Capítulo 21

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Homízio

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Era previsto como aquela noite terminaria. A mudança aconteceu com a intimidade de um toque diferenciado em minha barriga e a busca requintada do seu olfato contra o meu pescoço.

Sem palavras, reclamações ou objeções. Até mesmo eu desconheci-me por guardar no silêncio o medo homizio de que aquela talvez pudesse ser a última vez. Nada era definitivo até que a ordem reinasse plena.

Tão silencioso. Eu devia ter desconfiado, no momento em que ele invadiu o apartamento, que aquele Takano também não era o mesmo. Nada me exigiu, mas como sempre, pediu que minhas mãos acompanhassem as suas e na hora do prazer, colocou-me novamente em seu colo no mesmo lugar em que estávamos.

Suas pernas entre as minhas e seu corpo sob o meu em uma ousadia assistida por olhares devotos. Takano de verdade ter-me-ia feito assumir que o amava, mas o homem à minha frente apenas colou seus lábios sobre meus no ápice de um prazer silenciosamente mútuo finalizado em um abraço.

"Só uma vez." pediu quando os corpos já estavam imóveis.

Não podia responder, não sabia como e nem por quanto tempo.

"Sempre." respondi-lhe parcamente, nem saberia dizer se desde sempre ou para sempre.

Drabbles de amor e ódioOnde histórias criam vida. Descubra agora