Amigos que se beijam

Bebidas e sexo

A festa de aniversário da Sara era hoje, e eu não sabia que roupa vestir. Sim, nós voltamos a ficar bastante íntimos de novo por que incrível que pareça.
Eu e Augustus temos conversando bastante, ele é muito legal e até fofo.
-Fecha o vestido pra mim ?-Pergunta Livs.
-Claro.-Digo terminando de escolher finalmente a roupa.
-Fiquei supresa por você e ela terem voltado a se falar.-Diz Livs enquanto fecho seu vestido.
-No fim das contas só o Matthew foi o babaca da história.-Respondo.-Não era justo fazer isso com a Sara, ela foi tão vítima quanto eu.
Olívia assente e eu corro pro banheiro, já estava quase na hora.
Meu celular toca, é Toby.

Adoro quando eu sempre tenho que puxar assunto.-Toby
Quando só eu procuro.-Toby
Oii Toby ! Desculpa, você sabe que eu quase nunca tenho assunto. Estou me arrumando pra uma festa, já já falo com você.-Eu
Festa ? Quem vai ? Onde ? Deixei ?-Toby
Hahaha-Eu

Tomo um banho frio rápido e visto minha roupa. Meu celular volta a tocar.

Minha vó está viajando, você poderia vir aqui pra casa depois da festa pra gente beber e dormir juntos, quero cuzinho, ops carinho :X-Toby
Pode ser hahaha.-Eu

