Capítulo 4

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Os Grã-Senhores ficaram quietos por alguns segundos, até a risada de Tamlin irromper.

- Vocês querem que eu acredite nisso? – Ele riu enquanto me encarava, dessa vez, encarei de volta, estava cansada dele e provavelmente deixei transparecer, porque ele parou. – Com certeza vocês ensaiaram tudo isso!

- Acredite no que quiser, Tamlin. – Rhysand praticamente cuspiu o nome sem sequer olhar para ele.

- Vocês esconderam o caldeirão para que ninguém o encontrasse. – Eris começou, parecia calmo demais. – E agora estão dizendo que vão atrás daquela coisa e colocarão outra humana dentro? Feyre, suas irmãs não relataram séculos atrás o quão horrível foi a experiencia? – Ouvi Nestha rosnar, entretanto a Grã-Senhora se manteve calma.

- Vocês ouviram o que Elain disse, não poderemos escapar dessa guerra, e uma guerra com a corte dos pesadelos, será pior que a última... – Ela fez uma pausa, provavelmente tentando se desvencilhar das lembranças. – Não poderemos vencer esta guerra! – Ela se levantou espalmando as mãos na mesa, a ferocidade em seu olhar, a tensão em seus músculos, estava com medo e raiva, e de alguma forma, eu sabia que não era por causa da guerra. – Mas nós temos uma chance – De repente todos os olhos se voltaram para mim. – Temos que tentar tudo ao nosso alcance! Com a permissão de todos, vamos treiná-la enquanto procuramos pelo caldeirão e depois, vamos esconde-lo em um lugar diferente. – Feyre encarava Eris com súplica em seus olhos.

- Façam o que quiser, mas se a garota não estiver pronta em um mês, vamos caçar e matar Kellan. – Eris se levantou e me encarou, olhei dentro de seus olhos, e naquele momento senti algo, ou talvez tenha visto algo que não estava certo. – Se ela não se tornar a morte, então estarão todos mortos.

- Não pode decidir por todos, Eris. – Tamlin estava descontente.

- Alguém discorda? – Nenhum dos Grã-Senhores se manifestou. – Está decidido, agora saiam logo da minha casa.

Todos ficaram em silencio, o observando enquanto saia da sala.

- Acho que não temos mais o que discutir. – Rhysand se levantou estendendo a mão a parceira. – Vamos para casa?

- Vou levar as duas. – Feyre se virou para mim e Mayla. – Se vire com os outros. – Ela riu pegando nossas mãos e antes que eu percebesse, escuridão e estrelas nos envolveram, a brisa nos levava de volta.

...

Desta vez aparecemos em uma sala, provavelmente da mesma casa em que estávamos.

- Essa reunião foi... intensa. – Mayla disse se jogando no sofá, no mesmo instante em que Rhysand apareceu com Cassian e Nestha.

- Ainda acho que foi uma das melhores, quantos minutos durou isso? – Disse se virando para onde Morrigan apareceu com mais dois feéricos, um garoto e uma garota.

- Depende, do momento em que nós chegamos, ou do que ela chegou? – Pensei que se referia a Feyre, mas ela não usaria esse tom, não, ela estava falando comigo. – Acho que quinze minutos? Não estava contando já que ninguém apostou. – Ela deu de ombros e começou a caminhar na minha direção. – Qual o seu nome? – As palavras fugiram de mim.

- Elena. – Mayla respondeu por mim se ajeitando no sofá ao ver que Azriel e Elain tinham chegado.

- Prazer Elena. – Ela sorriu revelando os caninos. – Me chamo Morrigan, mas pode me chamar de Mor. – Mas ela parecia estar se esforçando para ser gentil, podia ver pelo brilho nos olhos castanhos, quase dourados, sem querer os encarei e era como se estivesse me afogando neles.

Corte de Morte e EscuridãoOnde histórias criam vida. Descubra agora