Eu diria que existem diversas palavras que pairam sobre a minha mente que nunca foram recebidas.
E uma, em especial ainda não foi entregue. E talvez, nunca será.
Odeio não ser entendida por quem está comigo. Odeio ser julgada, e ao menos desrespeitada por ser quem eu sou.
Qual foi o meu erro? A minha falha? Quem eu matei? Qual foi vida que eu destruí?
Mas minha família não entende, minha mãe não entende.
Ela nunca soube quem eu sou, e nunca se interessou em saber.
Não ligou pra mim quando eu usava a agressividade em casa para me proteger, não deu importância quando as lágrimas eram as únicas palavras que se ouviam do meu quarto. Nunca perguntou se eu estava bem, não por encargo de consciência e sim por querer me ajudar.
Eu não carrego mágoas. Mas nem isso a senhora percebe. E eu apenas queria que a senhora se importasse.
Mas ninguém liga.
Quando eu quis morrer, quando eu desejei sair sem rumo, quando a loucura invadiu minha mente, quando a arma já estava apontada para minha cabeça, não foi a sua voz que eu ouví.
Agradeço, ironicamente, por não ter feito nada. Agradeço porque isso tudo me levou a andar com minhas próprias pernas.
As cicatrizes continuam, a dor também. Mas é assim que se faz um vencedor.
A única coisa boa que me aconteceu por sua causa foi ter recebido esse nome.
E é por causa disso que eu luto.
Luisa não é um nome para princesinhas, é nome para garotas que matariam exércitos por causa do próprio sonho.
Foi a única coisa que a senhora me deu de bom.
Apesar de todos os dias conviver com a frieza e a desconsideração, eu ainda te amo, mãe.
E mesmo vivendo esss inferno por causa da senhora, eu estarei aqui quando a senhora precisar.
A palavra para isso é: Amor.
Eu te amo, Lúcia.
Escrito por: SKY-isa
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PALAVRAS NÃO DITAS
PoetryO que você gostaria de dizer a alguém, mas não disse? "Palavras não ditas" reúne os sentimentos mais sinceros e simples que nunca foram expostos.