coyote theory

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É agora.


Como é, Lydia? Só faça logo de uma vez, sua covarde, nem isso você é capaz de fazer?

Deus! Deixe de ser tão medrosa, vai ser rápido, tão rápido que nem vai sentir nada, portanto, apenas pule.

[Suspirei, fechei meus olhos lentamente enquanto sentia o vento frio passar sobre meu corpo e minha face, sendo assim, soltei meu último ar vindo pela a boca, decidindo de vez. Até alguém me chamar.]

☆ ☆ ☆

Os gritos de briga dos meus pais eram o meu despertador, revirei os olhos ao entender o motivo da briga, que era uma coisa boba, e tentei fazer minhas pernas se moverem para me retirar da cama. Me levantei, olhei no relógio e era cerca de 6 horas da manhã, tentava chegar até o banheiro ainda sonolenta, arrastando meu uniforme comigo. Joguei o mesmo na tampa do vaso, tomei uma ducha refrescante sem deixar meu cabelos se molharem junto ao meu corpo, escovei meus dentes e vesti o maldito uniforme azul-bebê, me retirei do banheiro, sem me dar ao trabalho de arrumar meu cabelo.

Peguei minha mochila e desci, ignorando completamente meus pais tendo as mesmas brigas cansativas de sempre. Peguei minha bicicleta azul que estava jogada no jardim e comecei a pedalar á caminho da escola, quando cheguei, entrei na sala de aula do professor Joseph cujo dava aulas de biologia, enquanto o mesmo falava eu focava em o quanto eu queria dar um fora de lá para dar a iniciativa do meu plano.

Me encontrei no pátio, encostada na árvore de sempre aonde eu tinha meus pensamentos bizarros todos os dias, vasculhei minha mochila procurando a caixinha de cigarro que roubei semana passada da bolsa da minha mãe, estava esperando o momento certo para experimentar novas coisas. Achei, finalmente, peguei o isqueiro e o acendi, suguei aquela fumaça e direcionei meu olhar para o céu que estava azul-cinzento. Obviamente iria chover.

Subi até o terraço á caminho do meu plano "genial" e nada original, apagando o cigarro em um dos degraus. Retirei meu casaco azul, deixando no meu corpo apenas a camiseta branca e a saia xadrez azul. Começou a ventar bastante, então levei meu pé direito para cima do muro e depois o esquerdo, me equilibrando em cima do mesmo, onde me dava a visão completa de todos lanchando no pátio. Levantei meus braços e os estiquei, decidi fechar os olhos e deixar meus pensamentos me convencerem de que era realmente aquilo que eu desejava.

É agora.

- Hey!

Uma voz masculina me chamou atenção, o que me fez tomar um susto enorme, e o que também causou o meu desequilibrio. O garoto correu o mais rápido que podia em toda a sua vida e me puxou de volta para o chão, me impedindo de cair do muro. Nos encontrávamos deitados no chão gelado do telhado, meu corpo estava sobre o seu e nossos olhares arregalados se encontraram em um estalo de dedos. Seus braços me tem mantida junto á ele, sua respiração ofegante, mas não mais que a minha. Meus cabelos em minha face, o vento não o deixava em paz. Caiu uma pequena gota do céu azul-cinzento, e de repente milhares, o garoto novamente me tirou dos meus pensamentos ao me puxar para fora do telhado, na intenção de não nos molharmos.

Descemos as escadas e paramos quando chegamos numa parte do pátio onde o telhado estava protegendo a gente da chuva. Nossos olhares se encontraram novamente, mas dessa vez eu me certifiquei de manter meu olhar para baixo, percebemos ainda estar de mãos dadas, a situação ficou estranha e eu retirei a minha mão de contato com a sua.

- Está bem?

Perguntou ele, um pouco preocupado com a minha aparência. Por um momento.

Aproveitei alguns segundos para observar, ler e guardar a face do menino, tinha a pele branca cheia de pintinhas pela a bochecha, usava um óculos bonitinho e o cabelo molhado assim como o seu uniforme, que não era muito diferente do meu. Sua face mantinha a aparência preocupada e um sorriso apontado para o lado direito de seu rosto, meu cérebro diz que ele é novo aqui, que aparenta ser alguém diferente.

Welcome & GoodbyeOnde histórias criam vida. Descubra agora