*Capítulo 3*

8 1 0
                                        

Assim que ela saiu pela porta Marcos entrou trazendo os copos com as bebidas todo feliz.
- Aqui está o suco de laranja como pediu. - Disse ele me entregando o copo.
  - Nem imagina quem esteve aqui.. - Disse pegando o copo da mão dele.
- Vai me dizer que é alguém famoso? - perguntou ele ansioso.
- Na... Não.. - Menti e gaguejei, ele não iria acreditar mesmo.
- Não seria emocionante se alguém famoso entrasse na loja agora?. - disse ele quase pulando de felicidade olhando pra porta de vidro.
Conversamos por mais algum tempo sobre pessoas famosas entrarem pela porta da loja, e eu pensando somente na mulher que acabará de sair da loja a momentos atrás.
Então vi que estava meio atordoada com os acontecimentos recentes, e resolvi ir até a loja da esquina comprar um café, isso me ajudaria a voltar a realidade.
Comprei o que precisava, e voltando para a loja meio distraída, não olhei para o lado e trombei com alguém, uma mulher, sim, sujei a mulher inteira de café, sorte que não estava quente o suficiente para queimar ela.
- Ai droga -  disse tentando limpar ela, meio sem jeito.
- Ai meu deus - disse ela com as mãos erguidas como se fosse um assalto.
- Eu sinto muito, eu sinto muito mesmo. Eu posso ti ajudar a se limpar. - disse sem jeito
- Tire suas mãos de mim - disse ela meio alterada.
- Eu moro no outro lado da rua. Lá tem água e sabão e você pode se limpar - que merda foi essa que fiz com ela, e o pior foi super, mega, power sem querer. - Eu tenho telefone lá também, acho que em 5 minutos vc estará limpa e de volta as ruas.
- Não obrigada, só preciso pegar meu carro. - continuou ela impassível.
- Mas vc vai ficar  suja de café, andando por ai? - Acho que acertei o ponto fraco. Ela me olhou, olhou para os lados, olhou para sua roupa suja e disse:
- Outro lado da rua, onde? Fale em metrôs. - Disse ela olhando no meus olhos ainda de óculos escuros.
- Ah, uns 15 metros, minha casa é aquela com a porta azul. - disse apontando em direção a minha casa.
Entramos em casa, que bagunça que estava, o Spike pra variar não tinha limpado a casa outra vez. Enquanto ela esperava na entrada, eu corria pra tirar os pratos da mesa, jogar as caixas de pizza na lixeira, e só então pedi pra ela entrar.
- Pode entrar - Disse então para ela -  Não está tão arrumada como de costume, mas o banheiro fica lá em cima, e o telefone também é lá.
Peguei as sacolas das mãos dela, E coloquei em cima de uma mesinha de canto na minha sala pequena. Ela subiu para o banheiro, e eu corri pra dar uma ajeitada rápida na casa para passar menos vergonha.
Passado alguns minutos ela desce de saia brilhante, o mesmo tênis, e uma blusinha que deixava a barriga a mostra também brilhante, sem o óculos escuros, seus olhos esverdeados, pareciam esmeraldas. Que mulher, fiquei com a boca aberta e sem reação alguma por alguns segundos apenas olhando pra ela ali.
- Aceita uma xícara de chá antes de ir? - perguntei sem jeito, em Londres tudo se resolve com um gostoso e quente chá.
- Não obrigada.
- Café? - continuei
- Não - continuou ela
- Suco de laranja?
- Não
- Algo pra comer? - perguntei com a geladeira aberta
- Não
- Sempre diz não pra tudo? - perguntei encabulada, ela pensou, pensou e respondeu.
- Não. -  respondeu e eu fechei a geladeira. - Agora preciso ir, obrigada pela sua ajuda.. - Disse um pouco desconcertada.
- Disponha, e eu tenho que dizer que vc é divina, e queria aproveitar essa chance e quando vc ler aquele livro horrível com toda certeza não vai voltar a livraria - disse num sorriso amarelo
- Obrigada - Fomos indo em direção a porta
- É, bom, foi um prazer, surreal, Mas foi um prazer. - Abri a porta e ela se foi, me deixando ali sozinha com meus pensamentos.. " Surreal? " que besteira.
Indo de volta para cozinha a campanhia toca e vou atender, abro a porta e é ela, com os óculos escuros novamente.
- Oi - Diz ela com um sorriso largo no rosto.
- Oi - Respondo sem entender e surpresa.
- Esqueci minha outra bolsa.
- Ae, ta. - Dei passagem para ela entrar novamente em minha casa e fui até a sala onde estava a sacola com os livros e entreguei a ela.
- Obrigada. - Ficamos ali nos olhando e ela me beijou. Cara, ela me beijou, fiquei parada lá sentindo os lábios dela me dar um gostoso selinho demorado, o cheiro dela impregnando em minhas narinas. E então ela se afastou no mesmo exato momento que o meu amigo Spike entrou pela porta, falou algo que não entendi e subiu as escadas.
- Acho melhor não contar a ninguém sobre isso. - Disse ela pelo visto com um pouco de medo.
- Concordo, mas eu vou contar pra mim mesmo de vez em quando e acho que nem eu vou acreditar. - Sorri amarelo e me despedi dela.
- Tchau - Disse ela saindo pela porta.
- Tchau.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Feb 01, 2019 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

SurrealOnde histórias criam vida. Descubra agora