-Tem algum problema se depois da festa eu ir pra casa do Toby e não voltar com você ?-Pergunto pra Livs.
-Ai ai, de novo esse menino ?-Ela revira os olhos.-Tudo bem, eu deixo.
-Obrigado flor !-A abraço.
-Vai amassar meu vestido !
A festa de Sara seria pra comemorar seus dezoito anos, a família dela quis algo bem formal, nada de balada e tal. A família de Sara é bem conservadora, diferente dela.
Às vezes acho que Sara se sente sufocada, e só conosco ela consegue ser quem ela realmente é. Difícil.
Desço as escadas junto de Livs e vejo sua mãe na sala conversando com a minha.
-Olha como estão lindos !-Diz minha mãe.-Vou até tirar uma foto.
-Ah eu também.-Diz Vera, a mãe de Livs.
-Nossa, até parece que estamos indo pro baile de formatura, andem logo.-Diz Livs.
-Quero ter tudo guardado pra quando você voltar da faculdade se lembrar.-Diz Vera para Livs.
Depois de tirarmos as fotos minha mãe se vira pra mim.
-Você volta pra casa depois da festa ?
Olho pra Livs e ela pisca pra mim.
-Vou dormir na casa da Livs, vamos fazer uma festa do pijama.-Respondo.
-Festa do pijama, adoro !-Diz Vera animada e Livs cutuca sua mãe.
-Hmm, juízo hein.-Minha mãe me dá um beijo na testa.-Esse Matthew vai ?
O que minha mãe sabia sobre Matthew ? Ela sabia que namorávamos, mas não do término. Olho pra Livs e ela dá de ombros.
-Eu tive que contar.-Ela responde.
Me viro pra minha mãe.
-Não, ele não é bem vindo lá.-Respondo.
-Assim espero, odeio esse garoto.-Ela diz.
Rimos.
-Eu amo você.
-Eu também, mãe.-A abraço.
Depois de muita conversa eu e Livs partimos para a casa de Sara.
Minha mãe sempre soube que eu era gay e ela sempre me apoiou nas minhas decisões. Confesso que quando trouxe o Matthew pela primeira vez lá em casa ela ficou meio tensa, mas nada demais.
Às vezes tenho curiosidade de saber como é a relação de Toby com sua família. Ele nunca me chama pra ir na sua casa quando sua vó está, nem nunca fala de sua mãe. Será que ele é tão sozinho assim ?
Avisto a casa de Sara e vejo Augustus abrindo o portão para entrar.
-Ei, Gus !-Grito.
Ele se vira assustado e um sorriso se forma no seu rosto.
-Oi Sam !
O abraço.
-O que faz aqui ?-Pergunto.
-Eu sou o primo da Sara, acho que não te contei né ?
-Ah...-Respondo.-Que maneiro, você é mais próximo do que imaginava.
-É.-Ele rir.
-Não vai me apresentar seu novo amigo ?-Pergunta Livs arqueando a sobrancelha pra mim, eu sabia o que ela queria dizer.
-Claro, Gus essa é a Livs...
-Olívia ! Não me chame de Livs, que saco!
Rimos.
-Prazer, Olívia.-Ele estende a mão para Olívia.
-Prazer.-Ela diz apertando sua mão.
Por fim entramos na festa. Sara estava logo na entrada recebendo à todos com um sorriso que não era dela no rosto. Ela não gostava de nada disso, eu sabia.
Havia um open bar nos fundos do quintal para as pessoas que gostavam de beber. Os pais dela eram do tipo que estava tudo bem os outros fazerem, desde que não fosse ela.
Vou para o quintal e Livs fica com seus amigos da organização do baile na sala. Me sento no banco e coloco metade do copo com Vodka e o resto de Coca.
-Vai com calma, tem muito aí.-Diz Gus se sentando comigo.
A verdade é que eu precisava de uma noite louca, eu queria esquecer pelo menos por um momento de tudo. Esquecer que namorei um babaca, esquecer que estava gostando de um galinha que é meu melhor amigo, esquecer que o mundo existe e que o colegial está acabando.
Eu nem ao menos sei o que fazer na faculdade ainda.
-Eu preciso disso, às vezes só o alcóol nos entende.-Responde.
Bebo de uma vez e encho novamente o copo. Augustus me olha assustado e depois começa a me acompanhar.
Depois de quase seis rodadas de Vodka e Coca eu decido ir dançar.
Todos estavam na pista, até Livs resolveu dançar. Me aproximo dela.
-Hoje a noite é nossa.-Grito pra ela.
-Que bafo é esse, Sam ?-Ela grita de volta.-Você bebeu ?
-Só dança comigo !-A puxo pra pista.
Sara e Augustus se juntam à nós, de repente tudo o que eu enxergava era apenas borrões. De repente eu não vi mais Livs e Sara, só o Augustus na minha frente colando seu corpo ao meu.
Ele me puxava cada vez mais para perto de sí e eu já podia sentir nossas respirações. Nossos lábios estavam próximos o suficiente para nos beijarmos.
O meu coração pulsava como uma marreta naquele momento, eu sentia pura adrenalina. Eu queria que essa marreta esmagasse o Toby. Quer saber, foda-se o Toby.
Foda-se o que eu sinto por ele. Foda-se a faculdade. Foda-se o Matthew.
