Capítulo 25

51 6 0
                                    


.:.

Janota

.:.

A viagem estava sendo longa e tensa. O clima da paisagem costeira poderia ser o cenário perfeito para aquelas conversas leves e despretensiosas, mas depois de saber que ele tinha me seguido não consegui acreditar inteiramente que estávamos ali por trabalho.

Por isso foquei-me no storyboard que tinha comigo. Distraía a cabeça e, em último caso, se aquilo fosse alguma armação de Takano pelo menos não perderia o dia. Também ajudava a desviar de suas perguntas.

Sabia que minha mãe não tinha aceitado nossa conversa, tinha certeza que receberia a ligação fatal de meu pai. E ainda não sabia o que dizer à ele.

Cansado de tanta insistência, acabei revelando à Takano a forma como tinha tomado a iniciativa para me posicionar naquela história. Também não consegui omitir a importância que minha família tinha para mim. Mas o que eu, definitivamente não conseguia fazer era ser objetivo com Masamune, fosse no silêncio, no constrangimento quente de sexo ou na naturalidade de seu sorriso janota.

Eu nunca pensei que seria mais fácil dizer "não" para minha mãe do que pensar nos motivos para dizer "sim" para ele.

Qual era a dificuldade contida na verbalização de um "eu te amo"? A certeza.

Drabbles de amor e ódioOnde histórias criam vida. Descubra agora