[2]. Back To Me

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Enquanto observo as luzes da cidade cobrindo o horizonte, não consigo deixar de pensar em tudo o que aconteceu

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Enquanto observo as luzes da cidade cobrindo o horizonte, não consigo deixar de pensar em tudo o que aconteceu.

As memórias estão aqui, frescas, vívidas. São impossíveis de serem ignoradas.

Olho para baixo, contando dez andares abaixo de mim e, por fim, uma movimentada avenida. Os tijolos se destacam em meio ao concreto moderno da cidade e tudo se assemelha a um açucarado clichê quando meu olhar pula para os lances da escada de incêndio ao meu lado.

Estou no terraço do prédio de Jordan.

Sei que ele está aqui.

Décimo andar; apartamento 121.

E o passado se encaixa no presente, mais uma vez.

Estou cansada de me perguntar quando serei capaz de deixar tudo isso para trás. Cada vez que eu me abro, dói. Machuca. Fere.

Tenho a consciência de que somos tóxicos um para o outro. E a porra do meu cérebro também entende que devemos ficar afastados. Mas meu miserável coração torna tudo mais difícil; fodidamente difícil.

Sou a favor do equilíbrio do Universo — sei que cada coisa deve permanecer em seu lugar — e este pedaço de inconstância, por sua vez, simplesmente não se encaixa aqui. De jeito nenhum.

Suspiro e me afasto do parapeito.

Na caminhada até aqui — depois de ficar pelo menos vinte minutos encarando o ponto onde Jordan estava antes de me abandonar — decidi que precisava dar um ponto final nisso. Quer dizer, eu sempre soube. Mas eu sequer tinha conhecimento de que viria para cá até dar de cara com a fachada simplista do edifício. Eu estava no piloto automático, e confesso que isso me paralisou. Fiquei tão assustada que simplesmente subi direto para o terraço.

E agora, após algum tempo de reflexão, sinto que cheguei de nada a lugar nenhum.

Que maravilhoso.

Em passos lentos, volto para dentro do prédio e aperto o botão do elevador. Enquanto o espero, pesco meu celular da bolsa de mão e checo as horas. Está tarde demais para resolver problemas amorosos — afinal, eu posso classificá-los como amorosos?

Mais uma madrugada muito normal.

O tilintar do elevador me desperta dos pensamentos infinitos e logo estou dentro dele, indo para o andar de baixo.

Observo o espelho em uma das paredes e, pela segunda vez na noite, me encaro em uma superfície espelhada. Não reconheço a pessoa que devolve meu olhar.

Mas, estranhamente, não me sinto nervosa ou ansiosa.

Sóbria.

Calma.

É assim que eu estou.

Outro som agudo anuncia que estou onde quero. Me coloco para fora da caixa de metal e ando até ficar cara a cara com a porta dele.

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⏰ Última atualização: Feb 23, 2019 ⏰

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