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"Qual seu nome?"

Clifford titubiava de um lado pro outro, balançando o cachimbo. A respiração da filha estava regular, postura reta, imóvel e de queixo erguido.

"Cheryl Blossom"

"Quantos anos você tem?"

"Dezessete"

"Você é virgem?" colocou o cachimbo nos lábios.

"Por que estamos fazendo essas perguntas mesmo?" Chuck franziu o cenho e coçou a nuca.

"Por conta do Protocolo de Segurança Blossom" gesticulou com a mão como se fosse óbvio, Kevin tinha um braço estendido pela caixa tóraxica e o cotovelo apoiado nele, usava um sueter cinza por cima da camisa social polo. "Nenhum Blossom sai de Thornihill sem ele, em quê mundo você vive?"

"Não concordei com isso quando pediram carona" Cleiton revirou os olhos com desdém e passou as mãos no rosto, o moreno ao seu lado parecia horrorizado. "Tá, só continua"

"Qual a cor dos meus sapatos?" a Blossom mais jovem desceu o olhar para os pés do pai.

"O senhor está descalço" fez uma careta, o pai cessou os passos.

"Eu estou pensando em um animal, uma ave, qual é?" encarou a jovem e fumou o cachimbo, Bombshell umedeceu os lábios em dúvida.

Chuck, Betty e Kevin curvaram o corpos em sincronia, receiosos. Cooper roía as unhas, Keller batia o pé freneticamente no chão e Cleiton nem sequer piscava.

"Uma gralha azul" afirmou batendo o punho fechado contra a palma da mão.

"Se você si lembrar disso quando voltar, consideresse uma Blossom" abaixou o cachimbo na altura do peito. "Agora... Podem ir"

Sem um segundo convite, correram para a frente da casa em direção a Tucxan, Cheryl se sentou a frente junto do motorista.

"Por que você não foi no carro do seu irmão mesmo?" Chuck colocou o cinto.

"Jason nunca gostou muito de festas e agora que namora, tudo que faz é ficar de conchinha" a ruiva intensicavá o rimel em frente ao espelho do veículo. "Tô afim de zuar, então não tô afim de dirigir"

"Vai dá PT, vai dá, vai dá PT, vai dá" os passageiros fizeram arminhas com a mão sem a menor vergonha.

A viajem foi curta e silenciosa, ao chegarem, o som da música e as luzes poderiam ser vistas e ouvidas a quadras dali, nunca tinham ido ao Penbrook antes, mas pela visão poderia-se afirmar que o prédio tinha uma alta cobertura e era lá que a mágica acontecia. Com algumas cliques em seu celular, a Blossom viu Reggie rapidamente surjir diante da recepção.

"Chuck, meu brodi!" deram as mãos e batidas nas costas um do outro. "Kevin, como tu tá lindo hoje! E Betty, nunca te vi tão gata!" deu um abraço de urso em Cheryl. "Onde está Cheryl?"

"Parece que alguém tá meio grogue.." a loira se aproximou do bêbado de braços abertos. "Estou aqui, Reg.."

Melton a pegou pela cintura e curvou seu corpo para trás, tascando um beijo nos lábios de Elizabeth.

"A festa é lá encima!" apertou o botão do elevador com naturalidade.

"Pelo visto alguém aqui já molhou o biscoito" a Queen Bee colidiu seu ombro com o da prima, o elevador chegou.

"Eu beijei o capitão do time de futebol, é isso que vou contar aos meus bisnetos antes de morrer de câncer no reto?!" se expremeram no paralelepípedo portátil.

Cheryl M. Blossom
Ponto de vista

Penbrook - Riverdale

Reggie tinha razão, era aqui que a verdadeira festa acontecia. Fui a raves suficientes para desconfiar que essa era uma, a escuridão consumia o lugar, mas logo era coberta por feixes de luzes verdes, azuis, vermelhas e roxas, instante sim, instante não. Não era necessário se aproximar da mesa de bebidas para sentir o aroma alcoólica, seus convidados pareciam ter se banhado dele e se você se aproximasse de alguns deles, poderia ver as diferentes tintas néon em suas feições e as pulseiras em seus punhos.

"Sharon!" senti braços a envolvendo por trás. "Você veio, baby girl!"

Baby girl? Ronnie deve estar beeeem chapada.

"Ah, oi Veronica" a olhei por cima do ombro. "Bela festa, aliás"

Beijou minha bochecha com leveza, pude sentir que seus lábios estavam úmidos, não era batom, talvez gloss.

"Obrigada, Sharonzinha..." tinha um sorriso bobo estampado, com as têmporas levemente corada e com os cabelos desgrenhados como quem tinha acabado de dar uns amassos. "Sabe, gostei do seu broche.." enrolou uma mecha ruiva em seus dedos, com as íris escuras vidradas na aranha em minha clavícula.

"Gostei do seu vestido" curvei os lábios e os umideci com a ponta da língua, a Lodge observou meus movimentos com a boca escancarada.

"Gostei da sua boca" abaixou o queixo e levantou o olhar maliciosamente. "Mas ela ficaria melhor junto da minha"

Senti meus lábios serem selados em um beijo selvagem que emanjava desejo. Fui pegá de surpresa, tenho de confessar, mas a Lodge tinha talento.

Ergui meus cutuvelos na altura dos ombros e os apoiei sobre os da Lodge, a mesma me puxou para mais perto, segurando fortemente em minha nuca. Sinto minhas costas se encostarem contra a de outro individuo, a Lodge deve estar tendo a mesma sensação, afinal, o Penbrook estava com seu espaço físico exageradamente ocupado, o lugar cheirava a álcool, tudo cheirava a álcool e Veronica não estava diferente.

O aroma da junção de sua colônia Royal com a vodka estaria me frustrando se não fosse pela movimentação ágil de sua língua, sempre explorando mais e mais - imagine o que ela poderia fazer em outros lugares -, desceu suas mãos até minha cintura, me dando mais liberdade de movimento. Éramos dois corpos em brasa compartilhando a mesma chama, mas, que logo seria apagada.

Separamos nossas bocas com dificuldade, encostei-me na lateral do rosto da latina, nossas respirações ofegantes eram ouvidas mesmo com a batida da música.

"Se quiser saber o porquê ser tão doce, meu batom é Vermelho Bordô" sorri confiante e afastei nossos corpos, Lodge ainda estava travada na mesma posição.

Dei alguns passos para trás e acenei para V.

"Cheryl, eu..." suas íris escuras se aproximaram, mas antes que pudéssemos retomar o contato, me entrosei na multidão.

Hoje vai ser uma grande noite, cara Lodge...

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Shippam Cheronica?

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