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- Fica de boa, escuta ele e se você achar que não dá mesmo, a gente vai embora e não precisa mais falar com ele - Knust diz enquanto caminhamos pelo calçadão novamente.
- Tá bom - Digo passando a mão sob o meu olho pois era inevitável não chorar lendo aqueles mensagens.
- Acho que é ele ali - Olho pra onde ele está olhando e vejo alguém sentado num dos bancos, era ele.
- Aí Deus - suspiro.
- Vai dar certo - Sorri - E aí cara.
- E aí - Christian levanta do banco e eles se abraçam.
- Vou andar por aí, quando acabarem só me ligar - Olha pra mim - Fica calma, não estressa e você - Olha pro amigo novamente - Não estressa ela, se ela não quiser mais ouvir você cala a porra da boca e some.
- Tá bom - Christian responde então ele sai caminhando - Senta.

Me sentei no banco de mármore e ele logo se sentou ao meu lado.  Estava ventando e fazia um pouco de frio, mas ao mesmo tempo estava muito agradável. Olhei pro chão e vi as folhas rolarem com o vento e percebi que ele estava nervoso, porque não parava de balançar os pés.

- Então - Começa - Valeu por ter vindo me escutar, eu te prometo que não vou insistir em nada, só quero dizer o que aconteceu pra ficar tudo esclarecido.
- Tá bem.
- Então, naquele dia eu chamei ela pra conversar e por um fim definitivo, porque ela ainda me mandava mensagens - Sinto ele me olhar - Nós conversamos, ela concordou e saiu do quarto, mas aí segundos depois ela voltou e sentou no meu colo e aí no mesmo momento a porta fechou e quando eu percebi que era você, tive certeza de que ela meio que fez aquilo pra que você visse.
- É, bem provável - Digo encarando meus pés - Mas não sei, quando te pedi pra explicar aquele dia, você ficou quieto, não conseguiu me explicar.
- Eu sei disso, mas é porque travei na hora, até porque quem chamou ela lá realmente foi eu e eu não sabia explicar, você ficou tão mal e eu me senti um idiota.
- É, você foi idiota.
- Fui mesmo - Ri sem graça - Mas essa é verdade, eu te juro por tudo que eu mais amo nessa vida de que não aconteceu nada, foi desse jeito que aconteceu, até porque eu não faria isso com você, eu te amo, você vai ser a mãe dos meus filhos e eu não quero ninguém além de você e sei lá, pro Knust estar ajudando a gente, é porque ele acredita em mim - Ri.
- É, isso é verdade - Sorrio.
- Acredita que esses dias ele disse pra mim que nós éramos a Savannah e o Jared da vida dele?
- Acredito, ele também me disse isso - Dou risada - E quando contei que eles tinham terminado ele ficou em choque.
- Eles terminaram? - Me olha.
- Terminaram Christian - O encaro - Em que mundo vocês vivem? - Damos risada.

E então tudo fica em silêncio. Ele me olha e eu continuo olhando pra ele. Ele tem um pequeno sorriso na boca, talvez porque estávamos rindo a segundos atrás. Senti meu coração acelerar e me deu uma vontade incontrolável de beijá-lo.

- Você também quer? - Se aproxima mais.
- Quero, mais tô com medo - Confesso.
- Não fica - Encosta a boca bem perto da minha - Eu te amo.

E então ele me beija. Sentia o vento bater no nosso rosto e aquilo era bom. Talvez por conta da saudade e do alívio no coração por "estarmos bem", aquele beijo era diferente. Paramos aos poucos e ficamos em silêncio por alguns segundos.

- Me dá sua mão - Peço.
- Pra que? - Me olha.
- Anda logo.

Ele estende a mão e então coloco no pé da barriga. Ele me olha espantado quando sente os bebês chutarem, pois ele nunca tinha sentido.

- Meu Deus - diz espantado.
- E olha que os dois nunca tinham chutado juntos - Dou risada.
- Dói?
- Não, na verdade é gostosinho, mas às vezes o Théo empurra com mais força e aí dói um pouco.
- Eu perdi muita coisa - Fica triste.
- Não muita, mas foram dois meses, aconteceram algumas coisas.
- Como eles estão? - Coloca a mão na minha barriga de novo.
- Bem - Sorrio - Eu tô tendo alguns enjôos e umas vontades, mais nada exagerado.
- Você tá com vontade de comer alguma coisa agora? - Me olha.
- Na verdade sim - Dou risada - Mas já pedi pro Matheus e ele vai comprar amanhã.
- Ele deve me odiar - Da risada.
- É, odeia muito - Ri - Mais ele é bonzinho, com o tempo ele esquece as coisas.
- Mais o que você quer comer?
- Suspiro - Dou risada.
- Isso ainda existe? - Me olha indignado.
- Não sei, mas eu quero.
- Eu vou procurar - Se levanta.
- Agora Christian?
- É ué - Ri - Olha quem tá voltando.
- Acho que vocês estão bem - Knust se aproxima - Eu voltei porque fiquei com medo do Ct te sequestrar.
- Nossa mano - Christian ri - Você achou mesmo?
- Achei ué - Ri.
- Tá tudo bem - Digo - Acho que estamos bem.
- Então vocês voltaram? - Nos olha.

𝙫𝙤𝙪 𝙫𝙤𝙡𝙩𝙖𝙧 🤞🏻• ctOnde histórias criam vida. Descubra agora