Puxo Gus para minha boca pela sua nuca e nós nos beijamos. Ele era mais alto que eu, então fiquei na ponta dos pés até que de repente eu cai.
E acordei no banheiro da casa vomitando.
-O vaso é o meu namorado, ele sim me entende.-Digo em meio às gargalhadas.
-Meu deus, você não devia ter bebido.-Diz Gus me segurando com um copo de coca na mão.-Beba mais, isso vai limpar seu estômago.
Bebo um pouco da Coca e volto à vomitar. Me encosto na parede e olho para Gus.
-Mais um garoto que eu acabo de fazer amizade e me atura bêbado. Que engraçado. Até o filha da puta do Toby já passou por isso. AQUELE IMBECIL !
Bato na parede e me encolho no chão com dor na mão. Gus me levanta.
-Ei, tá tudo bem...-Ele responde e ouço a porta do banheiro se abrir.
-Ele tá melhorando ?-Pergunta Livs.
-Ainda vomitando muito.-Diz Gus.
-Acho melhor ele comer pra glicose aumentar. Vou buscar comida.
A porta se fecha novamente e eu olho para Gus. Seu olhar preocupado deixava ele tão fofo. Como eu queria gostar dele e não de Toby. Talvez ele sim pudesse me fazer feliz. Era tão injusto.
-Obrigado.-Respondo.
-Não há de quê.-Ele diz.-Agora vá para o vaso vomitar.
Me agacho no vaso e vomito mais, sinto o gosto de Vodka atravessar minha garganta. Eu mal consigo abrir os olhos, estou cansado. De tudo.
Me sento encostado na parede de novo e abraço minhas pernas cobrindo meu rosto. Lágrimas começam a descer e eu a soluçar. Gus levanta minha cabeça e me olha nos olhos.
-Eu sei que na maioria das vezes as coisas podem parecer não ter solução, eu também sei o quanto pode doer amar alguém, mas lembre-se: Tudo melhora, você só precisa ser corajoso.-Ele me levanta.-Meu avô me disse isso uma vez.
-Eu queria não gostar tanto dele...-Olho pro chão.-Mas eu não quero perdê-lo.
-Eu entendo.-Ele diz segurando minha mão.-Mas sabe...Às vezes temos que deixar ir.
Solto sua mão e vomito novamente no vaso.
Olívia e Sara aparecem com um prato de comida e eu como alí mesmo. Por que eu me sentia um lixo ? Eu não precisava fazer aquilo pra me sentir bem, eu sabia que aquilo era passageiro.
Eu devia lembrar de quando minha mãe ficava bêbada e era agressiva, de quando ela bebia pra chorar e lembrar de quando meu pai simplesmente a largou pra ir morar com outra. Mas no fundo eu a entendo, às vezes precisamos de uma saída de emergência.
Olívia e eu paramos na entrada da casa de Sara para se despedirmos dela. Eu já estou bem melhor agora.
-Desculpa.-Digo abraçando Sara.
-Tá tudo bem.-Ela responde.-Às vezes nós precisamos de um porre mesmo.
Rimos.
-Livs, eu...
-Tudo bem, Sam, você só não precisava fazer isso. Você tem à mim ainda.-Ela me abraça.-E eu sempre vou estar com você.
Volto a chorar nos braços de Livs e ela enxuga minhas lágrimas.
-Eu não estou aqui pra te julgar, tá ? Eu te amo, só quero que saiba disso.-Nos abraçamos mais uma vez.
Dessa vez eu chamo Sara para o abraço.
-Estava com saudades desse abraço em trio.-Digo.
-Será o primeiro de muitos !-Diz Sara animada.-Vão para casa agora, e com cuidado.
-Pode deixar, mamãe.-Respondo meio zonzo.
Na virada do bosque Olívia se vira pra mim.
-Você vai pra casa ou vai na casa do Toby ?-Ela pergunta.
Olho para o lado que dava em direção à casa de Toby, depois pro meu e por fim digo:
-Preciso resolver umas coisas.
A abraço mais uma vez e ando meio zonzo até a casa dele. Como é ruim ficar de ressaca. Eu estava muito cansado.
A luz de seu quarto estava acesa. Pego meu celular e mando uma mensagem pra ele.
Desce.-Eu
Ele aparece na janela e depois sai. Em menos de um minuto o vejo abrir a porta de sua casa. Entro e ele fecha a porta. Vou direto pro seu quarto em silêncio. A cama estava bagunçada, havia roupas pelo chão.
-Como você é desorganizado.-Digo meio zonzo me sentando na cama.
-Ah, sou eu né.-Ele dá de ombro se sentando ao meu lado na cama.
Rio e caio na cama.
-Eu não tô bem não...-Digo meio vacilante.
-Eu senti o cheiro de vodka.-Ele responde.-Você devia parar com isso. Eu fico preocupado.
-Então você se preocupa comigo ?-Pergunto me levantando.
-É claro seu idiota.-Ele me encara.-Eu amo você.
Fico paralisado diante daquilo. Lembro de quando ele disse que para ele amar alguém é dar a vida por essa pessoa, e era assim que ele se sentia comigo. Mas ele me amava como amigo ou como outra coisa ?
Solto uma gargalhada.
-Já sei.-Digo.-Ama como amigo né ? Entendo.
-Você é algo que eu sempre irei querer proteger e cuidar, eu te amo tanto seu babaca...
Me deito novamente e ele fica por cima de mim me olhando. Meu coração volta a acelerar e uma onda de nervosismo toma conta de mim.
