Prólogo - A Nevasca.

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Os caps vão ser curtinhos mesmo, atts variadas, eh isto.
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O frio de Denver estava tão forte naquela noite que eu achei que fosse congelar minha alma. Não conseguia enxergar nada devido à quantidade de neve no para-brisa, por mais que os limpadores de vidro funcionassem. Depois de algum tempo, tive de aceitar: não era possível continuar, eu precisava parar.

Foi um processo dificultoso, não era capaz de enxergar um palmo adiante meu nariz, mas depois de algum tempo tive êxito, tomando o máximo de cuidado possível. Nunca foi provido de músculos, a magreza foi e é uma de minhas características físicas durante quase toda minha vida. Por isso, senti que poderia ser soprado para longe ao sentir o vento forte me atingir em cheio. Até mesmo o caminhar era difícil de ser realizado decentemente, sentia meu corpo bambear a todo momento. Com as mãos sob os olhos, consegui andar até a calçada mais próxima, porém, o que enxerguei alí não foi nada agradável.

LoDo, bairro onde meu querido ex-marido mora.

A melhor parte? Apenas meio quarteirão de seu apartamento.

Soltei um suspiro pesado, não conhecia ninguém naquela região. Quando conheci Jeongguk foi tão por acaso, tinha ido àquele bairro fazer uma entrevista de emprego, e nunca mais voltei alí a não ser para visitar ele, período antes de Jeon se mudar para minha casa. Feria meu orgulho bater na porta dele depois dos últimos acontecimentos, na minha cabeça Jeongguk nem ao menos merecia isso. Mas, naquelas circunstâncias foi impossível dar uma de criança birrenta e voltar pro carro.

Cambaleava à todo instante enquanto caminhava pelas ruas, o mais rápido possível para fugir daquela tempestade. Algumas gotas de água ameaçavam cair também, portanto apressei meu passo. Estava encharcado ao chegar na fachada do condomínio, mais ainda quando me vi em frente ao prédio onde morava Jeongguk. Conseguia ver gotas pingarem dos meus cabelos, o desconfortável frio envolvia-me com tudo de si. Deixei rastros de água até mesmo no elevador.

Respirei fundo. O frio que senti na nevasca não foi nada comparado ao frio na barriga que senti ao olhar o número 401 na porta. Minhas mãos tremiam quando a ergui para bater em sua porta, eu não sabia distinguir se era pelo frio, pelo fato de eu encontrar alguém que não queria ver nem pintado de ouro ou pelos dois combinados.

Quando bati à porta, senti minha alma sair de meu corpo. Não sabia o que esperar.

Definitivamente, o que aconteceu não foi o que eu imaginei.

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