Vc Me Salvou

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- O que pensa que está fazendo? - perguntou Juliana com um olhar assustado e sem fôlego.

- Calma. Eu só peguei...

- Não. Não quero ter nenhum tipo de intimidade com o senhor. Estou aqui para cumprir meu trabalho. Sem conversas paralelas.

- Desculpa, eu não achei que fosse te ofender, tá? Me desculpa mesmo. Não pergunto, nem quero saber de mais nada - Nessa última frase podia perceber um tom de deboche vindo dele.

***

Juliana seguiu para seu quarto nos fundos. Sentou-se na cama e ficou olhando para o espelho que ficava à frente.

- Como pode? Quem ele pensa que é? Pegando na minha mão como se estivesse alguma intimidade. Graças a Deus que já está ficando na hora de sair. - até ela mesma via que era exagero de sua parte. Mas, não queria admitir que gostou para se mesma.

A essa hora sua mãe tinha saído do trabalho e levado seus irmãos para casa.

Ju não percebeu, mas havia esquecido seus remédios pulmonares. Os quais não poderia sonhar em ficar sem.

***

Juliana chegou ao ponto, a espera de um ônibus. Não demorou muito até chegar o primeiro coletivo, que estava quase vazio. Seria sorte? Só tinham duas pessoas. O motorista e um homem no último banco. Aquela hora o fluxo do trânsito já tinha abaixado.

***

Nicolas foi beber um copo d'agua na cozinha. Quando viu os remédios de juliana em cima na bancada.

- Traceel? Esse remédio é muito caro. E não é da minha tia. Deve ser da Juliana! - falou ele com preocupação.

Chegou no quarto onde estava Daniela e disse:

- Dani, eu preciso sair.

- Pra onde? Pra quê?

- Juliana esqueceu os remédios dela aqui. Na caixa tem os horários e tá quase na hora. Ela precisa.

- Não acredito que você vai me deixar aqui. Com vontade de te ter. E vai lá entregar os remédios da "doentinha". - fazendo aspas com os dedos.

Nicolas saiu do quarto sem falar nada. Olhou a agenda do telefone fixo e encontrou o número de Juliana. Desceu no elevador. Ele estava realmente preocupado com ela.

Juliana estava no ônibus ouvindo música no celular. De repente o motorista precisou freiar bruscamente. Ela deixou seu celular cair no chão, desmontando o aparelho. Nessa mesma hora Nicolas ligava para saber onde ela estava.

Ela distraída a procura do celular, não notou que o homem do último banco, estava se aproximando. Quando voltou a visão para cima novamente, ele estava apenas 2 cadeiras atrás dela. Talvez ele somente fosse descer no mesmo ponto que ela.

Nicolas chegou de moto ao ponto que Ju ficava à espera do ônibus. Percebeu que ela já tinha ido. Mas não desistiu. Ligou novamente e Juliana atendeu:

- Alô, é o Nicolas. Ju, você esqueceu seus remédios.

- Ai meu Deus, Nicolas. Não posso ficar sem eles!!!

- Onde você está? Eu estou indo levar.

- Vou descer na Paulo Viera.

- Tá, te encontro na praça?

- Pode ser. Obrigada.

- De nada, Ju.

- Tchau. E obrigada mesmo.

Juliana desceu na Paulo Viera e foi direto para a praça à espera de Nic. Quando sentiu uma mão estranha na sua cintura. Virou-se rápido e viu o mesmo homem que estava com ela no ônibus. Gelou dos pés à cabeça. Não conseguia pronunciar uma palavra. Apenas ouvido baixinho:

- Me acompanhe. Finja que somos namorados.

Juliana o acompanhou até a esquina com olhar de pavor. Pedia ajuda com os olhos.

Nicolas chegou logo depois. E ficou olhando para os lados, em busca de seus olhos acharem Juliana. Até que viu de longe uma moça acompanhando um rapaz. Seria Ju?

- Juliana - gritou ele, mas não foi escutado.

Ele foi se aproximando sem ser notado. Percebeu que a rota feita pelo "casal" estava estranha. Quando chegaram à uma viela escura. Nicolas escutou o rapaz dizer que Juliana não podia gritar nem chamar atenção. Nesse momento Nicolas não se conteve e gritou:

- Larga ela! Agora!

O homem olhou com ódio para Nicolas. Tentou acertar um golpe no rosto de Nic, mas foi surpreendido por um soco dele em sua direção. O homem caiu. Nicolas mandou Juliana correr em direção a praça. Mas antes que ele pudesse fazer o mesmo, foi ferido com um canivete. O homem correu. E só escutaram o gritou de Juliana:

- Não, Nicolaaas!!!!!

Talvez Um TalvezOnde histórias criam vida. Descubra agora