-E eu quero você esta noite.-Ele conclui.
Então nos beijamos, mas não era um beijo intenso, era calmo e sereno. Eu poderia dizer que era um beijo de pessoas apaixonadas, mas eu sabia que não era, pelo menos não da minha parte.
Porém naquele dia eu queria apenas foder, matar o que me matava por dentro. No fim éramos apenas dois seres humanos com frustrações que se entendiam e as matavam com prazer.
Apenas isso.
E eu mais uma vez não disse a verdade.
Ele tira minha roupa e manda eu ficar de quatro no chão. Eu obedeço.
-Vamos terminar a nossa brincadeira.-Ele abre o armário e pega o cinto.
-Sim.-Respondo e sinto uma ardência na minha bunda, era o cinto.
-Não foi assim que te ensinei.-Ele sussurra.-Agora repete comigo: Sim senhor.
-Sim senhor.-Digo.
Ele encaixa seu membro extremamente duro na minha entrada e começa a estocar bem devagar. Ainda sinto dor. Então ele enfia tudo e eu grito.
Ele põe a mão na minha boca e começa a aumentar as estocadas. A dor incomodava um pouco, mas o prazer era maior.
-Geme pra mim, vadia.-Ele sussurra no meu ouvido e eu solto um gemido que o faz estocar com mais força.
Meu membro começa a latejar e ele começou a fazer uma leve masturbação em mim enquanto metia. Eu estava nas nuvens com aquilo, ele sabia como me dá prazer como ninguém.
De repente ele retira seu pênis de dentro de mim e pede pra eu ficar de frente pra ele. Eu obedeço e ele abaixa minha cabeça e fico de cara com seu membro. Ele segura minha cabeça e começa a bater com seu membro nela. Aquilo me excitava, então eu abocanho seu membro e começa com movimentos de vai e vem com minha boca.
Podia ouvir ele gemer alto, aquilo me deixava louco e eu aumenta cada vez mais os movimentos, no meio do oral eu engasguei, mas nada me impediu de continuar. Meus olhos estavam começando a lacrimejar e ele segurava minha cabeça pedindo para que continuasse.
Percebo que ele estava perto de chegar ao seu ápice então eu paro e ele me coloca deitado na cama de barriga pra cima.
-Você é muito gostoso, e é apertadinho também.-Ele diz enfiando seu membro novamente na minha entrada.
-Me fode...-Deixo escapar e ele acerta o lugar mágico em cheio me fazendo gritar de prazer.
-Você quer isso ?-Ele pergunta.
-Sim senhor.-Respondo.
Então as estocadas aumentam ainda mais de nível, eu começo a me masturbar e sinto que estou perto do ápice. Nossos gemidos se misturam naquele quarto e se a vizinhança escutasse ou não isso não era problema, o nosso desejo e prazer era muito maior que nossa preocupação.
-Eu vou gozar porra....-Ele diz em meio aos gemidos.-Ai caralho que bunda gostosa....
Meu coração acelera e eu estremeço soltando um gemido muito alto junto dele. Chegamos ao ápice junto.
Ele se deita encima de mim e eu sinto logo em seguida um certo incômodo na minha entrada. Ele retira seu membro e percebo que estou sangrando.
-Ai migo, de novo eu arrombei você.-Ele diz tampando a boca.-Dessa vez vamos tomar banho juntos, vem, vou lavar você.
Ele me puxa até o banheiro e abre o chuveiro. Entramos e ficamos de frente um pro outro enquanto a água cai.
Toby começa a me lavar da cabeça aos pés e me beija quando pode. Ele me encosta na parede e segura minhas pernas se encaixando entre elas e volta a me beijar.
-Gostoso.-Ele sussurra no meu ouvido e depois começa a depositar beijos pelo meu pescoço e logo em seguida chupões.
-Toby....meu deus...-Gemo com os toques e ele sorrir.
Depois de muitos amassos no banho, nós voltamos pro quarto e nos deitamos na cama. Dessa vez ele deita sob meu peito enquanto eu acaricio seus cabelos.
Estávamos quase dormindo quando Toby me chama.
-Eu queria poder gostar de você, é tão injusto.-Ele diz.
-Não adianta ficar se lamentando agora.-Digo.
-Por que ?
-Porque nós temos que aceitar que as coisas vão ser assim, que você só vai me amar como amigo, é melhor que seja assim.
Ele levanta sua cabeça e me olha.
-Estaremos juntos pra sempre, eu prometo.-Ele diz.-Eu sempre vou te proteger, sempre.
-Tenho medo desse "sempre".-Respondo.
-Dane-se que dizem que o pra sempre sempre acaba, eu sou diferente e se nós quisermos será pra sempre, Sam. Porque eu amo você.
-Eu também te amo, não faz ideia do quanto.-Digo olhando nos seus olhos.
Ele sorrir e inverte os papéis da posição, agora ele me envolve em seus braços e deitamos de conchinha.
-Dorme agora bebê, você precisa acordar melhor.-Ele me dá um beijo na cabeça.
E nós dormimos. Eu queria que aquele momento fosse eterno.

Continua...