O dia tinha se desenrolado lento, chato e quase insuportável. Bem, no geral, ele tinha passado normal, como os meus outros dias. Não tinha ânimo e nem coragem para tentar quebrar essa minha rotina que vinha se prolongando há quase dois anos.
Passava os meus dias assistindo tv e recebendo as ligações preocupadas da minha mãe e dos poucos amigos que me restavam. Os admirava pela insistência de ainda manter contato comigo, uma pessoa entregue a uma "depressão" que não parecia ter solução. Eu mesmo não me via aberto a receber nenhum tipo de ajuda, não queria, minha vida parecia estar fadada a terminar ali, do jeito que estava levando. Você deve estar se perguntando o porquê disso tudo, a resposta é simples, perdi a razão da minha vida há dois anos.
Vivia normalmente como qualquer cidadão britânico. Ia bem na minha carreira, já estava alcançando o auge, quando a tragédia ocorreu, perdi as mulheres da minha vida em um único dia. Abandonei tudo e todos e me tranquei no meu mundo, sem dar liberdade para mais ninguém se aventurar nele... Até...
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- Por favor, Benedict. Você não pode me deixar na mão.
- Mas porque logo eu? Já pensou em ligar pro Martin? Sabe que não tenho disposição pra isso, Thomas.- Você sabe muito bem que o Martin está na Nova Zelândia. E vai fazer bem pra você. Precisa tentar enfrentar o que tá te atormentando, e nada melhor do que sair desse cubículo que é a tua casa e dar um passeio por ai... Estou te pedindo esse favor porque realmente não vai dar tempo de eu ir buscá-la.
- Tudo bem, Tom. Eu vou.Após delisgar o telefone e xingar mentalmente o responsável por me fazer quebrar a minha monótona rotina, peguei meu casaco no cabideiro e dirigi até o aeroporto.
Depois de alguns minutos de espera, encontrei quem eu esperava. Uma bela mulher de longos cabelos dourados, expressivos olhos claros e um sorriso encantador, vinha ao meu encontro.
- Olá. Você deve ser o Benedict? - Sorriu. Ela tinha um sotaque francês bem carregado.
- Sim - Tentei retribuir a simpatia - E você é a Constance, a tão famosa Constance.
- Pode me chamar de Connie. Famosa? Ai, que ótimo. Não sabia que era tão famosa.
Era realmente uma mulher muito bonita, tinha o corpo esguio, de pernas compridas e delineadas. Apesar de ter o sorriso característico dos membros da sua família, seus lábios eram carnudos e delicadamente desenhados.
- Seu irmão é o responsável pela sua popularidade entre os amigos. Segundo ele, a senhorita é o orgulho da família.
- Ah, mas não ligue pro Tom... Ele adora exagerar nas coisas. - Connie me fitou durante alguns segundos e continuou - E então Benedict, o que vamos fazer? Meu irmão desnaturado me abandonou e faz anos que não venho a Londres... Colocando isso em números... - Pensou - São quase 18 anos sem pisar aqui...
- O quê? Thomas só me disse para vim recebê-la e levá-la para o apartamento dele...
- Ora, vamos, Benedict. Você não pode me fazer essa desfeita. Hoje será meu guia
- Mas...
- Vamos, eu não mordo - Connie me lançou um rapido sorriso - ainda...
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Her
FanfictionBenedict acaba de passar por uma enorme tragédia em sua vida, devido a isso, ele é acometido por sequelas que o torna, às vezes, ansioso e depressivo. Como uma forma de proteger todos ao seu redor ele se afasta de todos, porém... Ela é uma Hiddlesto...