. Eu tremia de medo. Não sabendo o que fazer deixei-me ficar ali, a olhar para o rio. Indaguei-me sobre o que havia acontecido. Primeiro aparecem os meus pais e depois o Daniel. Talvez uma espécie de feitiço de lembrança para baixar o meu ego…? Eu não sei.
Uma coruja foi ouvido naquele silêncio e o animal branco veio a pairar no céu com as suas asas brancas. Ela pousou num ramo baixo e olhou para mim. Pensei que estava a alucinar por duas razões óbvias: é que a) as corujas daquela espécie não deviam estar numa floresta destas e b) acima de tudo, nunca se aproximariam de “humanos” desta forma. Aproximei a minha mão e cocei-lhe a cabeça. O pequeno animal parecia tentar falar comigo. Olhei para ele uma última vez e percebi tudo.
- Queres que te siga?- Perguntei, confusa. Ela apenas levantou voo, pairando baixo, á espera que eu a seguisse. E assim o fiz. Ela poisava em alguns ramos, às vezes, para poder ter certeza de que eu a seguia.
Ela parou no ramo de um arbusto e olhou para trás. Aproximei-me dela, um pouco ofegante. Como se a percebesse, espreitei por entre os arbustos e vi uns vultos a sair dos mesmos. Ariel, Peter e Johanna, saiam de trás de árvores a correr, em direcção á nossa clareira.
- São os meus amigos!- Exclamei, virando-me para a coruja. Mas ela já não estava lá. Ainda pensei em olhar para o céu, esperando vê-la a voar, mas algo chamou-me a atenção. Ou alguém. Daniel acabara de sair de trás de um arbusto. Parecia mais assustado que o resto do grupo, tinha os olhos avermelhados e respirava pesadamente. Rapidamente corri até Dan e ele olhou-me sem reação e também parecendo um tanto admirado.
- Aurora…?- Ele sussurrou e vi lágrimas caírem-lhe dos olhos. E então comecei e ficar assustada. Dan nunca havia chorado antes. E era horrível.
- O que aconteceu?- Eu praticamente gritei e encurralei a sua cara com as minhas mãos. No mesmo instante ele abraçou-se á minha cintura, e enterrou a cabeça no meu pescoço.
- Eu… pensei que estavas morta…- Ele sussurrou para que apenas eu ouvisse e arregalei os olhos. Todos os outros rodearam-nos fazendo perguntas e demonstrando a sua preocupação, mas Dan não respondeu a nenhuma e também não parecia querer desfazer o nosso abraço para o fazer, muito menos eu. Passei a mão pelas suas costas e cabelo, tentando acalmá-lo. Mas nem eu estava calma. Estava confusa com o que tinha acabado de acontecer. Estávamos todos a alucinar. E apostei que a culpa disto tudo era aquela Tifanny.
- Dan, eu estou aqui.- Sussurrei, quando ele pareceu estar mais calmo. Peter chamou-nos e apontou para três vultos escondidos perto das árvores.
- Estou desiludia, pessoal.- Tiffany saiu das sombras com Gale e Amy. Todos pareciam relaxados enquanto eu e os outros estávamos a tremer. Daniel apertou a minha mão e eu olhei-o.
- O que significa isto, Tiffany?- Peter inquiriu com um olhar confuso. Aposto que já não gostavam tanto dela agora…
- Infelizmente, não passaram o primeiro teste…
Ela não parecia nada triste. Pelo contrário, parecia estar a divertir-se. Sem a deixar dizer mais nada, atirei-me para cima dela, dando um salto que mais parecia um voo, e prendi-a ao chão com o braço no seu pescoço.
- Estás a querer dizer que nós quase morremos para nada?! E o pior! Isto era apenas um teste?! Bem, deixa-me contar-te um segredo. Nós não somos brinquedos e não nos podes pôr em perigo assim!- Praticamente cuspi na cara dela. Fui puxada por alguém podendo ver que a expressão da rapariga não mudara. Aquela vaca continuava de cabeça erguida, como se fosse a melhor.
- Aurora! Chega!- Mestre gritou.- Não podes tratar assim uma…
- Cale-se! Eu quase morri! Tenho o direito de a tratar como quiser!
- Tens medo da morte, Aurora?- Tiffany perguntou, com um pequeno sorriso no rosto. Eu calei-me. Não porque quero. Apenas porque não sabia o que responder.
- Vamos para casa. Como Tiffany referiu, o esperado era vocês não passarem o teste á primeira.- Gale disse e eu olhei para Dan, que ainda parecia um pouco em choque. Voltei para a beira dele e ele envolveu a minha cintura num abraço. Quando nos separamos fizemos o mesmo procedimento de volta a casa.
- Anda.- Sussurrei no mesmo segundo em que chegámos seguros á sala de treinos. Puxei o braço de Dan e este apenas me seguiu em silêncio.
- Aurora. Vocês não estão permitidos a dormir nos mesmos quartos.- Ouvi o habitual aviso de Gale mas ignorei. Que se lixem as regras estúpidas. Corremos até ao meu quarto e eu tranquei a porta quando entramos. Era de noite e eu mal reparei na tarde a passar. Sentei-me na cama e Dan fez o mesmo.
- Queres explicar-me tudo mais calmamente?- Tentei parecer calma, fazendo as palavras sair da minha boca devagar e bem pronunciadas. Eu e o rapaz dos cabelos escuros estávamos a uma distância grande, ou que deixava tudo mais desconfortável.
- Não.- Daniel estava encolhido e perdido nos pensamentos. “Não”? Como assim “não”? Ele sempre me contou o que se passava nestas alturas.
- Está bem.- Aclamei, e arrependi-me por parecer tão rude. Daniel olhou-me por um bom tempo. Os seus olhos a examinar cada detalhe meu. Os seus cabelos estavam bagunçados. O seu lábio inferior preso aos dentes.
- Não posso. Porque não sei o que aconteceu para o poder explicar.- Ele falou num tom baixo. Dirigi o meu olhar ao dele e notei que os seus olhos imploravam por algum carinho.
- Anda cá…- Sussurrei, abrindo os meus braços em sua direção. Ele chegou-se perto de mim e aconchegou-se no meu peito.
- Bem… sinto-me muito melhor.- Ele riu, eu olhei-o ofendida e dei-lhe uma chapada na cabeça.
- Não te aproveites!- Gritei e ouvi novamente um riso contagioso.
- Desculpa.- Ele disse apenas, e ajeitou-se no meu abraço. Não sei bem quanto tempo ficamos ali, mas o silêncio era melhor do que palavras e o afeto ainda parecia melhor do que o silêncio.
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WAZUUP DUDES?
Capítulo um tanto confuso, dramático e confuso. I know, i know.
AMANHÃ VOU PARA A ALEMANHÃ EUÉÉÉ (provavelmente não querem saber mas whatever)
Mas… ESPERO QUE TENHAM GOSTADO. Vou começar a actualizar todas as minhas histórias á sexta-feira, só para o caso de ainda não terem reparado aye.
Ly all.
Da vossa amante,
KatiaZinha AKA Alvin.
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Aurora ☪ (slow updates)
Storie d'amore“Nós vivemos ou sobrevivemos?” Uma pergunta que eu faço a mim própria todos os dias, e chego sempre á mesma conclusão: isto é tudo menos viver. "You are always the same, Aurora. But you're so different. You're so beautiful. And I'm so in love."