Capítulo 3

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"O trabalho dignifica o homem ! " Sem via de duvida, aquelas palavras proferidas por seu pai antes de partir, não saiam da sua cabeça naquele momento. Sobre o sol forte, Henrique, puxava o cabo da enxada com vigor. As gotas der suor faziam o percurso da testa ate o nariz. Apesar, de ter desapontando toda sua família, após, vender todos os seus bens e leva-los a falência, ele era um bom homem. Suas ações imaturas, tiveram graves consequências. Foi expulso de casa sem um tostão no bolso.

Perambulou pela vizinhança em busca de algum lugar em pudesse se abrigar.Porém, ninguém o recebia. Não deve outra opção, a não ser partir para uma terra distante, onde recomeçaria sua vida. Ajuntou suas tralhas e seguiu viagem. Bateu de porta em porta procurando um emprego, mas as pessoas o olhavam com desconfiança, outros nem sequer abriam lhe a porta. A fazenda Novo Horizonte, era sua última esperança. Um homem de aparência rude, foi quem lhe recebeu. Tinha cara de poucos amigos, e um olhar assombroso. Não fez questão nenhuma de ajudá-lo. Além, de oferecê-lo água da torneira.

Se não fosse, pela linda jovem que lhe ganhara o coração, o mesmo estaria a essa altura, passando necessidades. Apesar, de fazer completamente de tudo na fazenda e não ganhar um bom salário, se sentia grato. Já tinha visto muitas mulheres belas, mas como aquela,jamais! Sonhava com ela todas a noites. Mas tinha prometido para si mesmo, não entrar em confusão. O pai da jovem além de braco, era o seu patrão. Um pequeno deslise e estaria na rua. Tratou de conter os seus impulsos por um momento.

Da janela do seu quarto, Joana, tentava decifrar aquela figura, ate então desconhecida. Afinal, quem era aquele homem que com tamanha destreza, domava um cavalo selvagem? Sua curiosidade foi por um momento atiçada. Cogitou a ideia de descer para sondar o território,mas desistiu, assim que viu sua irmã se aproximar. Ambas já não conversavam mais, o dialogo havia se tornado monótomo e se resumia em apenas um "Bom dia" e "Boa noite". Havia se tornado completas estranhas dentro de casa. Anna, se sentia sozinha, sem ninguém para conversar ou dividir pequenos momentos. Ao conhecer Henrique, viu alia oportunidade perfeita para fazer um amigo. Além de simpático, era um rapaz atraente, não podia negar. Mas, o que não esperava, era se vê envolvida por sentimentos totalmente novo. Lembrou-se do dia em que sua mãe, havia contato a elas a história de quando conheceu seu pai. De como, seu coração se enlaçou ao dele a primeira vez que o viu. Das borboletas no estômago, pernas bambas, coração acelerado,cada vez que se encontravam. Estaria ela apaixonada por Henrique?Talvez fosse apenas coisa da sua cabeça. Seu pai também não permitiria o envolvimento entre os dois.

Os dias se passavam lentamente na fazenda, depois de meses sem sair de dentro de casa, Joana, tomada de súpita coragem, resolve respirar ar fresco. A lembrança de sua mãe andando pelos campos, contribui para que se arriscasse um pouco mais. Apesar,de não ter superado por completo a sua perda, ela tentava mandar viva dentro de si a sua memória.

Aquela manha estava nublado, as nuvens escuras cobriam o céu azul. Apos dar alguns passos, se viu em frente ao estábulo, lugar preferido de sua falecida mãe. Abigail tinha um certo amor por cavalos. Joana sentiu um aperto no peito e as lágrimas ameaçaram sair a qualquer momento. Em um ímpeto, colocou as rédeas em uma dos cavalos e montou a pelo.

- Hei!O que pensa que está fazendo moça? - Henrique indaga ao entrar no estábulo e presenciar a cena. Joana acabou levando um susto e as vibrações do seu corpo passaram para o cavalo, o qual reagiu em disparada. A jovem entrou em estado de pânico ao ver o animal correr com tamanha velocidade.

- Por favor alguém me ajude! - Gritou desesperada. - Henrique pegou um cavalo já selado e montou.Tentava alcançar o outro animal que corria em direção a colina.

- Segura firme as rédeas! - Tentava instrui a jovem. Porém, não se deu conta que mais a frente tinha uma cerca. E ao tentar pulá-la, o cavalo acabou derrubando Joana no chão.

A jovem exprimiu um gemido, seguido de um choro. Sua garganta queimava por dentro. Tudo o que vinha guardado dentro de si por meses, estava prestes a sair. Se não fosse a intervenção de Henrique.

- Você está bem? - Perguntou preocupado ao descer do cavalo.

- Hum rum. - Joana resmungou sentindo uma leve fisgada na perna.

- Seu braço esta machucado! Venha eu vou leva-la para casa. - Joana, porém, não conseguia se mover. Ainda estava anestesiada por contado susto.

- Deixe eu ajudá-la! - Henrique colocou sua mão em suas costas e ajudou-alevantar. Com cuidado colocou a no lombo do cavalo, mas ela se apavorou.

- Calma!Eu vou segurar as rédeas. Ele não vai correr - então começou a puxá-lo.

Uma fina chuva começou a cair do céu. Andaram por alguns minutos ate chegar em casa. Ajudou-a desapear do cavalo e levou-a ate a cozinha.Suas roupas já haviam se molhado toda.

- Menina o que aconteceu? Olha como esta! - Dona Ermínia inqueriu preocupada.

- Ela montou em dos cavalos sem cela, e ele acabou saindo em disparada. - Henrique se pronunciou ao vê o silencio da jovem.

- Oh,céus! Se seu pai ver isso, ele não vai gostar nenhum pouco.

- Não se preocupe Ermínia. Ele não vai dizer nada. Nunca se preocupou comigo e não será agora que ira. - Joana respondeu amarga se retirando da cozinha.

- Espere! Deixe eu cuidar desse ferimento menina.

- Não se preocupe, eu sei me cuidar.

- Ah! E não tem de quem! - Disse Henrique indignado com a atitude da jovem. Mas a mesma nada respondeu. - Qual é o problema dessa menina?

- Ela é assim meu jovem. Desde que sua mãe faleceu as coisas só pioraram.

- Quem era a mãe dela ? Será que não ensinou bons modos a ela?

- Não fale assim. A senhora Abigail era uma mulher muito bondosa. Diferente do patrão. Que ele não me escute dizer isso.

- Quem?O senhor Ricardo? Ela é filha dele e irmã de Anna ? - Indagou admirado.

- É sim! Por que o espanto?

- Só não consigo entender como duas pessoas tão diferentes podem ser irmãs !

- São personalidade diferentes. Mas possuem o mesmo coração. Passaram pelas mesmas perdas e dores. Porém, cada uma escolheu reagir de uma forma. Assim como acontece com qualquer um diante da dor.

Duas Irmãs - Uma mesma HistoriaOnde histórias criam vida. Descubra agora