▪Capítulo 17 - Memórias

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(Sydney, Austrália - 30 de agosto de 2487)

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(Sydney, Austrália - 30 de agosto de 2487)

Ao entardecer daquele dia, quando a escura noite tomou conta da cidade

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Ao entardecer daquele dia, quando a escura noite tomou conta da cidade. Fazia um tempo que Alexa estava no quarto e a casa estava em silêncio por isso.

Fiz um simples sanduíche com o delicioso pão australiano, e o levei em direção ao quarto, para Alexa. A luz do quarto passava pela pequena abertura da porta que não estava definitivamente fechada. Dei um leve empurrão com a mão me deparo com Alexa de costas, segurando uma foto que estava na moldura. Me aproximei com cuidado para não assusta-la e vi que ela segurava a foto da minha mãe. Senti um leve incômodo com aquilo, ninguém deveria ver.

- Essa é minha mãe... - Falo com uma mansa voz. Alexa vira o rosto para mim, assustada.

- Desculpe. - Falou ela, colocando a foto no lugar. Dou um pequeno sorriso e suspiro logo em seguida.

- Está tudo bem... Ela morreu. Eu era muito pequeno, não lembro de muita coisa. - Aquilo parecia estranho para mim. Na real eu nunca tive detalhe da morte de minha mãe. Nunca soube o que aconteceu de fato naquela época.

- Pensei que não conhecia sua mãe - Disse ela, um pouco surpresa com aquilo.

- Eu preferia não ter conhecido. - Demonstro um pouco de tristeza em minha fala. Por mais que eu fosse muito pequeno quando ela morreu, sentia muita falta dela.

- Não quero falar sobre isso - Falo com desânimo.

- Tudo bem... Se isso te incomoda, não há porque continuar falando sobre isso - Disse ela. Por mais que eu estivesse triste com aquilo, Alexa sempre me animava novamente. Não conseguia ficar triste ao lado dela. Alexa olhou para o lado, vendo uma grande porta. Curiosa, ela perguntou.

- O que é aquilo? - Olhei rapidamente para o lugar que ela estava olhando, e sorri.

- Aquilo é o banheiro do meu quarto. - Falei, ainda com um sorriso simples no rosto.

- Banheiro em um quarto? É algo que nunca vi. - ela parecia bem surpresa com aquilo.

- O que acha de um banho? - arqueio as sobrancelhas, sorrindo de relance.

- É que eu nunca... - Alexa abaixou a cabeça, via em sua expressão que ela estava bastante envergonhada. Segurei a sua mão e levei até a porta do banheiro.

- Não se preocupe... Será a coisa mais fácil que irá fazer - Sorrio, tentando conforta-la e deixa-la mais à vontade. Alexa entrou lentamente no grande banheiro e andou em direção ao boxe de vidro transparente.

Assim que ela pisou ali, ela passou pelo sensor e ligou automaticamente o chuveiro. Vi o sorriso de orelha a orelha estampado no rosto de Alexa, como se nunca tivesse visto algo daquele jeito.

- Nunca vi nada assim antes... - Ela se aproximou e pôs a mão embaixo do chuveiro, sentindo a água quente que caía em sua pele.

- É fascinante. - Disse ela ainda sorrindo.

- Não quer experimenta-la com um banho? - Falo, olhando nos olhos de Alexa. E ela volta com a expressão confusa.

- Eu realmente posso? - Perguntou ela.

- Claro que pode. - Ela deu um grande sorriso de felicidade, e puxou o vestido para cima, na intenção de tira-lo. O meu corpo arrepiara ao ver aquela cena. Fiquei preocupado e rapidamente, segurei sua mão, para que não o tirasse mais.

- Você não pode tira-lo agora, Alexa. - O sorriso de seu rosto foi sumindo aos poucos.

- O que há de errado? - Perguntou ela.

- Não é muito bom para mim... Vê-la sem ela... - Alexa continuou confusa. Ela ficou calada, esperando uma explicação, mas, eu não tinha como explica-la.

- Apenas, me espere sair para que possa tira-lo. - Alexa concordou com a cabeça. Olhei para ela pela última vez e saí do banheiro as pressas. Eu não sei o que estava acontecendo comigo, nem com o meu corpo. Era algo estranho e eu estava ficando com medo.

Um pouco mais tarde, vi Alexa aparecer na sala com uma toalha envolta do corpo, mas a toalha não cobria todas as partes do corpo.

- Isso é algum tipo de roupa da Atualidade? - Comecei a rir ao ouvir sua pergunta boba. Levantei do sofá e me aproximei dela.

- Isso é uma toalha, usamos ela assim que saímos do banho para nos secarmos. - Ela abriu a boca, e em seguida sorriu.

- Vou lhe emprestar uma roupa para dormir. - Falo, andando em direção ao meu closet, e encostei meu dedo polegar para a impressão digital reconhece-lo, o mesmo abria apenas com minhas mãos. Pego uma simples blusa branca, que ficaria como um vestido para Alexa.

- Acho que isso serve... - Alexa me olhou franzindo a testa. Dei um sorriso e saí do quarto para que ela pudesse se vestir. Minutos depois, Alexa saiu do quarto com a camisa que estava quase chegando em seus joelhos.

- É... Realmente serviu. - Disse eu, rindo ao ver aquela cena. Alexa estava engraçadíssima com aquela blusa. Alexa ficou calada, me olhando, e fiz o mesmo por alguns segundos.

- Ah!.. Já passou do meu horário... Precisamos dormir. - Assim que falo aquilo, Alexa olhou para baixo, vi que estava um pouco triste por aquilo.

- Uma exilada não tem horário para dormir - Disse ela, ainda olhando para baixo e sorriu sem jeito.

- Com um tempo você se acostuma com isso - dei um simples sorriso e um suspiro

- Vou para sala. Se precisar de algo, estarei lá. Falo, e dou a volta, apenas ouvi o barulho da porta do quarto fechando. Olhei para trás, e Alexa não estava mais ali.

Eu nunca havia dormido no sofá, mas ele era confortável. Não tanto quanto a minha cama, mas... Servia para algo.

Deitei para dormir, e comecei a pensar. A partir dali, os dias seriam mais difíceis e só iriam piorar ainda mais. Eu sentia que algo não estava certo, e sentia um peso na consciência. Como se eu tivesse que confesse algo para Alexa... Mas não sabia ao certo o que era.

EXILADA | A Esperança Nunca Morre (Volume I)Onde histórias criam vida. Descubra agora