c'est faux

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O despertador tocou as exatamente 6:35 da manhã. Jeon precisou piscar algumas vezes até se acostumar com a claridade do quarto, assim lançando um olhar irritado para a janela aberta praguejando-a mentalmente. Tateou a mão esquerda ao seu lado da cama, encontrando ali um corpo estático em sono profundo. A mulher estava nua coberta apenas com um fino lençol de seda branca, Jeon não conseguiu resistir a um sorriso contido vendo os lábios entreabertos da garota, levando sua mão direita em sua bochecha depositando ali um carinho singelo.

Levantou nas pontas dos pés, caminhou se espreguiçando até o banheiro acoplado no quarto e retirou o moletom preto e a camisa branca que usava. Ligou o chuveiro e se esgueirou embaixo da água fria, fechou os olhos enquanto sentia o líquido gelado despertar seus sentidos. Estava completamente exausto.

Agarrou a toalha branca no armário ao lado com a mesma impaciência de sempre, se secou brevemente e voltou a vestir o mesmo traje do dia anterior. Partiu em direção ao quarto novamente, se abaixando na beirada da cama para amarrar os sapatos. Pegou a mochila no criado mudo e deixou um leve beijo na testa da garota cujo nome não se lembrava mais.

Partiu com a promessa silenciosa de que nunca mais se veriam novamente.

Uma vez fora do minúsculo apartamento, Jeon partiu em busca de algum bistrô ou cafeteria mais próxima pois necessitava da sua cafeína diária. O moreno não conhecia o bairro perfeitamente pois seu próprio apartamento e estúdio ficavam em uma das avenidas principais da cidade, mas  agora, o moreno estava parado em frente a um muquifo em uma das ruelas mais afastadas de Paris.

Andou duas quadras até encontrar uma simples cafeteria, entrou e tão logo saiu com um copo enorme de café puro em mãos.

XXXXX

Jeon sempre tivera problemas em confiar em qualquer pessoa que seja, desde que seus pais se separaram há nove anos atrás. A família de Jeon sempre fora uma típica família modelo, seus pais pareciam genuinamente felizes e nutriam um carinho visível pelo outro. Sua mãe nascida e criada até os dez anos na Coreia se mudou para a França com apenas onze anos, com uma tia que o moreno nunca ouvira falar. A mulher cresceu e se tornou uma diplomata que se apaixonou por um chefe de cozinha tipicamente francês, os dois se casaram após um ano de namoro e tiveram Jeon.

O moreno foi fruto de um relacionamento carinhoso e vivia em um lar feliz e repleto de amor. Até que tudo começou drasticamente a mudar. Aos quinze anos não via mais seus pais trocar caricias ou beijos pelos cantos da casa, e aos vinte, viu seu pai depois de uma troca de insultos, bater a porta da frente e nunca mais voltar.

Sua mãe igualmente como o homem, partiu sem dizer ao menos um adeus.

Jeon viu seu refúgio dentro de um cubículo escuro repleto de agulhas.

Dali em diante, o moreno se aprofundou em seus próprios assuntos, se tornando uma pessoa cada dia mais solitária. Até que conheceu Yoongi e Namjoon, dentro de um bar pouco movimento do qual precisou mais tarde, livra-los de inúmeras brigas.

Aprendeu sobre cores, esfumaçados e o melhor jeito de tatuar sem deixar o cliente sentir tanta dor. Aprendeu acima de tudo, a confiar e deixar que os outros confiasse em si. Mas pra assuntos ligados ao seu próprio coração, Jeon sempre se fechou, não deixando ninguém por mais bem intencionado que seja, se aproximar. Aceitava se relacionar brevemente com qualquer um que despertasse seu interesse minimamente, iria até um motel, faria sexo e voltaria à sua rotina no dia seguinte.

Sem cobranças ou responsabilidades.

XXXXX

Jeon caminhou tranquilamente até encontrar um ponto de táxi, entrou no carro dando um atencioso "bom dia" ao motorista e se acomodou no banco de trás,sentindo suas pernas relaxarem aos poucos. O moreno sempre se sentiu solidário a respeito de profissões pouco valorizadas. Sabia que tinha seus próprios privilégios sendo tatuador,tinha um bom dinheiro e um ótimo apartamento.E sendo assim,não podia em hipótese alguma ser desrespeitoso com alguém que só estava trabalhando e garantindo seu sustento.

Após longos trinta minutos dentro do veículo de cor amarela, do qual passou metade do tempo discutindo com o motorista sobre o clima  -que naquele momento já havia descoberto  que seu nome era Jacques e que tinha um filho que sonhava em ser médico - sentiu o celular vibrar em seu bolso esquerdo do jeans. Ainda sonolento, agarrou o aparelho e encarou o nome de Namjoon estampar a tela do aparelho. Pensou seriamente em não atender pois não queria ouvir mais um sermão logo cedo mas por fim, decidiu atender;

-Ei,você tinha um cliente marcado pra hoje?!

Mil perdões pelo capítulo vago e pequeno mas acabei de me mudar para uma nova cidade e estou me acostumando com a rotina da faculdade.Prometo que o próximo capítulo será maior,perdão por qualquer erro pois não tive tempo de vetar! Beijosss

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⏰ Última atualização: Feb 16, 2020 ⏰

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