Reunião com pais de um aluno.Sim, eu tinha um agradável fim de tarde a minha frente, com um final de semana promissor e possivelmente um novo emprego temporário, mesmo que fosse me deixar sobrecarregada e consistisse em algo que eu não costumava fazer, que era trabalhar na casa de alguém. Todavia, minha mãe havia me convencido e eu não poderia deixar de buscar toda a ajuda necessária naquele momento. E era apenas por um mês, apenas, no máximo.
Mas antes de tudo, eu tinha que passar por aquela bendita reunião com os pais de uma aluna. E não era qualquer aluna, era justamente a menina mais esperta, faladeira e adorável da minha turma, uma menina carinhosa e inteligente que eu gostava muito, mas que ainda assim, havia empurrado e gritado com um coleguinha na última aula.
O fato de que esse coleguinha gostava de ser o valentão da turma e estava amedrontando e gritando com outra menina não poderia justificar o fato de que sim, eu teria que chamar ambos os pais e conversar com eles sobre as regras da escola, sobre boa convivência, amizade e respeito entre os alunos. Aquilo nunca era fácil. Alguns pais entendiam, se dispunham a colaborar, outros simplesmente ignoravam ou se indignavam com o "mensageiro".
Era a primeira vez que eu faria aquilo, e não podia negar que estava tensa, ansiosa e suando por baixo da minha roupa, ainda que o ar condicionado dentro da sala estivesse potente. Eu havia começado a trabalhar naquela escola particular ainda no estágio, que eu havia concluído há poucos meses, e quando a professora afastara-se em uma licença maternidade, Pamela, a coordenadora, havia gostado do meu trabalho e resolvera permanecer comigo ali. Quase choro de cidade, justo em um momento que eu mais precisava.
A conversa com os pais de Enzo, o menino causador da confusão, foi tensa o suficiente, mas a coordenadora estava presente e nós conseguimos levar as coisas razoavelmente bem, ainda que o pai do aluno tenha insinuado algumas vezes que a culpa era minha, e que se eu fosse professora de "verdade" teria mais controle sobre a turma e isso não aconteceria. Em nenhum momento eles admitiram que o filho estava errado, que apresentava comportamento agressivo e que conversariam com ele, a não ser quando eu deixei bem claro que o comportamento da criança não poderia ser tolerado. Se ele achou que ia me intimidar, que esquecesse. Pensei que as atitudes da criança, infelizmente, estavam refletindo alguns aspectos daquelas atitudes que eu vi ali.
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MARCOS - Série Avassaladores Livro 3
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