Obrigada, Por Tudo!

480 28 12
                                    

- Nicolas, você tá me ouvindo. Me responde por favor! - perguntava Juliana aos prantos.

- Calma, ju. Eu tô bem. - sussurrou ele baixinho no ouvido de Juliana, quase inconsciente.

    Juliana ligou rapidamente para o Samu. Quase não conseguia falar nada. Estava em pânico total. Ficou ao lado de Nicolas até os socorristas chegarem e ficava repetindo que não o deixaria só.

    Ela não estava bem, começou a alucinar. As frases estava emboladas. Quando apenas viu os homens fardados gritando por eles, no meio de um lago de sangue. O canivete atingiu o peito de Nicolas.

- Nós o levaremos ao hospital Alves, a senhorita vem junto? É namorada? Levamos alguém da fam...- o homem parou de falar e olhou para Juliana, que estava pálida e paceria sem ar - A levaremos também. A senhorita tá me escutando?

Juliana fez que 'sim' com a cabeça e falou baixinho:

- Meus remédios estão na bolsa do Nicolas. Me ajude.

***

     Os dois foram levados ao hospital. E ficaram em macas coladas.

- Os dois são namorados? perguntou a enfermeira ao médico de plantão.

-

Não sei, os dois não estavam bem. Inconscientes. Nenhum respondia. A moça não tinha tomado os remédios pulmonares, nem sei como tava acordada do lado dele...mas ela sabia o nome...devem se conhecer. E o corte não foi tão fundo. O problema foi a demora da gente chegar lá. Graças a Deus nada de grave.

     Cristina, a mãe de Juliana, estava em casa quando recebeu a ligação dos médicos informando do acontecido. Minutos antes ela tava tensa e nervosa. Realmente coração de mãe não se engana.

Juliana acordou e perguntou como estava Nicolas. Pois ele ainda não tinha acordado. Os médicos disseram que ele estava bem. Apenas dormindo. Ela estava aliviada e grata por ele. Nicolas havia sido o herói do seu dia. Talvez da sua vida.

Ninguém ali sabia a dor de sofrer violência. E Juliana que foi salva por ele estava aliviada, e talvez ele merecesse a intimidade que no começo do dia ela não deu. Uma amizade talvez?

Ela se aproximou dele e bem baixinho disse:

- Obrigada por tudo, Nicolas. Você é meu anjo da guarda, sabia? Eu nunca conheci nenhum homem igual a você. Te gosto muito. - nesse momento ela se inclinou e foi chegando perto do rosto de Nicolas, e deu um beijo na testa.

- Te gosto? - perguntou Nic, abrindo os olhos claros e vendo o rosto de Ju em sua frente. - Como eu vim parar aqui meu Deus? E você disse que gostava de mim?

- Você foi ferido por aquele homem. E eu gosto de você, nunca tive amigo homem. - respondendo as duas perguntas ao mesmo tempo.

- Tudo começou por causa que eu fui te entregar os rem...

- Calma, Nic. Eu já fui medicada. E você não pode ficar agitado. Se acalme. Vou ficar do teu lado até você ficar bom. - interrompeu ela.

- Alguém avisou a Daniela?

Nesse momento Juliana ficou incomodada e um pouco desconfortada.

- Acho que sim. Se não chegou é porque não pôde ou não quis vir...feche os olhos e pense nela, se ajudar. - nesse momento ela deu um jeito de fazer graça - se quiser também sonhe comigo. Ela riu por um instante, mas sentiu que na sua frase havia um pouco de verdade e ficou olhando para os olhos de Nicolas. - Obrigada por tudo, mesmo viu? Te gosto.

Ela olhou para ele e sorriu. Um sorriso travesso como de criança, puro, sem maldade e com alegria. Ela não queria admitir para si mesma, mas estava apaixonada pelo rapaz que a salvou.

Talvez Um TalvezOnde histórias criam vida. Descubra agora