je te vois

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Resolvi adiantar o capítulo,espero que não tenham se esquecido da fanfic!
Desculpem pelos erros e boa leitura.
Se estiverem gostando da história por favor,votem e deixem comentários,isso me ajuda muito.
Obrigada.



"It's no better to be safe than sorry" - A-HA.

Vante estava visivelmente alterado. Tragava com impaciência o cigarro eletrônico que tinha em mãos e checava com tamanha descrença o horário em seu relógio dourado. Ainda não havia caído a fixa do que estava prestes a fazer e se recusava a acreditar no quão burro e inconsequente poderia ser às vezes.

Tudo começou com uma simples brincadeira dentro do seu grupo de amigos da faculdade. Marie, sua veterana no curso de Antropologia, resolvera dar uma "pequena" festa em plena quarta feira, e quando eu digo pequena eu quero dizer a metade da população francesa dentro de um apartamentinho de 50m².E como a garota não tinha nenhum critério sobre quem entrava ou não na tal festa, Mark acabou sendo convidado. O também veterano de Vante era um perfeito modelo de cara problemático que nutria um ódio inexplicável pelo moreno, e aproveitando que o mais novo estava para lá de bêbado, o inconsequente achou que era uma ótima ideia desafia-lo a beber dez doses de tequila de uma vez, mesmo sabendo que o garoto não conseguiria passar de duas.

Sendo o orgulhoso que era, Vante aceitou. Com a plena certeza que sairia de lá com o orgulho ferido e destroçado.

Quando o moreno estava virando o terceiro copinho de tequila, Mark acrescentou como quem não queria nada, que se ele não conseguisse cumprir o desafio, teria que tatuar o nome de algum artista que ele não suportava e como o garoto não tinha mais nenhuma noção do perigo naquele momento, apenas acenou um ''sim'' com a cabeça e voltou a encher o copo com a bebida. Na última tentativa de empurrar a quarta dose, caiu desmaiado no chão. Mais bêbado e inconsciente do que nunca.

E como se já previsse que Vante iria negar tudo e bancar o desentendido no dia seguinte, Mark filmou tudo com o celular e estava pronto para jogar na cara do mais novo e presenciar sua derrota.

Dito e feito, no dia seguinte,o moreno tentou a todo custo se livrar da burrada que o esperava, alegando que se não lembrava, não havia feito. Resultado: Fora obrigado a assistir seu vídeo bêbado no chão por trinta minutos seguidos.

Não havia escapatória para si. Iria tatuar o nome do pintor que mais odiava no mundo; Kim Tae. Vante abominava qualquer coisa que o homem fazia, porquê para ele, o artista só era mais um daqueles que jogavam tinta em uma tela e já saiam por aí alegando ser o mais novo Botticelli da vida.

xxx

-Você está atrasado.

-E você está ridículo - Jimin olhava horrorizado para os trajes do amigo; uma camisa de botões floridas em um tom rose e um par de calças de flanela xadrez em cores terrosas. Além da típica boina nude e os óculos de armação redonda que não saiam da cabeça e do rosto do moreno. Jimin nunca se acostumaria com o jeito peculiar que mais alto se vestia.

-E eu já disse que você não tem nenhum senso de moda - Vante olhava com o mesmo tom de desgosto para a camiseta e calças pretas que o loiro usava. Nunca iria entender as combinações caretas e as paletas de cores monocromáticas e chatas de Jimin.

Pelos próximos minutos, Vante contou todos os detalhes da história medonha que havia se metido e Jimin como era um bom amigo, apenas ria com todas as suas forças e dizia vez ou outra quando parava para enxugar as lágrimas dos olhos, que achava tudo "bem feito".

Para chegar no local onde Vante iria se tatuar, era necessário que fizessem o caminho pela Avenida principal de Paris, a Champs-Élysées. Os dois amigos passavam animados pelos vários pub's e cafés, sempre lotados de jovens turistas ou nativos da cidade em busca de degustar uma boa refeição ou aproveitar a tarde ensolarada para um dia de compras. Ainda sim, havia pessoas que só observavam a bela paisagem que só a Cidade Luz poderia oferecer.

Um jovem rapaz que bebericava uma taça de vinho, soltou um animado "bonjour" ao vê-los. Os dois sorriram e retribuíram o cumprimento.

Jimin nunca se cansava de admirar as construções da cidade e mesmo depois de tanto tempo, ainda conseguia sentir o mesmo arrepio de quando pisou naquelas ruas pela primeira vez. Enquanto caminhavam pela avenida principal, Jimin e Vante vez ou outra se viravam um para o outro entre os sorrisos abobalhados, havia amor em cada canto naquela cidade.

Uma das coisas favoritas de Jimin a respeito de Paris é que,em qualquer lugar que você vá,a arte estará impregnada até nas calçadas.Naquele momento,se virassem para trás veriam o Panthéon estático brilhando entre o por do sol e a sua direita,a Catedral de Notre Dame se encontrava tão solitária e bela como de costume.

-Chegamos.

Park e o moreno estavam parados em frente a uma minúscula portinha em cor preta ,acima de suas cabeças,havia um letreiro em LED com os dizeres "Golden Tattoo's" em letras pretas contornadas com arabescos em vermelho. Vante empurrou a maçaneta da porta, expondo um local pouco iluminado e com o som absurdamente alto. Assim que adentraram por completo, tiveram uma visão perfeita do local.

As paredes do estúdio eram pintadas de preto e sobre elas, haviam dezenas de murais repletas de flash's em um estilo old school. Jimin havia pesquisado, coincidentemente, sobre tatuagens assim dias antes. Também haviam espalhados pela sala de recepção centenas de livros e cd's, que muitos deles, Jimin conhecia muito bem.

Led Zeppelin, Aerosmith,The Smiths.

Shakespeare, Bukowski,Paulo Coelho.

''So needless to say
I'm odds and ends''

''Take on Me''  tocava em uma altura ensurdecedora e Jimin não pode resistir um sorriso contido, era uma de suas músicas favoritas. A letra e a voz do cantor o faziam se sentir melancólico e nostálgico. Começou a cantarolar baixinho a letra da canção e repentinamente se sentiu feliz ao constatar que quem quer que fosse o dono daquele estúdio, tinha um bom gosto indiscutível. Vante estava sentado em um banco de couro balançando nervosamente a perna esquerda, ao que parece, sua consciência havia retornado e ele se lembrara que estava ali para marcar sua pele com algo que detestava. E definitivamente sua feição não parecia nada agradável agora.

-Calma, poderia ser pior. - O loiro interveio e o moreno parecia agora, minimamente mais calmo. Um feixe de esperança havia acendido em seu rosto, mas fora desfeito assim que Jimin soltou um "na verdade, não poderia não" acompanhando de um sorrisinho de satisfação.

-Posso ajudar?

A voz alta e grava se fez presente no local fazendo os dois amigos inconscientemente, virar seus rostos e encarar o homem parado ali totalmente alheio. O rapaz vestia uma camiseta preta com as mangas grosseiramente cortadas, calças pretas largas e um par de vans old skool desbotado.

Contar a quantidade de tatuagens que o homem tinha espalhados em seus braços e pescoço era uma tarefa impossível. Desenhos que Jimin e Vante jamais viram antes, representações de esculturas, frases que os amigos julgavam ser de músicas e até quadros famosos estavam gravados na pele do mais alto. No rosto,havia piercings colocados meticulosamente em suas orelhas, sobrancelha, nariz e boca.

Era inviável colocar em palavras o quanto o homem era belo.



MASTERPIECE/jikookOnde histórias criam vida. Descubra agora