▪Capítulo 01 - O que eu sei

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- Você é apenas um ser medíocre, serve apenas para fazer o que eu mando! - disse o general Russell quase gritando, levantando sua mão direita e batendo na face de uma pobre mulher que ele acabara de abusar sexualmente, a moça chorava de tristeza e desespero, porém, calada... Pois, sabia que suas palavras e suas opiniões não tinham poder ali.

...

Tudo começa em uma comunidade futurista na Austrália, feita por homens, por volta do século XXV.
As mulheres, nessa época, já não eram caracterizadas como seres da mesma espécie que os homens.
Por isso, eles passam a trata-las como meros objetos insignificantes.

Na maioria das vezes as mulheres eram controladas pelos homens que viviam na comunidade. Um grande e importante fato, é que, todas elas foram "Exiladas" da humanidade.

Mas por que tamanha injustiça aconteceu? Isso é algo que veremos ao decorrer da história.

Muitas crianças que nasciam no meio da população, absolutamente todas as meninas que nasciam eram mortas ou jogadas no pequeno gueto onde as mulheres "escravas" ficavam. Por outro lado, os meninos eram cercados de privilégios, todos tinham cuidados especiais assim que nasciam.
Mulheres que atingiam uma idade avançada demais para realizar certas atividades eram mortas por não terem mais utilidade.

O pequeno "gueto" ficava um pouco distante do portal da cidade, as mulheres entravam apenas para prestarem serviços, nada mais que isso.

Havia uma norma que todos ali conheciam, assim que as meninas atingissem uma idade aceitável para começaram uma gestação, eram inseminadas e presas até que o pequeno humano nascesse.

Sei que você não iria querer passar por isso... Eu também não iria querer.

Sydney, Austrália 29 de agosto de 2471 - Século XXV

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Sydney, Austrália 29 de agosto de 2471 - Século XXV

Nascem novas crianças na cidade, é ai que nossa interessante história entra em ação. Duas crianças nascem e são separadas por serem de sexo opostos. A garota é jogada no gueto com a sua mãe, e o garoto é recebido entre os homens.

Doze anos se passaram, a garota foi crescendo entre as mulheres e aprendendo todas as regras de onde vivia.
Alexa, uma garota esperta, porém comum e exilada como todas as outras, não era ninguém importante naquele lugar.

2483 (4 anos antes) Alexa P.O.V


Imagine um mundo onde nada do que você faça importa, onde você é mais insignificante que tudo que há sem valor, onde pessoas como você não são aceitas no planeta.

Consegue imaginar? Eu não preciso fazê-lo. Pois o vivo desde o dia em que ingressei no mundo.

Pode parecer exagero de minha parte, mas passei todos os anos da minha vida com medo. Não era possível ter amigos naquele ambiente, já que de alguma forma elas iriam acabar morrendo. Não falo apenas por elas, já que eu poderia ser a próxima morrer.

Desde quando eu era uma garotinha, minha mãe sempre falava que antigamente as mulheres e os homens sentiam afetos um pelo o outro. Sempre perguntei a minha mãe o que houve para que isso tivesse um fim, porém, minha mãe nunca soube responder tal pergunta.

Felizmente minha querida mãe não pode desfrutar daquilo, assim como eu nunca irei poder... Afinal, o que é isso? Eu nunca pude saber, mas tinha certeza que era algo que eu nunca iria querer.

Os homens não ligavam para a existência de nenhuma de nós, mulheres ou crianças, mas não era como se fôssemos invisíveis, eramos perturbadas o tempo inteiro. Tinha medo de sofrer como minha mãe sofreu... Porém, minha curiosidade de conhecer aquelas lindas casas e de entrar naqueles misteriosos prédios cheios de tecnologias era literalmente imensa.

...

Eu gostava muito de sentar embaixo de uma árvore que ficava perto da linha de bloqueio, pilastras grandes que ficavam a cada dois metros de distância uma da outra, rodeavam a grande cidade, com sensores de energia, qualquer movimento capturado pelos sensores, o alarme toca, e o humano que estiver ali é automaticamente eletrocutado pela forte energia elétrica liberada nas áreas entre as pilastras.

Naquele lugar era possível me sentir livre das coisas ruins que havia ali. Sentir o cheiro das folhas e a brisa batendo em meu rosto era uma das coisas que me motivara a continuar vivendo.

Desde criança eu gostava daquele lugar, e sempre ia para lá, isso quando não havia trabalhos à fazer. Na comunidade, mesmo sendo criança, sempre tínhamos que trabalhar.

O lugar que todas as mulheres temiam era a Curmilha. Era onde experiências horríveis com mulheres eram feitas, inclusive, onde as crianças nasciam.

Minha mãe sempre falava que eu devia ficar longe daquele lugar, quanto mais longe eu estivesse, menos chances teria de ser pega por algum deles. Porém, era quase inevitável não entrar em desespero ao ver mulheres sendo levadas para lá. Era um imenso temor, os homens me faziam acreditar que eram uns verdadeiros monstros.

Gostava de olhar os prédios e as casas de longe, nunca me dei ao luxo de aproximar-me para ver mais perto. Mas algo diferente aconteceu, naquele dia vi garotos correndo em volta de uma casa.
Devo admitir que não sentia tanto medo deles, mas algo me dizia que eu não devia tentar descobrir se aqueles garotos eram iguais aos homens mais velhos ou não. Minha curiosidade sempre estava falando mais alto, mas naquele caso eu sempre conseguia me controlar.

Pois, não queria pôr a vida de ninguém em perigo, e muito menos a minha.

...

Em meio de todos os meus pensamentos, continuava olhando para os garotos enquanto eles corriam e me escondi atrás da árvore, para que nenhum deles percebessem a minha presença, já que eu não estava tão longe assim de suas visões.

Um garoto, que aparentemente tinha mais ou menos a minha idade, estava parado do outro lado.

Seus cabelos eram loiros e seus olhos azuis combinavam perfeitamente com a sua pele branca. Em sua mão, havia uma espécie de bracelete, que eu não sabia muito bem o que era.

Aquele foi o único que percebeu a minha presença e se aproximou da linha de bloqueio.

Eu não estava com medo dele, mas ele começou a me encarar como uma estátua e aquilo me deixou aflita.

Tentei esconder a minha aflição enquanto olhava fixamente para ele. O menino continuava se aproximando lentamente da linha.

(...)

EXILADA | A Esperança Nunca Morre (Volume I)Onde histórias criam vida. Descubra agora