Capítulo 29

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POV Victoria

— Marco, o que você ta fazendo aqui? — ele estava parado na entrada da cozinha e eu temia por sua reação.

— Você está grávida? — ele perguntou novamente, sem nenhuma expressão no rosto.

Senti meus olhos se encherem de lágrimas e um soluço escapou de meu peito, senti os braços dele circulando meu corpo.

— Marco, me descul...

— Não — ele falou calmo — não ouse se desculpar, meu amor, vamos pro quarto conversar? — ao chegarmos no quarto ele fechou a porta e se sentou na cama — Então?

— Você não vai gritar? Surtar? Brigar comigo?

— Eu poderia reclamar por você esperar isso de mim — ele deu um sorriso triste — Mas acho que meu histórico não é muito bom. Só que eu tô com você, Vic, sempre, em todos os momentos, eu tô com você...com vocês.

A forma leve como ele colocou colocou a mão em meu ventre, me transmitiu uma calma sem precedentes, além de encher meu coração de paz.

— Obrigada, meu amor — o abracei apertado — eu te amo muito, nós tem amamos muito.

— Será que um dia vamos nos acostumar com isso? Falar no plural e coisas assim?

— Eu espero que sim — me deitei na cama e ele se deitou ao meu lado.

— Quando você descobriu? — ele perguntou calmo, eu sabia que ele estava assustado, mas estava lutando contra si mesmo para não surtar e não me decepcionar novamente.

— Tem uns três dias, eu só sentia alguns enjôos, mas quando minha menstruação atrasou uma semana eu fiquei preocupada e fiz o exame, eu tive tanto medo, tive medo pelo bebê, pelo meu futuro, pela sua reação.

— Você deveria ter me contado, eu tenho a obrigação de te apoiar nesses momentos — ele respirou fundo e pareceu pensar bem antes de falar novamente — Não quero parecer ofensivo, mas quando você tirou o DIU?

— Eu não tirei — ele me lançou um olhar confuso — Eu vou no obstetra hoje a tarde pra ele ver como vamos fazer com o DIU.

— Mas tem algum perigo pro bebê?

— Tem — suspirei — as chances de perder o bebê são maiores, mas ele vai avaliar se é melhor tirar o DIU ou deixá-lo lá até o parto.

Ficamos deitados, abraçados até meu pai bater a porta.

— Se entenderam? — ele perguntou sorrindo.

— Você mandou ele vir? — perguntei, finalmente com a ficha, do motivo que trouxe Marco aqui hoje, caindo.

— Sim — ele sorriu travesso — vocês tinham que se entender pelo bem do bebê e do vovô aqui. Falando em bebê, quando vai contar pra sua mãe?

— Vou esperar pra ver o que o André fala, ai a gente pensa em contar pras outras pessoas — me virei para o Marco — quando chegou você já sabia?

— Não, ele só falou pra eu vir aqui, que teria que estar preparado e que se eu surtasse ele me mataria, então já vim imaginando o que seria.

Eu tive que rir, isso era a cara do meu pai.

— Você vai com ela ao médico?

— Vou sim, Tomas, aí depois da consulta eu levo ela pro treino e trago pra casa.

— Você vai ficar bem aqui? — ele perguntou como se eu tivesse dez anos — Não quer que eu vá com você?

— Querer eu quero, mas não posso empatar sua vida — fiz beicinho — Não precisa se preocupar, o Marco vai cuidar de mim.

— É melhor que cuide mesmo, antes de ir pro hospital vocês me deixam no aeroporto.

— Só se você prometer voltar logo — sorri pro meu pai — Promete?

— Claro que prometo, vou voltar muitas vezes — abri um sorriso gigantesco — pra ver o meu neto.

— O que? — gritei indignada, enquanto Marco e papai gargalhavam — Para de palhaçada, mesmo com o monstrinho eu ainda vou ser sua prioridade.

Coloquei língua e me levantei da cama.

— Monstrinho? — Marco perguntou confuso.

— Sim, seu filho está sugando tudo de mim, um monstrinho.

Tomei meu banho e quando saí do banheiro, Marco estava deitado em minha cama, com o indicador nos lábios, perdido em pensamentos.

— Marco — chamei e ele não me ouviu — Amor, está tudo bem?

— Ah, tá sim, meu amor — ele me deu um sorriso forçado.

— Você sabe que pode falar comigo, não sabe?

Ele suspirou antes de dizer:

— Eu só não sei se consigo — meu corpo ficou tenso — eu tenho medo de não ser bom o bastante pro monstrinho.

— Ninguém nasce sabendo fazer isso, amor, e nós vamos aprender juntos, um ajudando o outro, fechado?

— Fechado — ele de deu um selinho e eu fui vestir roupa.

Paramos em um restaurante pra almoçar, antes de deixar meu pai no aeroporto.

— Quando precisar de mim — ele disse, me abraçando — é só ligar que eu largo tudo e venho pra cá.

— Eu sei que sim, papai, assim que sairmos do médico eu te deixo uma mensagem, pra você ver quando pousar.

Me despedi dele e fui com Marco em direção ao Sanitas.

— Dra. Victória, confesso que fiquei surpreso quando vi o seu nome constando como pré-natal, parabéns — André disse assim que entramos na sala.

— Obrigada, André, mas confesso que estou um pouco apreensiva, por causa do DIU.

— Ah sim, mas tenta relaxar, nós vamos monitorar vocês e fazer tudo que estiver ao nosso alcance para que sua gravidez transcorra da forma mais linda e genuína possível, como deve ser. Você pode se trocar, coloca o avental sem nenhuma roupa por baixo — a essa altura os olhos de Marco praticamente saltavam do seu rosto — eu vou fazer um ultrassom normal e tentar localizar o DIU, mas qualquer coisa, faremos um transvaginal para tentar localiza-lo com mais precisão.

Me levantei e fui para o pequeno banheiro trocar de roupa.

Seja o que Deus quiser!

Ainda Sou Eu - Marco AsensioOnde histórias criam vida. Descubra agora