A essa altura, eu já não conseguia falar mais nada porque o choro não deixava, do meu lado, Lucas chorava também.
-Eu aceito. -Levanto a cabeça rápido, surpreso ao ouvir isso.
-Lucas, eu...- Começo a falar mas ele interrompe
-Você tem razão, Carlinhos. -Ele seca as lágrimas e continua- Eu nunca vivi isso. Eu nunca senti isso por homem nenhum, por isso eu te peço desculpa por resistir tanto tempo, eu estava perdido, eu ainda estou perdido porque eu agora sei que só vou me encontrar quando estiver com você.
Não resisto e puxo ele para um abraço, choramos juntos e eu percebo que a sensação de ter ele ali tão perto faz com que eu me sinta como nunca me senti antes.
Lucas começa a levantar a cabeça que encostada no meu ombro mas mantendo seu rosto próximo ao meu. Nossos olhares se encontram e ali temos a certeza de tudo, ficamos nos encarando por vários segundos e eu sabia que poderia continuar ali para o resto da minha vida. Seus braços estão em volta da minha cintura e os meus, em volta dele. Quebro o contato visual ao descer o olhar para sua boca e percebo que ele faz o mesmo, estamos tão perto que posso sentir sua respiração que nesse momento estava falha e eu também sentia faltar o ar, nossos rostos se aproximam mais e eu já posso imaginar o que vai acontecer. Quando nossas bocas estão quase se tocando, eu sussurro:
-Posso?
Lucas apenas acena com a cabeça de forma lenta me dizendo que sim enquanto fecha os olhos, fecho os meus também e sinto os nossos lábios se tocarem. Damos apenas um selinho calmo e demorado mas que é suficiente para nos mostrar que o que estamos começando a viver agora é desde o início para todo o sempre.