Capítulo 2: Desde o início.

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Já se passaram 3 anos. Isso mesmo, 3 anos. Eu? Continuo apaixonado pelo Lucas. Durante todo esse tempo conversamos muito, mas cada vez que a gente dava um passo acontecia algo, principalmente muito preconceito, que nos fazia regredir. Ontem nós ficamos de nos encontrar na ladeira da vila mas ele não foi e hoje ele me pediu pra conversar:

-Ai, Thamara, eu to nervoso, to todo me tremendo, chega to suando, espia. Eu tô fedendo? -Eu vou me encontrar com Lucas daqui a pouco

-Calma, amigo, vai dar tudo certo, relaxa.

-Ela disse mas não adiantou

Saí de casa e fui pra casa de Milena, onde Lucas tinha marcado comigo, ele ainda não chegou e eu to ficando casa vez mais nervoso, ai minha Nossa Senhora, meu pai Cristinho.

-Minino, deixe de agonia, se acalme. Lucas ama você, Carlinhos, mas tem muito preconceito e os costumes antigos, você sabe, né? Mas fica calmo, vei.

-MILEEENAAA. -Ouço a voz de Lucas e o barulho do portão abrindo, arregalo os olhos e sinto o coração acelerar mais. Milena sai do quarto dela e eu fico sentado olhando pra baixo até sentir que tem mais alguém no quarto, levanto o olhar e vejo ele, que parece que tá tão nervoso quanto eu.

-Oi, Lucas. -Apertei minhas próprias mãos.

Oi, Carlinhos. -Ele passou as mãos contra a calça jeans.

-Lucas... -Eu travei. Não consigo dizer nada e ele me olha esperando que eu fale. -Lucas, já fazem três anos que eu sou apaixonado por você e eu não consigo pensar em outra razão que explique esse sentimento além do amor, porque meu coração acelera cada vez que eu te olho, sinto frio na barriga cada vez que ouço sua voz e tanto tempo depois eu ainda continuo aqui por você porque esse sentimento é real. Perdi as contas de quantas vezes me envolvi com mulheres tentando esquecer isso, esquecer você, mas não dá mais, Lucas, e eu sei que acontece o mesmo com você. Você acha mesmo que é justo que a gente continue nos machucando? Que a gente continue escondendo quem realmente somos só porque alguém não gosta? Acha justo que a gente abra mão de ser feliz por causa dos outros? Eu sei que é difícil, sinto na pele o preconceito todos os dias, sei que nossa família vem de costumes antigos mas não há nada que a gente não consiga juntos. Nós nos amamos e não há nada de errado no amor. Dá uma chance pra mim, Lucas, uma chance pra você mesmo e para a nossa felicidade.

Carlinhos e LucasOnde histórias criam vida. Descubra agora