Capítulo Três

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CAPÍTULO TRÊS

Acomodada em um dos sofás da sala da síndica, saboreava uma taça de vinho em sua companhia.

Percebendo minha timidez mista a uma dose de desconcerto, a mulher iniciou um assunto corriqueiro, seguindo para assuntos profissionais, onde acabei descobrindo que ela era graduada em Administração e atuava como professora universitária.

— É tão bom ter alguém para conversar — confessou pousando a taça vazia sobre a mesa de centro. Estávamos uma ao lado da outra. — Ás vezes me sinto um pouco sozinha nessa casa...

— Ué, moro três andares acima, Carminha — sorri, sorvendo o últmo gole da minha taça. O visor do celular vibrou, acusando que já passavam de uma hora da manhã. — Sempre que quiser jogar conversa fora, pode me chamar.

Ela apoiou o braço no encosto do sofá, fletindo os joelhos, colocando os pés sobre o móvel.

— Ah, sim! Você é realmente adorável, Camila — pela primeira vez, ela estendeu a mão, alcançando a minha. — Uma pena que seja tão jovem!

— Como assim?! Uma pena? — indaguei franzindo as sobrancelhas, tentando assimilar sua última frase.

Ela riu.

— Bem... Digamos que você é muito bonita — sua voz tornou-se um pouco mais sedutora —, sabe conversar, carismática... É tudo o que procuro em outra mulher.

Arregalei os olhos e ela sorriu, encarando-me com sensualidade.

— O-o quê?! Nossa! Caramba! — exclamei admirada com a confissão. — Você gosta de mulheres? — perguntei em um berro de tremenda euforia.

— É... — concordou, balançando a cabeça. — Fui casada com outra mulher por dois anos. E esse encontro de hoje, era para conhecer outra. Mas como sempre, fracassei.

— Puta merda! — exclamei aos risos.

— Desculpe, querida — ela recolheu o copo vazio em minhas mãos. — Não foi minha intenção te deixar constrangida.

— Não, você não me constrangeu — balançava a cabeça em negação várias vezes. — É que... E-eu sempre te achei uma gata, Carminha! — falei segurando em seu pulso, atraindo sua visão.

— Gata? — deu uma gargalhada gostosa. — Que bondade a sua, Camila — ela arqueou a sobrancelha e colocou o copo na mesa. — Olha só... — a síndica estava visivelmente desconcertada. — Já está tarde. Não acha melhor você ir pra casa?

O apartamento estava silencioso. Eu estava um pouco embriagada pela quantidade de vinho que ingeri. Sustentei seu olhar, abrindo um sorriso malicioso, oscilando a atenção com a boca dela. Notei que ela fazia o mesmo. Inclinamos na direção da outra, devagar. Bem próximas, observamos nossos lábios, iniciando um beijo.

Carmem gemeu ao sentir meus lábios escorregando por seu pescoço macio.

— Não paro de pensar em você! — sussurrei em seu ouvido com uma voz enrouquecida.

— Você tem que ir embora! — agarrou-me pelos cabelos.

Raspei os dentes no meu lábio inferior, dando um sorrisinho sagaz. Passei com minhas mãos, agarrando suas coxas, apertando-as, puxando-a ao meu encontro. Carmem inclinou a cabeça para trás e gemeu baixinho.

Suspirei forte e mordisquei seu queixo, passando a língua molhada pelo seu pescoço, trilhando um caminho até seu ombro.

A síndica emaranhou seus dedos em meus cabelos com um pouco mais de força. Sua respiração era agitada, seguindo o ritmo certeiro da excitação que percorria seu corpo. Subi com a língua, alcançando a boca dela. Lambi os lábios delicados, terminando de borrar o batom. Ela sorriu, entreabrindo-os, cedendo autorização para um beijo mais lascivo.

Moça do Condomínio (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora