POV Victoria
— Marco, o que você ta fazendo aqui? — ele estava parado na entrada da cozinha e eu temia por sua reação.
— Você está grávida? — ele perguntou novamente, sem nenhuma expressão no rosto.
Senti meus olhos se encherem de lágrimas e um soluço escapou de meu peito, senti os braços dele circulando meu corpo.
— Marco, me descul...
— Não — ele falou calmo — não ouse se desculpar, meu amor, vamos pro quarto conversar? — ao chegarmos no quarto ele fechou a porta e se sentou na cama — Então?
— Você não vai gritar? Surtar? Brigar comigo?
— Eu poderia reclamar por você esperar isso de mim — ele deu um sorriso triste — Mas acho que meu histórico não é muito bom. Só que eu tô com você, Vic, sempre, em todos os momentos, eu tô com você...com vocês.
A forma leve como ele colocou colocou a mão em meu ventre, me transmitiu uma calma sem precedentes, além de encher meu coração de paz.
— Obrigada, meu amor — o abracei apertado — eu te amo muito, nós tem amamos muito.
— Será que um dia vamos nos acostumar com isso? Falar no plural e coisas assim?
— Eu espero que sim — me deitei na cama e ele se deitou ao meu lado.
— Quando você descobriu? — ele perguntou calmo, eu sabia que ele estava assustado, mas estava lutando contra si mesmo para não surtar e não me decepcionar novamente.
— Tem uns três dias, eu só sentia alguns enjôos, mas quando minha menstruação atrasou uma semana eu fiquei preocupada e fiz o exame, eu tive tanto medo, tive medo pelo bebê, pelo meu futuro, pela sua reação.
— Você deveria ter me contado, eu tenho a obrigação de te apoiar nesses momentos — ele respirou fundo e pareceu pensar bem antes de falar novamente — Não quero parecer ofensivo, mas quando você tirou o DIU?
— Eu não tirei — ele me lançou um olhar confuso — Eu vou no obstetra hoje a tarde pra ele ver como vamos fazer com o DIU.
— Mas tem algum perigo pro bebê?
— Tem — suspirei — as chances de perder o bebê são maiores, mas ele vai avaliar se é melhor tirar o DIU ou deixá-lo lá até o parto.
Ficamos deitados, abraçados até meu pai bater a porta.
— Se entenderam? — ele perguntou sorrindo.
— Você mandou ele vir? — perguntei, finalmente com a ficha, do motivo que trouxe Marco aqui hoje, caindo.
— Sim — ele sorriu travesso — vocês tinham que se entender pelo bem do bebê e do vovô aqui. Falando em bebê, quando vai contar pra sua mãe?
— Vou esperar pra ver o que o André fala, ai a gente pensa em contar pras outras pessoas — me virei para o Marco — quando chegou você já sabia?
— Não, ele só falou pra eu vir aqui, que teria que estar preparado e que se eu surtasse ele me mataria, então já vim imaginando o que seria.
Eu tive que rir, isso era a cara do meu pai.
— Você vai com ela ao médico?
— Vou sim, Tomas, aí depois da consulta eu levo ela pro treino e trago pra casa.
— Você vai ficar bem aqui? — ele perguntou como se eu tivesse dez anos — Não quer que eu vá com você?
— Querer eu quero, mas não posso empatar sua vida — fiz beicinho — Não precisa se preocupar, o Marco vai cuidar de mim.
— É melhor que cuide mesmo, antes de ir pro hospital vocês me deixam no aeroporto.
— Só se você prometer voltar logo — sorri pro meu pai — Promete?
— Claro que prometo, vou voltar muitas vezes — abri um sorriso gigantesco — pra ver o meu neto.
— O que? — gritei indignada, enquanto Marco e papai gargalhavam — Para de palhaçada, mesmo com o monstrinho eu ainda vou ser sua prioridade.
Coloquei língua e me levantei da cama.
— Monstrinho? — Marco perguntou confuso.
— Sim, seu filho está sugando tudo de mim, um monstrinho.
Tomei meu banho e quando saí do banheiro, Marco estava deitado em minha cama, com o indicador nos lábios, perdido em pensamentos.
— Marco — chamei e ele não me ouviu — Amor, está tudo bem?
— Ah, tá sim, meu amor — ele me deu um sorriso forçado.
— Você sabe que pode falar comigo, não sabe?
Ele suspirou antes de dizer:
— Eu só não sei se consigo — meu corpo ficou tenso — eu tenho medo de não ser bom o bastante pro monstrinho.
— Ninguém nasce sabendo fazer isso, amor, e nós vamos aprender juntos, um ajudando o outro, fechado?
— Fechado — ele de deu um selinho e eu fui vestir roupa.
Paramos em um restaurante pra almoçar, antes de deixar meu pai no aeroporto.
— Quando precisar de mim — ele disse, me abraçando — é só ligar que eu largo tudo e venho pra cá.
— Eu sei que sim, papai, assim que sairmos do médico eu te deixo uma mensagem, pra você ver quando pousar.
Me despedi dele e fui com Marco em direção ao Sanitas.
— Dra. Victória, confesso que fiquei surpreso quando vi o seu nome constando como pré-natal, parabéns — André disse assim que entramos na sala.
— Obrigada, André, mas confesso que estou um pouco apreensiva, por causa do DIU.
— Ah sim, mas tenta relaxar, nós vamos monitorar vocês e fazer tudo que estiver ao nosso alcance para que sua gravidez transcorra da forma mais linda e genuína possível, como deve ser. Você pode se trocar, coloca o avental sem nenhuma roupa por baixo — a essa altura os olhos de Marco praticamente saltavam do seu rosto — eu vou fazer um ultrassom normal e tentar localizar o DIU, mas qualquer coisa, faremos um transvaginal para tentar localiza-lo com mais precisão.
Me levantei e fui para o pequeno banheiro trocar de roupa.
Seja o que Deus quiser!
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Ainda Sou Eu - Marco Asensio
FanfictionQuando o destino decide que você pertence à alguém, não importa quantas voltas a vida dê, você sempre parará no mesmo lugar. É como um rio, você pode atirar pedras causando ondulações, mas a corrente sempre se corrige. ATENÇÃO: O Wattpad alterou a o...